Capitulo 1

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Quero agradecer infinitamente a todos que me prestigiaram até aqui. Vocês fizeram cada palavra escrita, valer a pena.
Beijos
Guida

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JUAN

Não acredito que agora que conseguimos provas contra aquele desgraçado, a polícia o deixou fugir. Devíamos ter previsto a sua fuga. Ainda não acredito que ele conseguiu ludibriar os homens que colocamos para vigiá-lo, se bem que ele foi bem engenhoso.
Sergio quase colocou toda a equipe para fora, quem poderia imaginar que Henry sairia com cinco carros diferentes, ninguém poderia sequer supor em qual deles Henry estava, e é logico que no meio da roleta russa da sorte, contando com a famosa lei de Murphy seguimos o carro errado.
A minha teoria não é tão complexa assim, na minha opinião isso foi um truque, uma ilusão, a forma de desviar o foco. Pra mim Henry nunca saiu daquela casa. Não até ter certeza de que todos estavam dispersos em meio a sua suposta fuga.
Agora é tarde, perdemos o seu rastro. Ele pode estar do outro lado do globo ou na casa ao lado, o que nos resta agora é manter o foco. Preciso manter a minha família segura.

SOFIA

Tanto trabalho para nada, depois de tudo Henry ainda está à solta. Como uma sombra, ele se esconde pelos cantos. O que eu mais desejava nesse momento é poder curtir a minha gravidez. Ver esse fruto do nosso amor crescendo, ver Juan curtir esse momento. Mas é impossível.
O medo constante não deixa com que ele relaxe, tem horas que penso se tudo isso valeu a pena, tenho medo de colocar nosso filho em meio a toda essa loucura.
Para tentar mudar um pouco o foco de tudo, Dani e Jon enfim resolveram marcar a data do casamento, temos exatos cinco meses para ajeitar tudo. O que é bom, mantém a minha mente ocupada. Pelas minhas contas, estarei em vias de dar à luz, só espero que eu aguente firme até lá. Não gostaria de perder o casamento da minha melhor amiga.
__ Sofy! - Dani me chama, tirando-me dos meus devaneios __ Sofy, tá me ouvindo?
__ Oi, desculpa.
__ Que foi Sofy? Alguma coisa com o meu sobrinho?
__ Não sabemos se será um sobrinho né! - tento dar um sorriso para que ela não fique preocupada
__ Mas logo saberemos não é? - ela diz animada
__ Vamos ver, a Dra. Lourdes disse que ele pode não querer mostrar.
__ Na verdade pouco importa, vou amá-lo de qualquer jeito! - ela diz e acaricia a minha barriga
__ O que você queria me dizer? - eu pergunto
__ Já ia me esquecendo, já definimos onde será o casamento! - ela diz batendo palminhas toda contente
__ Sério? Onde será?
__ Na Catedral Metropolitana de Natal, fica lá na cidade alta. Você precisa ver, é linda!
__ Que bom Dani. __ E os convites?
__ Então, preciso que me ajude com a lista. Juan ficou de ajudar Jon com a parte dele.
__ Pretende convidar tantas pessoas assim? - eu pergunto... acho que com tudo que temos passado, acabei tendo medo de grandes multidões.
__ É mais por uma questão de obrigação - ela diz __ Por mim na verdade eu preferia um casamento como o seu, mas com o tempo que temos, e, duvido que a Dona Solange deixe que outro filho se case sem poder ter os seus convidados.__ No meu caso como filha única é difícil negar para os meus pais que eles não possam me exibir nem no meu casamento.
__ Certo! - eu digo __ Estamos falando de mais ou menos quantas pessoas?
__ Olha eu acredito que muitos não virão. __ Pelo menos estou contando com isso, mas acredito que teremos no mínimo em torno de umas 300 pessoas.
__ Sério? - eu digo assustada __ Não consigo me imaginar com uma barriga gigante, com Henry a solta e em volta de 300 pessoas, minhas pernas tremem preciso me sentar.
__ Sofy, você tá bem? - Dani me ampara __ Você ficou pálida!
Não quero contar a ela sobre os meus medos, não quero estragar o dia mais feliz da sua vida __ Estou sim, acho que foi só uma queda de pressão - minto.
__ Certo! Acho que você deveria descansar um pouco - ela diz.
__ Não, tudo bem. Você não queria ajuda com a lista?
__ Tudo bem, eu ligo pra mamãe. Tenho certeza que ela vai adorar me ajudar nisso. Descanse um pouco.
__ Tudo bem, acho que vou dormir um pouco.
__ Faça isso. __ Quer que eu traga algo pra você comer?
__ Não, não estou com fome.
__Você precisa comer! __ Não tenho visto você se alimentando muito bem. __ Lembre-se que agora não é só você.
__ Sinceramente Dani, ando sem vontade pra nada.
__ Eu sei que é difícil - ela diz pegando a minha mão __ Mas vocês vão sair dessa. __ Você vai ver, vão pegar Henry e vocês poderão viver em paz!
Uma lágrima começa a descer pelos meus olhos, droga não queria chorar. Só pode ser os hormônios.
__ Não chore Sofy __ Fala comigo, o que tá te machucando?
__ Sei lá Dani, tenho medo que depois que tudo isso acabar, não reste nada sabe.
__ Como assim?
__ Juan, tá tão distante. __ Não me procura mais, vai ver ele não gosta de como o meu corpo está. __ Realmente não sei o que pensar.
__ Como assim? Juan é louco por você! - ela diz me olhando nos olhos e me puxando para os seus braços
Então as comportas se rompem, não consigo mais segurar. As lágrimas correm como um tsunami levando tudo, mágoas, medos e incertezas.
__ Desde que Henry desapareceu, Juan está diferente. __ Não que ele não me ame, não é isso. __ Pelo menos eu acho que não é! __ Mas ele simplesmente nunca está comigo. __ Sempre tem uma desculpa __ Pesquisa, trabalho, segurança, não me diz nada, não sei o que está acontecendo. __ Sabe a quanto tempo ele não põe a mão em mim? __ É como se fossemos dois estranhos que dormem juntos, aliás acho que nem juntos temos dormido, quando me deito ele ainda não chegou e quando acordo ele já se foi.
__ Será que você não está somatizando as coisas, quer dizer.__ Você tá gravida, tá carente, estão cheios de problemas. __ Tem que dar um desconto, o cara tá uma pilha de nervos __ Imagina como deve ser para ele, se já era difícil pensar que mal consegue proteger você, imagina agora que você está levando o fruto do amor de vocês.
__ Eu sei Dani - eu digo tentando conter o choro __ Por isso tenho sido paciente, mas é difícil sabe.
__ Eu sei! - ela seca as minhas lágrimas __ Só tente um pouco mais, ok?
__ Vou tentar.
__ Bom vou deixar você dormir um pouco - então ela me beija e sai.
Adormeço, acho que realmente estou muito cansada por causa da gravidez. Acordo no meio da noite, procuro Juan mas ele não está do meu lado. Me levanto sobressaltada, onde ele está?
Pego o roupão, desço as escadas. Está tudo escuro, olho para o relógio e já é madrugada. Levo um enorme susto ao dar de cara com Arthur.
__ Sra. Perez, está tudo bem? - ele pergunta e meu coração está quase saindo pela boca
__ Desculpe! - digo __ Só vim pegar um copo de água.
__ Fique aqui - ele me ajuda a sentar no sofá __ Vou buscar! - então ele vai até a cozinha. Vasculho com o olhar tudo que consigo, procurando por sinais de Juan. Mas nada.__ Aqui senhora! - ele diz me entregando o copo com água
__ Obrigada.
__ Não tem de que - ele diz __ Precisa de mais alguma coisa senhora?
__ Na verdade não - eu digo.
__ Ok senhora, se me der licença vou continuar a minha ronda - ele começa a sair.
__ Arthur! - ele se vira __ Você sabe me informar onde Juan pode estar?
__ Achei que ele estivesse com a senhora no quarto - ele diz constrangido __ Bom, ele treinou até bem tarde, depois subiu.
__ Certo, obrigada!
__ Por nada senhora, se precisar de algo é só dizer - dou-lhe um sorriso forçado e ele sai.
Subo as escadas de volta aos quartos, se ele não está no nosso quarto. Só há mais duas opções. Entro no que antes era o meu quarto, logo que viemos morar aqui. As luzes estão apagadas, mas consigo ver a sombra de Juan jogada sobre a cama. Ele ainda veste as roupas de treino, parece cansado, suado e pela garrafa de uísque ao seu lado, bêbado.
