Capítulo 12

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Luma.

Era quatro e pouca, os fogos foram lançados ao céus, estava tendo invasão.

Acordei no pulo e fui direto no quarto do Arthur, ele se assustava com barulho de tiros, fogos ou bombinhas. Tudo que fizesse muito barulho ele se assustava fácil.

Cheguei lá e ele tava sentado do lado da cama, abraçado com o ursinho de ovelha dele. Esse urso ele ganhou da minha madrinha, desde bebê ele é super apegado a esse ursinho.

- Oi filho, mamãe tá aqui. - sentei do lado dele e o abracei.

- Mamãe, eu tenho medo de acontecer alguma coisa comigo aqui sozinho - falou entre lágrimas.

- Você não tá sozinho, meu amor. Mamãe vai estar aqui por muito tempo ainda, nem se preocupe! - beijei a testa dele

- Cadê a minha tia? Ela deve estar com medo, igual eu - joão falou limpando as lágrimas do rosto.

- Ela ta no quarto dela, quer ir para lá? - perguntei e ele concordou.

Fomos para o quarto da Laís e ele estava acordada mexendo no celular.

- Tia, você tá com medo? - joão perguntou

- A titia tá bem, vocês querem dormir aqui comigo? - Laís perguntou batendo na cama

- eu quero, você quer também mamãe? - joão me olhou com cara de dó e eu concordei

A gente sempre fazia isso com minha madrinha, só parei quando eu fui morar com o pai do joão.

Consegui dar um cochilo e fazer o joão dormir também.

Quando deu 06 horas meu alarme tocou e os tiros continuavam.

Me levantei e fui me arrumar para poder trabalhar, plantão 24 horas vem aí.

Enquanto estava vestindo minha roupa, o meu celular começou a tocar, era a Nanda.

Ligação on:

- Luma, pelo amor de Deus. Você tá em casa? - Nanda falou em um tom de desespero.

- Amiga, o que aconteceu? - perguntei ficando nervosa

- O marlin, o KN e o Russo estão baleados, o postinho está cheio e as pessoas de lá não são especializadas em tiro. A outra enfermeira que cuidava dos feridos tá de plantão em outro hospital, você pode vim aqui? - falou menos nervosa do que estava

- Claro que sim, tô subindo para aí agora. - falei terminado de me arrumar

Ligação off.

Terminei de arrumar minhas coisas, peguei meu kit e fui em direção a casa dela.

Assim que cheguei lá, entrei em um mini desespero. Caralho, não sei se estou preparada para isso.

- Oi amiga, me ajuda aqui. - Nanda me puxou para acalmar o KN

- E garoto, que bandido fraco você em - falei vendo o desespero do KN - a bala foi de raspão

- Caralho Luma, olha o sangue descendo aqui - olhei e nem tinha sangue descendo

- Que nada meu filho, o Marlin que tá sofrendo se verdade. - fui em direção a o marlin que tinha levado um tiro no braço.

Graças a Deus a bala não estava alojada, estanquei o sangue e enfaixei.

Quando estava terminando de enfaixar o braço do marlin, o russo chegou sendo carregado pelo L10.

Terminei com o marlin e já fui cuidar do russo.

- Russo, senta aqui - apontei para o sofá

Cuidei de todos os ferimentos dele, a bala dele também não estava alojada, graças a Deus.

- Valeu aí, loira. - Russo fez sinal de legal - fortaleceu os manos de verdade, depois a gente vai mandar um dinheiro para te ajudar aí

Jamais aceitaria o dinheiro dele, prefiro continuar na pobreza do que receber ajuda de algum traficante novamente. Ainda mais o Russo, dono disso aqui.

E além do mais, só estou aqui por causa da Nanda, nunca que eu iria vim cuidar de traficante, Deus me livre passar por isso de novo.

Só de pensar que eu iria receber dinheiro sujo de novo, me dá nos nervos! Só eu sei o que passei quando aceitei essa burrada uma vez, sofri mais que tudo. Não mereço passar por isso de novo e ainda mais que meu filho agora está mais velho, e já entende mais coisas do que antes.

Fiz tudo que tinha que fazer lá e meti o pé para minha casa e esperar o seu Jorge vim me buscar.

Meu plantão começava de 8:00, então dava tempo de dar um beijinho no meu filho e terminar de arrumar minhas coisas.

Passei na minha casa rapidinho, falei com o joão e com a Laís, pouco tempo depois o seu Jorge chegou e eu fui direto para o meu plantão.

E agora lá vamos nós, encarar um plantão de 24 horas.

Lance Eterno [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora