Na quarta sessão eu estava num momento de êxtase tão grande por ver Lauren depois de um fim de semana marcado por dúvidas e saudades que não consegui dizer uma palavra a ela. Fiquei muda, estranho, não é? Passei o tempo inteiro com os meus olhos fixos na direção daquela mulher que me tirava o sono. Confesso que a minha imaginação me permitia despi-la inteira. O meu corpo reagia ao perfume sedutor e ao mesmo tempo suave que exalava da pele dela. Putz! Eu estava dando sinais visíveis de desejo aguçado. Meus olhos vermelhos também denunciavam as minhas intenções, tanto que Lauren se levantou duas vezes para mexer em algumas folhas que estavam soltas na sua mesa sem que nada tivesse para ela verificar. Era uma fuga, Lauren fugia dos sentimentos que ela sabia que estava despertando inconscientemente em mim.
"O que precisa ser feito para nós amarmos alguém? Acho que nada, nem ninguém poderá responder essa pergunta, porque o amor é rebelde, não tem regras e só obedece aos seus próprios estímulos." Era o que eu sentia, como uma febre dentro de mim.
Na última vez em que Lauren voltou a sentar de frente pra mim, meu olhar buscou o dela com tamanha intensidade que eu não pude resistir.
- Senti saudades de você – disse num impulso. Lauren desviou o olhar, e eu pude ver na sua expressão pela primeira vez o quanto as minhas palavras a deixavam perturbada.
- É normal que sinta saudades de desabafar sobre as suas... Angústias. – ela hesitou ao dizer.
Sorri pelo cantinho da boca...
- Senti saudade do seu olhar.
Ficou calada durante quase quarenta minutos – desconversou. Ajeitou o jaleco no corpo, fechou um botão– Quer me falar sobre o seu fim de semana?
- Fugi de casa no domingo. – disparei.
- Por quê? – firmou o olhar interessada.
- Fui ver Ariana. – encarei-a.
- Sua namorada? – perguntou sem demonstrar qualquer sinal de ciúmes.
- Não. Ariana é uma amiga.
- E antes, era sua namorada? – insistiu.
- Quase.
- Era uma "ficante", como vocês costumam dizer.
- Moderninha, hein? – levantei... Caminhei pelo consultório. Parei atrás da poltrona dela. Inclinei um pouco o corpo e sussurrei no seu ouvido: - Nos beijamos.
Lauren respirou fundo e se afastou para frente. Encostei as duas mãos, uma em cada lado do seu ombro e os apertei de leve. A mulher ficou estática, com os músculos retraídos. Busquei com os olhos uma avaliação rápida da sua reação. Seus pêlos dos braços estavam alterados, levemente arrepiados, e deixavam transparecer que ela havia, de alguma forma, reagido ao meu gesto impulsivo.- Pode sentar no divã por favor? – disse sutilmente.
- Sensível. – dei a volta na poltrona. Parei de frente a ela.
- O quê?
- O meu hálito quente no seu pescoço fez os pêlos do seu braço direito se arrepiarem – agachei-me na frente dela – Quer que eu seja sincera? – firmei o olhar, no mesmo instante em que ela disse:
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Minha Doce Psicóloga
KurzgeschichtenO que fazer quando seus pais não aceitam sua orientação sexual? Se a vida te dá limões, faça uma bela limonada... Após uma briga com os pais, Camila é obrigada a frequentar uma psicóloga, mas durante as consultas algumas coisas acabam acontecendo...