Talvez em outras circunstancias essa cena não me doesse tanto, mas neste momento é como se todos os meus sonhos de felicidade se quebrassem ao meio, sabe aquela hora em que cinderela tem que sair correndo a meia noite, ou quando a branca de neve come a maça envenenada. É assim que me sinto agora, sem esperança.
Olho para o colar no meu pescoço Felizes para Sempre. Olhando para ele nesse momento, a única coisa que consigo ver é que o que eu trouxe para ele foram só infelicidades, nunca imaginei que eu pudesse transforma-lo nesse trapo de homem. Tenho vontade de correr até ele, abraça-lo. Dizer que ficará tudo bem. Mas será que ficará?
Abraço a minha barriga, que momento para você escolher vir ao mundo meu amor. As lágrima descem. __ Precisamos salvar o papai - eu sussurro para ele. Essa é decisão mais difícil da minha vida, mais do que me casar com Henry, mais do que sair de casa, mais do que qualquer outra que eu possa sequer imaginar.
Abandoná-lo é como dilacerar meu coração, mas o amo tanto que não posso permitir que sua vida se resuma a isso. Retiro o colar que ele me deu, olho para a nossa aliança, retiro-a. Seguro-a nas minhas mãos. Durante alguns minutos a seguro, quero deixá-la, mas a dor de abrir mão de tudo me impede, coloco-a novamente.
Ela é a prova de que o nosso amor um dia foi real, vou precisar dela para continuar vivendo. Procuro uma caneta, não posso ir assim sem dizer nada. Não encontro. Então usando o celular como ele fez comigo quando não podia falar, eu deixo o meu adeus. Volto ao meu quarto, não posso levar nada. Será difícil conseguir sair sem ser notada. Me troco, pego minha bolsa, meus documentos, passaporte, dou uma última olhada para a nossa cama. O nosso ninho de amor, o lugar onde tantas vezes fomos um só. Não consigo conter a dor que me invade, deixo as lágrimas caírem enquanto desço as escadas.
Vou me esgueirando tentando não topar com Arthur novamente, graças a Deus ele não está a vista, coloco a minha senha no alarme, assim ele não irá disparar, saio devagar. Tranco novamente a porta e saio caminhando sem rumo.
Ando pela praia deixando que o mar leve de mim essa dor, mas ele não consegue, é grande demais. Chego até o asfalto, já são quase cinco horas da manhã. Não poderia sair de carro sem ser notada, sento no primeiro ponto de ônibus que encontro. Não sei por quanto tempo esperei até o primeiro ônibus aparecesse. Dei sinal sem nem saber para onde me levaria, nesse momento eu só precisava sair dali.
Vinte minutos depois estou no centro, olho para o relógio, são 7:20h se tudo correr bem e o porre de Juan demorar a passar terei tempo de pegar o avião. Chego ao aeroporto, não sei nem para onde quero ir nesse momento.
Não posso ir para São Paulo, logo eles me encontrariam. Seria muito fácil de Henry me encontrar também, nesse momento só tem um lugar para onde eu quero ir, um lugar que sempre me lembrará o meu ogro.
Embarco, deixando para trás a minha vida, o meu amor, o meu "felizes para sempre".

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COMENTARIO

oi galera, deu pra notar que nada será tão simples nessa história. Será que Juan se arrependeu?
votem, comentem, compartilhem.
beijos

Felizes para Sempre - JustiçaOnde histórias criam vida. Descubra agora