Capítulo 34 - Potter

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Alexandra sempre soube que Elizabeth escondia alguma coisa, mas ela desejou que a revelação tivesse sido de qualquer outro jeito. Passaram-se semanas desde a descoberta na casa dos Dickens, mas o clima não havia melhorado muito. Nos primeiros dias, Eliza se manteve muito quieta, mal respondia quando os amigos falavam alguma coisa, Thomas naturalmente tomou a liderança do grupo, pelo menos Liz costumava apontar algumas falhas nos planos do garoto e corrigi-las.

Era o máximo que parecia se engajar e ninguém havia sequer tentado conversar com a menina, era claramente um plano impossível. Por outro lado, não foi muita surpresa para Lexie quando os pais bruxos da amiga foram revelados, ela sempre soube que Liz não poderia ser nascida trouxa, não pelo seu enorme talento e aptidões mágicas, mas pelo vasto conhecimento do universo bruxo, tipo de conhecimento que só se adquire vivendo nele.

Claro que Liz morava com a tia trouxa, o que aumentava as desconfianças de Lexie, mas foi depois que a amiga admitiu que seus pais haviam sido mortos por comensais da morte, que Lexie desconfiou da verdade e vinha dando sinais a amiga de que conhecia seu segredo, esperando que ela o confiasse, mas as coisas haviam acontecido de uma forma muito imprevisível.

O maior pânico de Lexie, era ver Liz se voltando ao mesmo estado em que ela vivera antes do quinto ano, uma garota reservada, obcecada por vingança, recentemente o grupo enfrentou dificuldades em seus resgates, estavam sendo caçados, não só por Comensais da Morte e membros do Ministério, mas também por Caçadores de Recompensa.

A situação era cada dia mais crítica, e Lexie se viu em um cenário onde nem mesmo a Ordem poderia sobreviver, eles mal tinham noticias dos outros membros, e Harry Potter parecia ter sumido do mapa. Eliza, no entanto, não parecia muito abalada por nada daquilo, ela lutou com mais afinco e fúria nas ultimas vezes do que Lexie jamais vira e, se não fosse por isso, eles provavelmente teriam falhado em resgatar o último nascido trouxa que despacharam para sabe se lá onde.

Tão rápido quanto a chegada da neve, veio o Natal, ninguém pareceu muito animado para procurar a família, o medo de serem seguidos ou de não encontrarem o que estavam procurando fora muito grande, Thomas conseguira enviar um patrono para os pais, depois de muitas tentativas e Matt fizera o mesmo. Liz pareceu um pouco melhor quando os meninos conjuraram os animais prateados, depois voltou a seu estado catatônico.

Como era natal, eles arriscaram frequentar o que Matt e Liz chamaram de fast food, uma especie de restaurante para trouxas que faz a comida bem rápido, não foi uma má ideia, comeram hambúrguer enquanto se hospedaram num motel a beira da estrada. O luxo não durou muito, voltaram a acampar na mata assim que passou o ano novo, a lista estava cada vez menor, fosse porque as pessoas estavam sendo salvas, fosse porque estavam mortas.

Tudo o que Lexie podia imaginar era quanto tempo levaria para Elizabeth sucumbir a própria mente, ou quanto tempo mais eles teriam que esperar e o que exatamente eles estavam esperando.

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Sentados em frente a lareira, Draco Malfoy e o pai mal se encaravam, desde a noite em que o pai fora libertado e assistira sem piedade o filho ser punido o clima era pura tensão entre eles. Draco deixava o pensamento vagar enquanto mirava o fogo na lareira, vez ou outra pensava em Eliza e no patrono reluzente que vira em sua janela, uma leoa, muito apropriado.

Quando a campainha soou, sua mãe percorreu o caminho para a porta pisando firme, era outra que não andava de bom humor ultimamente, e não ajudou em nada o fato de um bando de pessoas barulhentas irromperem pela porta da frente, como sempre Draco não estava realmente escutando a confusão, mas seguiu o impulso do pai quando este se levantou e disse com a voz arrastada

Moonlight - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora