Capítulo 94

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Maratona 2/5
Duda on

Sinto um incômodo chato na minha barriga, que me faz gemer baixinho de dor, sentindo uma sensação estranha, como se tivesse aberto a minha barriga e arrancado tudo meu por dentro

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Sinto um incômodo chato na minha barriga, que me faz gemer baixinho de dor, sentindo uma sensação estranha, como se tivesse aberto a minha barriga e arrancado tudo meu por dentro.

As lembranças de tudo que aconteceu vem com um flash e eu lembro de estar caída no chão sem forças para levantar.

Tento me levantar mas falho miseravelmente e sinto uma dor do caralho quando faço, caio de volta na cama choramingando.

Tia Ana- Calma meu amor, fiquei tão preocupada com você. -Corre até a mim e me abraça forte.

Duda- Meu bebê..Como ele tá? -É a primeira coisa que eu consigo perguntar quando finalmente encontro a minha voz.

Tia Ana- Me desculpa filha, eu nem sei como contar isso pra você. E eu nem posso imaginar a dor que voce irá sentir ao receber essa notícia, mas.. -Para de falar mais uma vez.

Duda- Falo logo, por favor...você tá me assustando.

Tia Ana- Infelizmente o bebê não resistiu e faleceu. -Fala caindo no choro.

Nunca imaginei que era possível sentir tanta dor de uma vez só ao ouvir aquelas palavras, palavras que partiram o meu coração em milhões de pedaços e que me marcariam para sempre.

Duda- Cadê o Lucas? como ele tá? -Consigo formar uma frase em meio as minha lágrimas.

Tia Ana- Ele já acordou e tá em casa meu amor. -Fala enquanto me abraça.

Duda- Eu não queria isso sogra, eu juro por tudo. Eu só queria conseguir realizar o sonho do seu filho. -Falo me derrubando em lágrimas.

Tia Ana- Nós sabemos disso Dudinha, mas vocês ainda tem muito tempo pra viver esse sonho. Tudo nessa vida acontece por um propósito, as vezes não era a hora certa de vocês terem esse bebê.

Duda- Ele queria tanto, não vou suportar passar por isso.

Tia Ana- Você vai suportar sim, você é uma das meninas mais forte que conheço e eu te agradeço por tudo que você fez e faz pelo meu filho, e pode não ser agora mas eu sei que vocês vão ser pais incríveis.

Sinto os braços da Ana me envolverem em um abraço e choro mais ainda com a cabeça no seu peito, jamais me imaginei passando por isso, essa dor de perder um filho é uma merda, não desejo essa pra ninguém, nem para o meu pior inimigo.

Nesses momentos me dá uma saudade absurda da minha mãe, do colo dela. Mas me dói muito saber que ela nunca me apoiaria em um momento como esse e agradeço aos céus por ter a minha sogra aqui comigo.

(...)

Depois de uma conversa super estressante com o Lucas a gente se encontra no mesmo quarto, cada um de um lado da cama sem olhar para a cara do outro.

Ele me entendeu super errado, é claro que eu não queria ter perdido o meu bebê, eu tô sofrendo pra caralho por isso.

Lucas continua quieto, a dor continua lá e eu sei que ele está tentando ser forte por mim. Me aproximo dele na cama e acaricio seu rosto e fecho os olhos, sinto quando sua mão para em cima da minha barriga e acaricia a região, não demora muito e eu escuto um soluço baixo deixar seus lábio.

Abro os olhos e vejo o Lucas com os olhos vermelhos e lágrimas descendo sem parar pelo seu rosto. Não me aguento e choro também, abraçando seu peito com mais força, seu choro é baixo e angustiante, eu queria poder tirar essa dor dele, não aguento ver ele assim.

Lc- Me desculpa por ter gritado amor, você não tem culpa de nada.

Duda- Tudo bem minha vida, eu me expressei errado também.

Lc- Quando você estiver pronta eu vou ser o homem mais feliz do mundo.

Ficamos ali grudadinhos sem dizer uma palavra, eu sabia o quanto ele queria isso e eu estava disposta a abrir mão dos meus sonhos para realizar o dele.

Mas Deus não quis assim e agora a gente tem a oportunidade de planejar uma criança em um momento melhor para todo mundo.

Depois de um tempo fazendo cafuné no Lucas ele dormiu e eu desci para ficar com as meninas que vieram me visitar.

Gi- Eai amiga, como você tá? - Fala assim que eu sento no sofá.-

Duda- Bem na medida do possível né amiga.-Falo encostando a cabeça nela que me faz cafuné.

Ju- Você tá sendo tão forte minha amiga, eu nem imagino a dor que você tá sentindo.

Duda- A dor não vai passar por agora, e eu entendi isso. As vezes eu fico pensando se não é Deus me castigando por ter falado tantas vezes que a minha vida acabou.

Lara- Nem pensa nisso Duda, Deus não tá te castigando por nada. Você teve a reação que qualquer uma teria, você é nova tem muitos sonhos e um bebê ia atrasar isso.

Ju-Nossa Lara, não fala assim. Uma criança não atrasa nada, as vezes até te ajuda.

Lara- Ai amiga desculpa, no seu caso realmente não atrasou, o Pedrinho é ótimo e é o nosso amor todinho mas não seria bom se você pudesse escolher quando ele viria? A Duda tem uma vida inteira pela frente, da pra ela ter até 10 bebês se ela quiser.

Duda- 10 bebês é demais para o meu corpinho, mas agora eu vou pode planejar com calma o meu futuro, quando eu estiver mais estabilizada eu penso em um bebê.

Gi- Eu entendo o que a Ju tá falando, porque dizendo desse jeito da a entender que vocês não queriam o bebê. -Fala e a Ju concorda.

Lara- Gente nada haver, não viaja. Mas falar ao contrário infelizmente não vai trazer ele de volta.

Duda- Eu tive a mesma conversa com o Lucas mais cedo, e não terminou muito bem. Mas cada um tem um ponto de vista e tudo bem.

Ju- É, não vamos entrar no assunto. A gente veio aqui para se distrair.

Lara- Eu comprei salgadinho pra gente. -Fala levantando e indo para cozinha.

Gi- Vamo assistir os capítulos de Vai na Fé?

Duda- Vamos, nem assisti essa semana.

Deitei com as meninas e passei o resto da noite assistindo Vai na fé e rindo muito.

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