Capítulo 93

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   MARATONA 1/5

Lc on

Vejo tudo em câmera lenta como se fosse a porra de um filme de terror, A Duda caída no chão em cima de uma poça de sangue chorando e gritando falando que estava perdendo o bebê

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Vejo tudo em câmera lenta como se fosse a porra de um filme de terror, A Duda caída no chão em cima de uma poça de sangue chorando e gritando falando que estava perdendo o bebê.

Entro em desespero mas não tenho forças para me mexer e me sinto a porra de um inútil, vejo os enfermeiros colocando ela em uma maca e levando ela desmaiada para fora do quarto.

A médica veio me atender e me explicou que o meus movimentos iam voltar em questão de minutos mas eu estava pouco me fudendo para mim, minha cabeça não saia da Duda e do meu filho que estavam correndo perigo na outra sala.

Lc- Como ela tá doutora? Me ajuda a ir lá nela. -Falo sem forças.-

Dra- Nós já ligamos para a sua mãe e ela está vindo, mas você não tem condições de ir até lá.

Lc- Ela tá bem? e o meu filho?

Dra- Sinto muito.. -Fala saindo da sala.-

Quando ela fala aquilo o meu coração quebra em pedaços e eu me sinto o homem mais triste do mundo.

(...)

Fui liberado pra vim pra casa e as meninas conseguiram transferência pra Duda lá pra um hospital pica da Barra, isso não vai trazer o meu filho de volta mas pelo menos a minha mulher tá sendo bem cuidada.

Ainda não consegui encontrar com ela, a mesma foi transferida antes de eu ser liberado e eu tô acamado nessa porra e não consigo nem levantar pra ver a minha mulher.

Ju- Toma Lucas, você ta sem comer nada desde que saiu do hospital. -Fala entrando na varanda do meu quarto com uma bandeija de comida na mão.

Lc- Não to com fome, pode levar de volta. -Falo me movendo na cadeira de rodas.-

Ju- Você precisa comer alguma coisa, por favor irmão.

Lc- Não tô com fome porra, quantas vezes vou ter que te falar? -Falo puto e ela nega com a cabeça.

Ju- Lucas tá todo mundo muito mal com tudo que aconteceu, mas ninguém tem culpa. Você precisa comer pra da forças pra ela quando ela chegar aqui.

Lc- Como ela tá? -Pergunto chorando mais uma vez.

Ju- Ela tá bem de saúde mas tá fudida psicologicamente, vai ser liberada e vai vim pra cá.

Lc- Quando isso?

Ju- Se não for hoje, amanhã. -Fala me deixando sozinho na varanda.

Olho para o céu e penso no meu filho(a), ainda não caiu a ficha que eu perdi ele tá ligado? É uma parada que eu sei que vou demorar pra entender. Por mais que eu nunca tenha chegado a conhecer o bebê, eu já amava tanto aquela criança que o meu peito chegava a doer.

Fiz planos, planejei altos bagulhos e já tinha mandado até o projeto do quarto pra arquiteta da casa nova. Dói pra caralho saber que eu nunca vou ter a oportunidade de pegar ele ou ela no colo, beijar a cabeça e ouvir o chorinho.

Mas o que dói mermo é que eu nunca vou poder ter a oportunidade de conhecer o meu filhote, saber como que ele era, se ia parecer comigo ou com a mãe dele, se ia ter o meu jeito ou a minha personalidade. Nunca vou ter a chance de saber nada disso, porque foi tirado de mim a oportunidade de saber.

Por mais que ele ou ela não tenha nascido, a dor de perder é tão grande quanto se tivesse, se bobiar até pior. Mas independente de qualquer bagulho  meu filho ou filha vai ser eternamente lembrado por mim, sua breve passagem por esse mundo nunca será esquecida, por mais que tenha sido tirado da gente tão cedo,  nunca vou deixar a sua memória morrer.

Mas agora eu tenho que ser forte e dá apoio pra minha mulher que deve estar tão triste quanto eu...

(...)

Estou tão inerte na minha propria cabeça que só noto uma segunda presença no cômodo quando sinto braços rodearem os meus braços, abro um sorriso sentindo o cheiro do perfume da minha mulher entrar no meu nariz.

Lc- Eai princesa, como você tá? -Falo envolvendo ela com os meus braços.

Duda- Indo né..

Lc- Sinto muito por isso, eu não sei nem o que te falar..

Duda- Tá tudo bem amor,  só não era pra ser agora.

Lc- A culpa foi minha, se eu tivesse tido força pra ajudar vocês.

Duda- Não Lucas, a culpa não foi nem sua e nem minha. Só não era pra ser agora, e parando pra pensar, a gente não tava preparado. -Ela fala e eu franzo o senho olhando pra ela.-

Lc- Voce tá se ouvindo? tá ouvindo a merda que tu tá falando?

Duda- Não fala desse jeito comigo, não me bota como vilã da história porque eu não sou, eu só não estou pronta pra ser mãe. E é claro que eu não queria que  isso estivesse acontecendo mas já que aconteceu não temos que ficar procurando culpado.

Lc- Não tô falando que a culpa é sua, mas acho muita sacanagem você ta quase comemorando que perdeu o nosso filho.

Duda- Comemorando? Você sabe o quando eu sofri dentro daquela porra de hospital? eu só não vou ficar me massacrando por isso Lucas.

Lc- Eu sei que foi difícil pra você, também foi pra mim.

Duda- Então minha vida, a gente já sofreu demais pra ficar se culpando. Nós vamos ter um, dois até três filhos se você quiser, só que não agora.

Lc- Jae Duda, eu não vou nem entrar nesse assunto contigo por que a gente não concorda.

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