Apenas Um Sorriso.

O Lado Que Ninguém Conhece

POV'S LAUREN JAUREGUI

MIAMI, 16 DE FEVEREIRO DE 2015

5:15 AM

Havia tempos que eu não me levantava cedo para correr, eu gostava de manter meu corpo em forma, diariamente ia na acadêmia da minha própria casa. Em meus fones tocava Pray de Sam Smith, eu era, secretamente, amante de música. Em minha casa eu tinha uma sala com isolamento acústico, alguns instrumentos como bateria, guitarra, baixo e teclado estavam espalhados e quase ninguém sabia sobre esse meu amor e digamos que um, talento.

Eu deixava isso guardado já que isso não faria diferença alguma em minha vida ou na de quem está a minha volta. Eu gostava de cantar e tinha algumas músicas e produções guardadas, mas isso era somente para mim, eu não precisava expor isso.

Eu tentava de todas as formas distrair meus pensamentos, eu não queria me afundar nas drogas novamente, portanto, estou sempre na acadêmia, ou correndo, ou até mesmo com Dinah. A girafa e eu nos conhecemos no momento em que eu mais precisava, eu havia acabado de sair de um relacionamento conturbado e esse me apresentou o mundo das drogas, onde tudo é legal, tudo é leve.

Até que você se afunda.

Eu me via completamente sem saída, e no momento em que precisei sair de toda aquela confusão, é obvio que ela me deixaria na mão. Dinah então me apareceu e me acolheu, me ajudou a me distrair e me ligava todas as madrugadas que ela sabia em que eu queria sair e entrar em qualquer boca de fumo que existisse na cidade.

Dinah me buscava em casa e me levava a praia para que eu me distrísse, levava uma bola de vôlei e passavamos parte da madrugada jogando vôlei entre nós duas. Dinah era um anjo em minha vida e eu dou extremo valor a isso.

Estava correndo no parque perto de minha casa, quando vi Camila. Ela usava uma calça legging preta e um top preto, seu tênis era preto e seu cabelo em um perfeito rabo de cavalo. Ela tinha seu celular no suporte em seu braço e seus fones estavam em seus ouvidos, o suor descia um pouco por sua testa e pescoço fazendo o cablo grudar na testa.

Eu pensei seriamente em ir e puxar uma conversa, ou pelo ao menos tentar, Camila era difícil de conseguir algo e o único que conseguiu ter o corpo dela foi Austin, nada contra, ele é um cara legal, só é sonso. Resolvi voltar para casa, me aprontar para mais um dia no colégio.

Após um banho, coloquei um cropped branco, uma calça preta rasgada nos joelhos e meu tênis que digamos que era para ser branco. Meus cabelos naturais soltos e apenas um rímel nos olhos.

-Lauren, você vai se atrasar! -Minha mãe reclamou do outro lado da porta.

-Já estou indo dona Clara. -Respondi e logo busquei por minha bolsa e carteira.- Viu? Estou aqui, sem atrasos.

-Coma, suas notas já são uma droga, você se atrasar só pioraria, isso se possível. -Minha mãe me respondeu sem me olhar.

Me sentei a mesa, comi um pedaço do bolo posto e um suco de laranja.

-Estou indo, amo vocês. -Me levantei da mesa onde estavam Chris e Taylor.

-Te amamos, mana. -Chris respondeu por ele e Tay, porém minha mãe nada disse.

Acho que é o que mais quebra o meu coração, não importa o que eu faça, ou o que eu tente fazer e o quando eu demonstre.

-Vamos lá meus amores? -Escutei Clara conversar com Chris e Tay antes de fechar a porta da sala.

Acho que na verdade, Clara nunca me quis, ou me amou tanto quanto meus irmãos. E isso é algo difícil de encarar, ou talvez eu só tenha que aceitar tudo isso, eu fiz muita burrada durante minha vida.