Capítulo único.

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     O clima não poderia estar mais tenso possível enquanto o Madrigal segurava a placa com a imagem de sua sobrinha e a casita quebrando.

"Não..."

      O vidente olhava aquilo tremendo enquanto cerrava os dentes, sabia oque aquilo significaria, sabia oque todos iriam pensar, eles a tratariam como escória assim como ele, como aguentar isso...Ele era acostumado, mas sua sobrinha tinha poucos anos de vida e já teria um cruel destino e como sempre viria a mesma coisa:

"Só podia ser o Bruno"

" Essa criança vai trazer problemas"

"A sobrinha puxou o Tio, trará desgraça para nosso milagre"

  Ele cerrava os dentes com lágrimas querendo se formar, ele condenara sua sobrinha se mostrasse isso para alguém, ele sentou no chão vendo como sua sobrinha cresceu nesse futuro, tirando a casita destruída, Mirabel sem dúvida seria uma Madrigal incrível mesmo sem um dom:

— Bruno! — Se assustou ouvindo sua mãe o chamar.

  Ele saiu da caverna de visões segurando a placa escondida atrás das costas vendo sua mãe segurando um guarda-chuva no portao da cascata de areia lá em baixo, ela olhou para cima e ele se abaixou se escondendo.

  Ele apertou a placa contra o corpo, ela havia entrado e não teria escapatória, ele nunca foi bom em mentir e agora estava encurralado:

— Bruno! — Ela o chamou mais alto.

— J -Já vou! — Ele tremeu e desceu os degraus devagar.

— Estou te esperando na sala — Ela falou logo saindo.

  Olhava a placa com a imagem mantendo o capuz sobre a cabeça se permitindo deixar as lágrimas rolarem, ele acabaria com o futuro de sua sobrinha? Ele seria o culpado...Todos logo saberiam e ele sem dúvida seria odiado mais ainda.

  O que sua irmã vai dizer? Como Mirabel vai o olhar depois disso?

"Mirabel"

  Ele lembrava de quando sua sobrinha nasceu e a segurou nos braços enquanto sua irmã descansava, era tão frágil e tão pequena, era como o milagre...Ele nunca pode ter uma família, então prometeu a si mesmo cuidar de seus sobrinhos.

  Agora entregaria um para jaula do leão, ele não era um monstro, ele não era o culpado....Mas sua família e encanto nunca entenderiam, eles nunca veriam nada atrás daqueles "olhos assustadores que preveem o mau"

  Ele cerrou os dentes e virou depressa jogando a placa contra parede a destruindo com os pedaços caindo se espalhando pelo chão e a areia começou a girar cobrindo os pedaços enquanto seu dom se ativava.

  Ele saiu do quarto olhando se encostando no guarda corpo diretamente para a vela, sua mãe não entenderia, estava claro que a família estava sobre pressão, Luísa já estava sendo sempre chamada pra levantar algo, Isabela deixou de usar as cores vibrantes que tanto amava, Dolores sempre tinha dores por ouvir toda encanto, Camilo as vezes esquecia pequenos detalhes sobre sua própria aparência e Mirabel foi pior, por não ter um dom sabia que logo a pressão cairia sobre ela.

    Todos eram apenas crianças...Crianças que deviam se preocupar em brincar e se divertir, ele olhava as portas brilhando e parou em frente ao berçário ouvindo soluços baixos e espia um pouco da porta vendo sua amada sobrinha chorando no colo de sua irmã mais velha enquanto da outra cama Luísa olhava sem saber oque fazer:

— Porque eu não tenho dom algum? — Ela tinha o rostinho vermelho de tanto chorar com os óculos estando sobre a cômoda.

  Aqueles óculos, ele lembrava de quando ela ficou com medo de colocar eles e ser zoada por outras crianças, os óculos antes eram na cor azul como o padrão de cores que sua irmã gostava tanto assim como Mirabel, não soube bem quando ocorreu um dia a armação voltou verde pra casa e Mirabel ficou ansiosa em o mostrar:

Então serei seu vilão.....Talvez?Onde histórias criam vida. Descubra agora