Coisas Boas e Ruins Acontecem.

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Aqui, cês tão perto de calcinha nova?
Não? Pois vai precisar.

POV'S LAUREN JAUREGUI

Já se passaram 10 meses desde o nascimento de Kaleo e a cada dia sua aparência está mais semelhante a minha, enquanto seu jeito de ser se semelha mais e mais ao jeito de Camila.

O mau humor quando estavam com fome, o jeitinho de colocar a língua entre os pequenos dentes e enrugar o nariz. Ele era perfeitamente apegado a mim, não dormia a noite se as duas mães não o colocasse no berço e dificilmente tomava um banho em paz somente com Camila.

O pequeno já engatinhava pela casa, a sala não mantinha limpa sem algum brinquedo, nossos móveis agora continham uma peça de silicone em todas as pontas para evitar qualquer tipo de acidente. Dinah, no fim das contas, realmente ganhou o título de madrinha do menino e isso faz com que ela traga um brinquedo, roupa ou kit higiene a cada semana.

Camila e eu por outro lado, não estamos assim tão bem quanto no início. Ela está sempre se queixando de que trabalho demais e que dois empregos é um exagero, estou sempre tentando fazer com que ela entenda que tudo o que faço agora é pelo nosso filho, mas nem isso faz com que ela abaixe as muralhas que acabou construindo.

-Kaleo vai crescer com uma mãe ausente! -Ela quase gritou da escada.

-Ausente? Camila, eu sempre estou aqui! -Respondi juntando os brinquedos do chão.

-Você só está no almoço e quando ele dorme, Lauren. -Respirei fundo, vendo ela parar a meu lado para ajudar com a bagunça.

-Você nunca vai entender, não é? -Perguntei.- É tudo por ele, Camila, meu esforço, minha empresa de música, o dinheiro que guardo no banco. Estou tentando o melhor que posso todos os dias e você só sabe me dizer que estou errada! O problema é realmente com ele ou será que não é só você que não quer mais ficar comigo? -Me sentei no sofá, cansada de tudo aquilo, respirei fundo tentando manter a calma.- Olha, pra mim chega, Camila.

-Chega o que, Lauren? -Perguntou em pé, com as mãos na cintura.

-Pra mim chega, esse teatro, essa coisa de família feliz só para as pessoas de fora. Olha a hora, são quase meia noite e você está discutindo comigo porque me esforço para dar uma vida melhor ao meu filho! Tudo o que eu queria era receber o seu carinho, o do meu filho eu já tenho, mas falta o seu. -Me levantei, estava cansada de toda a discussão e sentia meus sentimentos todos vindo a tona, meu peito se enchia e minha garganta doía pela vontade de chorar que eu segurava.- Você sabe quanto tempo tem que a gente não transa? Não, nem isso, sabe quanto tempo tem que a gente não se beija? Fazem mais de um mês que eu não sei o que é te tocar, ou sentir o seu toque. Você só me critica e reclama de como trabalho. -Me virei em direção a escada, me virando apenas para dizer:- Vou dormir no quarto de hóspedes, não sei bem se é minha companhia que você quer no quarto.

Aquilo estava uma bagunça, o meu relacionamento estava uma bagunça e eu não sei como deixei chegar a esse ponto, mas em parte, a culpa não é só minha, é?

Busquei minha roupa no meu quarto com Camila e minha toalha, migrei para o quarto de hóspedes onde eu dormiria essa noite. Era a primeira vez em meses que eu faria isso, não é algo que eu goste ou que eu esteja fazendo de propósito, mas as atitudes de Camila me fizeram tomar essa decisão.

Eu não entendia o motivo de Camila estar sendo tão dura comigo, isso fez com que nosso relacionamento esfriasse muito mais do que o normal.

Entrei no banheiro deixando que a água quente caísse pelo meu corpo, sentindo as gotas levarem meu cansaço. Minhas lágrimas rolavam quase na mesma temperatura da água do chuveiro, eu me sentia tão cansada mentalmente e fisicamente. Eu imaginava que a maternidade era pesada para as mães que amamentavam, geravam, mas não, eu estava me cobrando tanto e exigindo tanto de mim que posso jurar que estou muito mais cansada agora do que no início da maternidade.

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