Lance Eterno [M]

capítulo 3

Luma 🌪️

Nunca fiquei tão nervosa enquanto auxiliava um parto. O parto da fernanda teve muitas complicações, ela perdeu muito sangue, por pouco tá viva ainda.

- Parentes da Fernanda Barbosa Lima? - perguntei entrando na sala de espera

- Oi minha filha, como tá minha neta? - uma senhorinha se levantou da cadeira e um homem veio logo atrás

- O parto foi um sucesso, apesar de que teve várias complicações e a fernanda vai precisar ficar em repouso por um bom tempo, mas ela e os lindos gêmeos estão bem - sorri simpática

- E geral já pode ver eles? - O famoso russo perguntou sério

- Podem sim, me acompanhem - saímos da sala em direção a uti neonatal

Eles ficaram maior tempão babando os bebês e eu deixei eles lá. Tô exausta e com o cu na mão, imagina ter que fazer o parto da mulher de um dos comandantes da Nova Holanda? fiquei nervosa a beça.

Mesmo assim tava super feliz em ter eles como pacientes, os gêmeos são uns fofos e a fernanda é bem simpática.

Fiquei um tempo descansando, mas logo me chamaram.

Finalmente o turno acabou, tava cansadona e doida para ver meu filho. Como sempre, sai do hospital e seu Jorge já estava me esperando

- Oi Lulu, vamos? - sorriu quando eu abri a porta

- Boa noite, seu Jorge. O senhor não sabe da fofoca - falei assim que entrei no carro

- Você é uma graça - riu e pediu para contar

Contei que os gêmeos herdeiros da NH tinham nascido, mas pedi para ele não contar a ninguém.

Seu Jorge era meu antigo vizinho, morou na NH por anos e depois foi embora de lá para morar um pouco mais embaixo, no pé do morro. Ele me leva e me busca todos os dias que tenho estágio, ele diz que é uma forma de pagamento por tudo que minha madrinha fez pela esposa dele.

- Obrigada Jorginho, até segunda - agradeci e entrei dentro de casa

Assim que eu entrei o Arthur já veio correndo me abraçar

- mamãe, eu tava com saudade - soltou o abraço e me deu vários beijinhos no rosto

- Oi meu amor, como você tá? - sentei do sofá do lado dele

- Tô bem, fiz um desenho da nossa família na escola hoje, que ver? - sentei e ele foi pegar

- Vai falar comigo não, piranha? - Laís gritou da cozinha

- Oi chata, tá fazendo o que para nós? - me encostei na parede da cozinha

- Strogonoff, tô com vontade de comer e eu fiz pra mim e para meu sobrinho - fez cara de deboche e eu ri

- Mamãe, olha o desenho - Arthur mostrou o desenho para mim

No desenho estava eu, ele, Laís e minha madrinha. Me deu maior vontade de chorar, saudade da minha dinda.

Quando eu fui expulsa da casa da minha mãe, quando engravidei do Arthur, minha dinda pagou minha passagem da Bahia até aqui, me ajudou na criação do meu filho e há dois anos ela nos deixou.

Eu e a Laís, filha dela, decidimos continuar morando aqui juntas e assim está sendo. Laís é dona da melhor loja de roupas daqui da NH, antes de me formar trabalhava lá com ela. Mas agora nem tenho tempo por causa do estágio, então ela contratou umas meninas para trabalhar lá e fica cuidando do Arthur quando eu tô estagiando.

Tenho maior gratidão por essa mulher, sem ela acho que não conseguiria chegar onde eu cheguei.

- Tá me escutando, irmã? - Laís estralou os dedos

- Ah, tô sim - despertei dos sentimentos

- Tô falando que a gente deveria ir na praia amanhã, faz tempo que a gente não sai juntos - colocou as louças no armário

- Verdade mamãe - Arthur sentou na mesa

- Claro que sim, amanhã bem cedinho a gente vai e almoça lá pela praia mesmo - sorri animada

Faz tempo que eu não curto minha família e nem tiro um dia de folga total.

João Arthur Bastos Tavares
7 anos

    Laís Fernandes 🍷
22 anos