A voz do corpo ( harmonia ) ✅

Capítulo 49

Hermione deitou na cama naquela noite, olhando para cima na direção escura do teto, e por mais que tentasse não conseguia dormir. Ela podia não ser mais uma criança, mas ainda achava incrivelmente difícil dormir na noite de véspera de Natal. De certa forma, parecia que este Natal, mais do que qualquer outro, era excitante. Não que ela estivesse muito ansiosa para saber quais presentes havia recebido. Não era isso.

Talvez fosse o fato de que, desde o terceiro ano, quando descobriu que tinha uma queda por Harry, ela tinha essa fantasia sobre o que seria um Natal perfeito. Uma fantasia que ela conhecia muito bem era apenas a noção de uma garota boba; eles nunca se tornariam realidade, mas era divertido imaginar. Isso era perigosamente próximo daqueles natais em seus devaneios. Perto o suficiente, de qualquer maneira. Tio Ben não estaria presente, e seu avô nunca mais comemoraria o Natal com eles, mas Harry estava com ela, com sua família.

Ele era o namorado dela compartilhando o Natal com ela e sua família. Estava mais perto de seus sonhos do que qualquer coisa deveria estar em seu mundo ultimamente.

Hermione rolou e olhou para o relógio. A leitura digital brilhou '1:13'. Hermione bufou e virou de costas novamente, dando outra chance ao método de encarar a escuridão. Não foi bom. Ela não estava nem um pouco sonolenta.

Ela decidiu que uma xícara de cidra quente poderia estar em ordem, ou pelo menos valeria a pena tentar. Com isso decidido, ela jogou fora as cobertas e saiu da cama. Ela

atravessou a sala e cuidadosamente abriu a porta do quarto, espiando o corredor. As portas dos quartos dos pais e da avó estavam fechadas e nenhum som foi emitido para sugerir que sua excursão poderia acordá-los. Do outro lado do corredor, Hermione viu o brilho quente e bruxuleante que seria das luzes da árvore de Natal brilhando festivamente. Ela franziu a testa para isso. Ela tinha certeza de que desligaram as luzes quando todos foram para a cama; Miranda estava preocupada que as luzes manteriam Harry acordado.

Silenciosa como um gato caçando, Hermione andou na ponta dos pés pelo corredor em direção ao

luz. Quando ela contornou a parede do corredor até um ponto onde pudesse ver a sala de estar, ela parou. Ela tinha uma boa visão do sofá onde Harry estava dormindo. Ou deveria estar dormindo, mas não estava. Ele estava sentado no sofá, cobertor sobre os ombros, os braços em volta das pernas tortas, enquanto olhava para a árvore. As luzes refletidas na superfície de seus óculos em uma deslumbrante miniatura da árvore enfeitada, ao mesmo tempo em que iluminava seu rosto com um tom suave e brilhante.

Harry olhou a quilômetros de distância, como alguém que olha para o fogo perde o foco tão facilmente, então ele pareceu sentir que não estava mais sozinho. Ele virou a cabeça ligeiramente em sua direção e sorriu levemente. "Oi."

Hermione saiu para a sala, não mais no modo rondando. "Oi. Você não deveria estar dormindo?"

"Você não deveria?" ele rebateu em uma provocação gentil.

"Eu não conseguia dormir; pensei em tentar tomar uma xícara de cidra quente. O que você está fazendo?"

Harry voltou seus olhos para a árvore. "Apenas olhando."

Isso pareceu a Hermione ligeiramente peculiar, embora em seu mundo de trolls, fantasmas e dragões não muito. Harry olhou para ela, pareceu considerá-la por um momento, então sem dizer nada estendeu um braço, abrindo um espaço dentro do cobertor que usava sobre os ombros como uma capa.

Eles eram fluentes o suficiente em sua própria língua não falada para que Hermione não tivesse que perguntar o que ele queria dizer. Cidra quente esquecida, ela caminhou até o sofá, aconchegou-se no espaço dentro de seu braço e rapidamente encontrou seu lugar ao lado dele. Demorou tão pouco tempo para se encaixar nos dias de hoje, como se houvesse um lugar natural para o outro, peças de quebra-cabeça que se conectavam perfeitamente. Harry passou o braço em volta dela, envolveu os dois em seu cobertor, e Hermione se aninhou e descansou a cabeça em seu ombro. Satisfação perfeita, seu abrigo de tudo o que o mundo pode colocar