A voz do corpo ( harmonia ) ✅

capítulo 33

"Posso pegar alguma coisa para vocês, queridos?"

Hermione estava sentada mais perto da garçonete, então ela falou por eles com um sorriso de madeira estampado em seu rosto. "Não, obrigado, estamos bem."

Madame Rosmerta deu um aceno de cabeça para Hermione e fez um péssimo trabalho em esconder seu olhar para a amiga de cabelos escuros de Hermione. "Bem, deixe-me saber se você fizer isso." O dono do Três Vassouras, bar e lanchonete em Hogsmeade, deixou seu estande para atender outros clientes.

Depois de enfrentar a intrusão indesejada, Hermione voltou sua atenção para seus companheiros de fim de semana. Ela, Harry e Ron estavam dividindo uma mesa juntos no popular ponto de encontro dos estudantes. Harry e Ron tinham cada um uma caneca de cerveja amanteigada pela metade na frente deles, mas pela primeira vez não parecia estar melhorando muito seus humores. Harry estava dividindo um banco com Hermione, Ron sentado em frente a eles. A ruiva parecia particularmente sufocada pelo ressentimento de que o fim de semana estava caindo e queimando tão gloriosamente. Isso o fez parecer um pouco constipado.

Harry não estava muito melhor. Ele estava mal-humorado desde que deixou o castelo com o grupo lotado de alunos de Hogwarts. Eles atingiram a rua principal de Hogsmeade e os alunos se separaram timidamente e se espalharam, os professores assumiram posições sem tornar dolorosamente óbvio qual era o objetivo deles, e os três amigos se afastaram em um pânico coletivo.

Mas não era tão contido para os três, Hermione percebeu. Para onde quer que ela olhasse, seus colegas de classe ficavam nervosos. Não havia sorrisos suficientes, ou pelo menos não eram sinceros. Eles estavam rindo, mas a maior parte era mal fingido. E seus olhos diziam a verdade disso. Eles estavam nervosos. Eles estavam vigiando suas costas e olhando por cima de seus ombros, inquietos e com medo de perigos ocultos.

Quase melhor que não houvesse um fim de semana em Hogsmeade do que esta farsa de passeio. Embora ela imaginasse que todo aluno nervoso insistiria que tudo estava ótimo e eles estavam se divertindo. A negação era estranha e espinhosa dessa maneira.

Mas não era assim para ela, Harry e Ron.

Hermione olhou para Harry. Isso a fez franzir a testa e seu coração doer. Ele estava largado no banco, a unha de um dedo cutucando preguiçosamente a caneca de cerveja amanteigada amassada e arranhada. Sua expressão era dura e infeliz.

Hermione apertou os lábios com força. Ela odiava essa farsa, mas o que eles poderiam fazer? Dumbledore tinha seus motivos, e ela sabia que eram bons, mesmo que ele tivesse feito tudo errado no que se referia ao envolvimento de Harry. Ela só teria que apontar sua culpa contra Voldemort.

Aquele era um lugar seguro e bom para odiar até a amargura de seu coração.

Ela decidiu que estava com sede. Quando eles entraram pela primeira vez, ela não gostou da ideia do sabor da cerveja amanteigada (era uma bebida alegre, e ela estava longe de estar de bom humor), mas como eles ficaram sentados emburrados em sua mesa por quase uma hora ela estava ficando muito consciente da longa caminhada de Hogsmeade para Hogwarts.

Hermione se moveu para sair da cabine e Harry falou pela primeira vez em vários minutos. "Aonde você vai?"

"Para pegar uma bebida; estou com sede."

Harry deslizou seu copo meio cheio em direção a ela em oferta.

Hermione pausou, olhou para ele, então se recostou ao lado dele e pegou sua caneca. Ela tomou um gole da bebida doce e observou que o gosto de Harry parecia ter sido adicionado à cerveja amanteigada. Nada desagradável.