Na face dele eu via raiva.
Percebi que ele me levaria para o amigo dele à força.
Comecei a roer a unha, sentir um frio subindo da ponta do pé até a barriga. A minha cabeça dizia "é melhor assim, você nem precisa dizer nada para sua família", mas o meu coração dizia " é um inocente que não tem culpa de nada, não faça isso!".
Eu estava numa situação, que eu não sabia para que lado correr, era o mesmo que dizer "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!".
Ele apertava o volante do carro com força, eu via o maxilar dele contraindo, era sinal que ele estava disposto a tudo para dar fim a gravidez, meu corpo começou a tremer, meu coração batia tão rápido que eu mal conseguia respirar.
O jeito que ele me olhava, era como se ele me culpasse por tudo.
— Você vai acabar com a minha vida se seguir com essa gravidez — ele batia no volante e acelerava, freava já quase ultrapassando o sinal.
— Para Miguel! — eu falei alto — a sua vida acabou? E a minha não?
Uma voz me dizia "sai desse carro, não vai com ele!".
Aquilo começou a me incomodar, o medo começou a me consumir, eu apertava o assento do carro com força, e eu só conseguia pensar no pior.
Estávamos se aproximando de uma farmácia " faz ele pensar que você também quer abortar" a voz gritou dentro da minha cabeça.
— Você tem razão Miguel, eu não estou pronta para ser mãe, e a minha família não vai receber a notícia de braços abertos. Mas ir ao encontro do seu amigo pode não ser uma boa ideia, ele pode acabar se aproveitando — falei olhando para ele, sentir que ele estava tenso e com o que falei fez ele relaxar um pouco.
— Então, o que você acha que devemos fazer? — ele reduz a velocidade do carro.
"Está dando certo " pensei.
— É melhor comprar um remédio, assim ninguém precisa saber — passei a mão na cabeça dele, fazendo ele baixar a guarda.
Ele concordou com a cabeça.
Em questão de segundos começou a chover muito, uma chuva forte com relâmpago, eu estava a poucos metros de casa "eu posso correr" a voz falava na minha cabeça.
Mas eu precisava fazer ele acreditar que de fato eu queria fazer aquilo, se não ele poderia me deixar trancada dentro do carro.
Então,comecei a passar a mão na nuca dele e falar o quanto eu o amava, sentir um enjôo e uma vontade de vomitar, nunca fui boa em fingir nada, mas naquele momento era necessário. Respirei fundo e continuei seduzindo ele, falei que a nossa relação poderia continuar, era só se livrar daquele pequeno incidente. Meu coração batia acelerado, de uma tal forma, que eu sentia ele dentro do peito.
Ele parou o carro próximo a farmácia e antes dele sair eu lhe dei um beijo apaixonado para fechar com chave de ouro a minha atuação, em resposta ele correspondeu a altura ficando até excitado.
Então ele saiu do carro, colocou a jaqueta na cabeça e foi correndo, entrou na farmácia.
Assim que eu vi que ele foi até o atendente eu abri a porta do carro devagar e sai abaixada.
Coloquei a mochila na costa, senti a água fria da chuva molhar o meu rosto, olhei novamente para a farmácia e comecei a correr como nunca tinha corrido na minha vida.
O medo tomou conta de cada fibra do meu corpo, a mochila batia na minha bunda, o sangue bombeava tão rápido que eu não sentia frio e sim calor .
Cheguei em casa toda molhada e assustada, minha mãe abriu a porta.
— Filha, você está toda molhada. Entra, tira logo essa roupa, se não vai ficar resfriada — a mão da minha mãe me envolveu me colocando para dentro.
Em seguida o carro do Miguel passou na frente da minha casa, ele abaixou o vidro do carro e me olhou, o olhar dele para mim, era de um homem que queria me ver morta com filho e tudo.
Eu não sei, se ele teria coragem de fazer algo de ruim para mim, mas eu estava me sentindo igual um carro, quando capota várias e várias vezes em um acidente, e fica com as rodas para cima.
Eu precisava contar para minha mãe que estava grávida e ver o que iria acontecer, ela poderia até me bater ou até me deserdar, sei lá, mas seria mais brando do que o medo que o Miguel fez eu passar.
Respirei fundo e já ia contar tudo para minha mãe ,quando o telefone tocou, era o Miguel, eu simplesmente gelei.
Atendi o telefone com as pernas tremendo, de medo.
E as palavras dele foram:
" Não conte para ninguém que eu sou o pai, que eu faço o que for possível por você e o bebê, e quando nascer eu dou o meu nome, se você contar pra alguém eu posso ser preso e perder tudo, eu posso até ir para o buraco, mais eu te levo junto, você escolhe!"Alguém pensa direito quando está sob pressão de todos os lados? Não!
Tomei um banho quente, me enrolei no lençol e minha mãe me trouxe um Nescau quente. Olhei para ela, e antes que pudesse falar algo, ela começou a chorar.
— O que foi mãe?
— O Daniel!
— O que foi que aconteceu com ele ? — Olhei para ela parada na minha frente — Fala mãe !
— Ele engravidou a Amanda!
Coloquei a mão na boca, sem acreditar no que ela falava, me levei da cama e abracei ela.
"é a sua chance, ela já está abalada, aproveita" pensei.
— Mais e agora? O que vocês vão fazer?
— Ele vai ter casar com ela e assumir o bebê. Isso é humilhante — ela limpa as lágrimas — com que cara eu vou falar com os irmãos da igreja?
— Mais já estão sabendo da gravidez? — Indaguei
— Não — ela se senta na cadeira — e nem vão saber. Eles vão casar o mais rápido possível, que é pra parecer que filho veio depois do casamento. Já avisei pro Pedro que se ele aparecer com alguma menina grávida aqui em casa, eu vou morrer do coração — ela levantou e começou a andar de um lado para outro, aquilo me deixou ainda mais aflita — Você filha…
— Eu o que ?
— Você é a única que nos dá orgulho de verdade. Estudiosa, obediente e nem pensa nesse negócio de namorar. Continue assim meu amor, estudar, trabalhar e depois namorar e depois casar — ela me abraça, eu fico perplexa com o que ela fala, sem ação, abraçando- a segundos depois.
Minha mãe me deu um beijo e saiu.
Eu me senti um verdadeiro monstro, com aquelas palavras. Se a minha mãe imaginasse o que eu andei fazendo embaixo no nariz dela, eu tenho certeza que ela não falaria isso nem de longe.
Peguei o travesseiro e coloquei na boca para abafar o sono dos meus gritos de desespero, só parei quando ouvir o celular vibrar era uma notificação de nova amizade no Facebook, abre e para a minha surpresa era da Stefhany.
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Oi gente, demorei mais apareci novamente kkkk.
Agora eu vim pra concluír todo o livro.
Espero que gostem do que vem por aí ...beijos e até o próximo capítulo ✌️🥰💖💖💖💖💖💖💖💖
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𝕺 𝖘𝖊𝖌𝖗𝖊𝖉𝖔 𝖉𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖎𝖗𝖊́𝖊 (Livro 1 )🔞
RomanceDesirée faz parte de uma família religiosa e muito conservadora. Ela acaba se apaixonado perdidamente pelo seu professor de matemática, o Miguel. Os dois vivem uma intensa relação, professor e aluna com muito sexo e tesão. Mas ela ver o seu mundo mu...