Capítulo 03 - Sapo de Chocolate

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Herbologia era uma matéria estranha, foi o pensamento de Elizabeth enquanto se despedia tristemente de Matt, tinham tido a aula juntos e como sempre eram a única dupla de casas opostas que trabalhava junta por escolha. Tinham conseguido, cada um, 10 pontos para sua respectiva casa, pelo bom trabalho, dissera a Professora Sprout, ela já sentia falta do amigo quando avistou Hagrid e uma porção de caixotes com uma espécie de lagosta pelada e perigosa, chamada de explosivins, que realmente explodiam vez ou outra.

Depois de uma longa e perigosa aula, onde tudo o que Elizabeth pensava era que se Lexie estivesse ali, talvez as coisas fossem um pouco mais fáceis, as turmas se dispensaram rapidamente, nem mesmo Harry e os amigos ficaram para trás.
Mas por algum motivo, Malfoy ficou, emburrado enquanto Hagrid lhe sugeria que o ajudasse a guardar os caixotes. Com medo que do que o loiro pudesse fazer, Liz se adiantou e ofereceu a Hagrid ajuda, esperando que ele dispensasse Malfoy.

-Ótimo, ótimo - disse Hagrid animado - Podem trabalhar juntos, ninguém quer perder pontos, não é mesmo?

Liz ouviu Malfoy murmurar alguma coisa não muito educada e depois algo sobre meu pai e trabalho de empregado. Logo os dois estavam sozinhos olhando as caixas de madeira, e os animais que explodiam vez ou outra. Malfoy estava prestes a ir embora quando Elizabeth o olhou com raiva.

- Nem. Pense. Nisso. - Disse entre dentes

- Você não espera que eu vá recolher esse... bichos...

- Não, eu espero que você me ajuda a recolher as caixas - A garota revirou os olhos, e Malfoy ficou estático enquanto ela levantava com dificuldade um caixote e o empilhava sobre o outro.

Malfoy permaneceu olhando, rindo vez ou outra do esforço da menina e por fim, quase como uma provocação, colocou o ultimo caixote no lugar usando a varinha. Elizabeth arregalou os olhos, se sentindo talvez a bruxa mais burra do mundo.

- Trouxas - Malfoy riu se virando

- Ah vai pra casa do caralho! - Eliza replicou, aquele fogo familiar ameaçando explodir por suas veias.

- O que foi que você disse?

- Você ouviu - Ela tomou a frente em direção ao castelo, Malfoy a alcançou com poucos passos e segurou o braço dela brutalmente. Para sua surpresa, ele se deparou com uma varinha apontada para sua cara e uma expressão furiosa.

Tudo o que Draco Malfoy sabia sobre Elizabeth Summers, era que ela era uma sangue-ruim da grifinória e que ela era a melhor amiga de Alexandra Leblanc da Sonserina, dizia ela, que a menina era muito talentosa, mas Malfoy não esperava que ela tivesse reflexos rápidos ou a coragem de apontar uma varinha em sua cara. A mão dele ainda apertava seu braço, e ela ainda o olhava com pura raiva, mas por Merlim, quando foi que ela ficou tão bonita?

Estavam com os corpos colados, Malfoy percebeu, os rostos próximos demais, ele também percebeu, e pela primeira vez viu que ela tinha, na verdade,  olhos verdes como esmeraldas, como a cor da Sonserina e o que quer que espreitasse para além daqueles olhos...

Ele a soltou recuando um passo.

Elizabeth percebeu que Malfoy estava ligeiramente amedrontado, ela poderia ter-lhe azarado, mas lembrou que precisava chegar cedo na aula de adivinhação para poder avisar a professora que iria encontrar o diretor e precisaria sair da aula mais cedo, ela abaixou a varinha e com a voz gelada disse: Nunca mais encoste em mim. Saiu andando sem esperar por um resposta.

Malfoy teve duas certezas naquele momento, aquela menina o odiava, de verdade, não o típico ódio de rivalidade dos adolescentes, mas algo profundo e  enraizado, a outra era que Summers estava definitivamente na casa errada.

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A sala do Professor Dumbledore continuava a mesma, Elizabeth acabava de passar pela porta após uma aventura com sapos de chocolates e a gárgula, o diretor manteve os olhos no exemplar do Profeta Diário, a testa franzida, mesmo quando perguntou como haviam sido as férias de Elizabeth e esta começou a relatar tudo sobre a Copa Mundial de Quadribol, a Marca Negra e sua descoberta sobre o Torneio Tribruxo.

Este último fato trouxe um sorriso aos lábios do diretor que finalmente a encarou por trás dos seus óculos meia lua.

- Muito perspicaz Senhorita Summers, como esperado. - Elizabeth sorriu, ela se sentou na cadeira de frente ao Diretor e esperou.

- Imagino que tenha muitas perguntas sobre o professor Moody e o torneiro, já lhe adianto que sei tanto quanto você sobre os últimos eventos, mas sim, o contratei para ajudar na segurança. Instrui o Prof Snape para ficar de olho no diretor de Durmstrang, mas imagino que a Senhorita queria cuidar disso por si mesma.

- Eu adoraria, mas imagino que eu esteja aqui por outro motivo... - Ela hesitou - Noticias de Berta Jorkins?

Dumbledore soltou um longo suspiro

- Ainda não, preciso pedir algo para você Elizabeth, mas não sei ser devo. Apesar de que a Senhorita vai continuar se intrometendo nestes assuntos de todo modo. Ainda é uma criança.

- Não sou criança - Ela disse friamente - Não desde os 8 anos...

- Pois bem - Disse o diretor após um longo, porém confortável, silencio. - Preciso que descubra informações com os alunos da Sonserina, eles devem comentar sobre as ações de deus familiares...

Elizabeth ficou em choque com a franqueza de Dumbledore, e percebeu o qual cansado o diretor pareceu de repente.

- Como?

- É muito amiga da Srta. Leblanc...

- Certo - Disse Liz sem expressão - Malfoy praticamente se gabou dos pais serem comensais da morte.

Os olhos de Dumbledore se estreitaram, e Liz repassou os eventos da floresta, diálogo por diálogo.

- Por um segundo tive a impressão - Ela se calou abruptamente, o que iria dizer era ridículo.

- Que o Sr. Malfoy não queria que você e a Srta. Granger fossem pegos no meio da confusão... - O diretor complementou e Liz olhou sem graça para o poleiro onde a fênix costumava estar - Precisamos olhar além das aparências as vezes, Srta. Summers, Draco foi criado em um ambiente muito diferente do seu, assim como a maioria dos seus colegas de casa.

- Mas não Lexie - Digo automaticamente.

- Lembre-se que nossas escolhes definem quem somos, não a nossa linhagem - Havia dor na voz de Dumbledore, e enquanto saia em silencio da sala, Liz se perguntou quantas coisas sobre o diretor ela não sabia, e o quanto  a dor dos dois era semelhante.

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Mais tarde naquele dia, Draco Malfoy foi transformado em uma doninha pelo professor Moody e Elizabeth teve o prazer de assistir a cena e dar boas risadas.

Moonlight - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora