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Meu Deus.

Eu me encontrava estatística com a placa de petri na minha mão. Nas notícias há alguns anos atrás disseram que a Umbrella foi a culpada por Raccon City e se retirou do mercado, se retirou não, foi retirada do mercado. Agora se uma "Neo-Umbrella" existe a situação talvez seja mais complicada do que possamos lidar.

-Thalia, talvez tenhamos que chamar ajuda, isso se formos continuar nisso.- Ele me olhou sério. Seu rosto era iluminado apenas por duas velas espalhadas pelo cômodo o que dava um ar a mais de sobriedade, a situação mudou de uma hora pra outra tão rápido que foi como se tivéssemos recebido um tapa.

-Como a gente pode chamar ajuda? Ao menos o meu celular ficou pra trás desde que você me achou.

-Eu vou procurar um rádio, eu não tenho celular- Ele diz e sai da sala com uma das velas num pires, procurar pelo resto da casa.

-Que nem os maias e os astecas...-Sussurro e fico observando a sala. Era pequena comparada ao resto da casa, tinha um estilo bem antigo anos 60 mais ou menos. Tinham várias fotos de família perto da lareira suja de cinzas. Olhei para uma das fotos e fiquei com pena, e saudade.

Pena por que a essa hora vendo a devastação que aconteceu haviam poucas chances dessa família ter sobrevivido, saudade por conta da minha família. Tudo que eu queria agora era falar com meu pai, ou com a minha mãe. E eu esperava do fundo do meu coração que ambos estivessem bem.

Talvez não faça mal ter um pouco de esperança

Leon volta de sua busca de mãos vazias.

-Não achei nada- Ele fala e se senta na mesa pra terminar de comer- Vou procurar algo pra forrar o sofá depois

-Leon a gente não pode simplesmente virar as costas- A expressão de Leon mudou para mais séria

-E nós não vamos- Ele olhou e nossos olhos se encontraram, eu senti todo meu corpo arrepiar e nem sabia exatamente o por que- Amanhã quando acordarmos vamos atrás de uma estação de polícia, lá com certeza vai ter algo.

Firmei meu corpo no chão e segui ate a mesa sentando ao lado dele, ele preparou um enlatado de salsicha e milho, que nem na primeira noite que a gente jantou junto. Comidas enlatadas meio frias ja faziam parte do menu faziam um tempo. Até me lembravam as vezes do meu tempo de estagiária.

Estávamos em silêncio, mas não de forma estranha mas sim confortável. Ao longo do tempo que passamos juntos eu acho que posso dizer que somos amigos, eu e o loirinho bonitinho. Ele faz menção de falar algo mas deixa pra lá pegando o próprio prato e colocando na pia.

Leon passa por mim fazendo um leve carinho nos meus cabelos e vai pra um dos quartos pegar lençóis. Eu termino e faço o mesmo que ele com meu prato, após isso tiro as minhas botas ficando descalça. Uma brisa fria me deixa arrepiada ao tirar o casaco que o loirinho bonitinho me emprestou. Vejo Leon voltar com um lençol branco de bolinhas e outro estampado com várias hello kitty's na extensão do pano.

-Onde você achou essa relíquia?- Falo um pouco risonha ao me aproximar do lençol estampado. Eu tinha um desses quando criança.

-Segredo ultra confidencial- Ele fala com um sorriso de canto de boca e passa o lençol por mim. Eu pego ele e fico enrolada de certa forma.

-Vamos dormir?-Eu pergunto ja me virando pra ir pro sofá e Leon me segue com o lençol de bolinhas. Ele estava descalço também. Deitamos mais uma vez juntos no sofá e ficamos alguns minutos em silêncio.

Me viro fazendo menção de quebrar esse momento mas algo mais forte me puxa me fazendo apenas olhar para seus olhos. Eram azuis, seu rosto era marcado por algumas cicatrizes e uma barba rala para fazer. Magneticamente eu era atraída para ele. Era como se fossemos uma reação física, um campo magnético me puxava para mais perto. Um ima era a palavra certa.

New Rescue - Leon Scott KennedyOnde histórias criam vida. Descubra agora