EXTRA

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       Ele previu algo novamente e Mirabel teria que fazer, um abraço em sua irmã, não seria tão dificil...Se um abismo não tivesse sido criado entre elas por culpa de seu dom, ele assistiu ela ir ao quarto de sua irmã e ela olhou para o tio uma última vez, ele ergueu o punho lhe dando sinal de força e viu ela entrar.


     Ele suspirou logo olhando para vela da Casita se apoiando no guarda corpo, seria uma chance...Ninguém olharia e ele poderia destruir a magia e acabar com todas essas correntes, como gostaria.

Ele colocou o capuz sobre a cabeça indo até o quadro de seu esconderijo, no fundo ele sabe que nunca conseguiria, que no final das contas por seus sobrinhos ele continuaria sendo a sombra da família, algo o fez parar vendo o piso o levar para algum lugar:

— Casita! Não...Espera! — Ele tentou se segurar olhando cair em frente a porta do quarto de sua mãe.

Ele estava com os olhos focados na porta e estende a mão devagar para maçaneta, ele estalou a língua, hipócrita, sua mãe não tinha um dom e mesmo assim tinha sua porta e seu quarto enquanto Mirabel ficava no berçário...Ele olhava os detalhes na porta e abriu entrando no quarto, não era mágico como dos seus sobrinhos e suas irmãs, mas mesmo assim era aconchegante:

— Poderia ter pedido um quarto para Mirabel...Casita ouviria você e o faria com todo prazer para ela...Você devia se importar.

        Ele sentia raiva de sua mãe e ao mesmo tempo uma grande saudade, o tapa de anos atrás doía menos que seu coração em pedaços pelas ações de sua mãe; Ele se apoiou na janela olhando a vela e via as rachaduras pela casita, eles não conseguiriam salvar o Milagre, ele podia apenas apagar essa vela:

"Apenas apertar o suficiente dessa cera...Quebrar a vela para nunca mais brilhar"

      Ele estendia a mão e um sorriso se formava em seu rosto e seu rato sobe por seu braço e morde sua mão e ele grita xingando baixo:

— O que você pensa...!

    Ouviu vozes reconhecendo ser de suas sobrinhas e se abaixou depressa ouvindo elas cantarem juntas.

      Pela sombra na janela ele pode ver o abraço e expirou um pouco vendo as criações que ela fez, sentiu seu peito brilhar assim como a vela vendo as rachaduras sumirem, sua sobrinha conseguiu e por pouco ele estava a ponto de apagar a vela e trair sua confiança.

       Bruno olhou para baixo segurando seu poncho apenas parado, ele logo levantou e olhou para baixo vendo suas sobrinhas rindo deitadas numa pilha de flores e sorriu vendo que o abismo que as dividia foi desfeito:

— O que está acontecendo aqui!? — A voz de sua mãe cortou aquele momento feliz.

        Mirabel e Isa se levantaram assustadas e Bruno se inclinou sobre a janela vendo a situação se desenrolar, Mirabel tentava falar e como sempre sua mãe não ouviu:

— VOCÊ PRECISA PARAR MIRABEL! — Ela gritou com sua sobrinha.

       Ele tremeu, não de medo, não de preocupação e sim de raiva, o sacrifício que ele fez...Tudo que fez até agora era para evitar que isso ocorresse, a chama de seu ódio começou a se acender e seu peito batia forte:

— As rachaduras começaram por você!...

"Não..."

— O Bruno foi embora por sua causa!

"NÃO....Cala boca, cala boca! NÃO É PRA VOCÊ FALAR ISSO!A CULPA É SUA!!!!A CULPA É SUA!!!"

        Ele apertava o beiral e olhou de canto para a vela ainda ouvindo sua mãe depreciar sua sobrinha, ele segura a vela deixando sobre sua mão com o capuz sobre a cabeça:

Então serei seu vilão.....Talvez?Onde histórias criam vida. Descubra agora