Capítulo 36 - O Leão e a Serpente

20 1 1
                                    

Draco precisou de um minuto para os olhos se acostumarem a escuridão, alguns metros a sua frente se erguia uma casa, mas ele estava apavorado demais para gritar ajuda. O ar frio da noite enchia seus pulmões e a grama formigava em seus pés descalços, era a primeira vez que saia de casa em meses, mas não conseguia apreciar a situação enquanto Liz jazia imóvel em seus braços.

Ele precisava de um plano e rápido, continuava chamando o nome dela como se ela fosse despertar e lhe lançar aquele olhar travesso, mas não, ela se mantinha parada e imóvel. Ele estava se decidindo sobre gritar por ajuda, quando ouviu passos apressados vindos em sua direção.

Dois vultos saíram da casa e se apressaram em sua direção, as varinhas em punho iluminando o caminho. De longe ele distinguiu um homem e uma mulher, não mais que isso.

- Quem está ai? Identifique-se! - A voz do homem soou firme, mas Draco mal conseguia respirar.

- Ah meu Deus! - A mulher levou as mãos a boca e correu na frente do homem, ele pareceu um pouco perturbado mas a seguiu, a varinha ainda firmemente apontada para o casal caído no chão - Remo!

Então Draco os reconheceu, Remo Lupin estava parado olhando em puro choque dele para Elizabeth, seu olhar era severo e um pouco assustador. Ninfadora Tonks, por outro lado, parecia ter ignorado totalmente o rapaz e se ajoelhara ao lado de Liz, murmurando palavras que Malfoy não conseguiu processar.

- Precisamos levar ela para dentro!

- Dora... - Começou Lupin, mas o que quer que ele fosse falar foi silenciado por um olhar fuzilante da mulher, esposa, constatou Draco internamente.

Sem mais uma palavra, Draco ergueu Liz em seus braços e seguiu o casal para dentro da casa, era um lugar suave e aconchegante, fogo crepitava na lareira e havia o riso de crianças preenchendo o ar. Tudo foi abafado quando os quatro entraram na sala sem muita cerimonia e Tonks indicou um sofá onde Draco depositou o corpo de Liz o mais delicadamente possível.

Lupin se adiantou e começou a fazer movimentos ritmados com a varinha e murmurar feitiços que o menino não compreendeu, Tonks olhava aterrorizada do marido para a figura no sofá, Draco ficou ali parado, tremendo no meio da sala.

- Mas o que está acontecendo... Ah! - Por um segundo Draco pensou ter visto Belatrix, mas então seus olhos se ajustaram a mulher de cabelos castanhos claros com um ar muito mais bondoso, que assim como a filha, olhava horrorizada para a menina em seu sofá.

As crianças que estavam por ali haviam se escondido atrás de um casal de bruxos que olhava no mesmo estado de horror a cena, a mulher levou a mão ao coração e disse num sussurro.

- Foi ela que nos ajudou, aquele dia no parque... Salvaram as crianças...

Andrômeda tinha saído do estado de choque mais rapidamente do que os outros, puxou frascos e outras coisas de um kit de preparo de poções e começou uma rápida mistura, que faiscou em chamas douradas. Passou por Draco estático no lugar, por Tonks chorosa e por Lupin conjurando seus feitiços.

Ela derramou o conteúdo na boca da menina e um pouco de cor voltou ao seu rosto, Draco sentiu os joelhos fraquejarem. A maioria dos cortes fora limpo e alguns se fechavam devagar, Tonks agora segurava a mão da menina, quando Lupin finalmente abaixou a varinha, suor brilhava em sua testa.

- É o máximo que consigo fazer...

- Ah Remo! - Tonks choramingou, mas a atenção dele havia se voltado para Draco, o menino mal registrou sua expressão hostil, sinceramente não se importava, precisava que Elizabeth ficasse bem, abrisse os olhos!

- O que aconteceu? O que você fez? - A voz de Lupin o despertou, mas foi como se um tapa fosse estalado em seu rosto.

- Remo, por favor - Disse Tonks se levantando do lado de Eliza e apoiando a mão no ombro do marido - Tenho certeza que vamos ouvir uma explicação, mas no momento...

Moonlight - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora