Delusion | a freuri fanfiction

oito | sem finais felizes

yuri's pov

Saio correndo o mais rápido possível. Quero sumir daquele lugar e nunca mais voltar.

Sinto meu coração palpitando fortemente. Enquanto corro para a saída, passo por diversas pessoas que param o que estão fazendo para me olhar. Me analisar.

Tento chegar até a saída, mas sinto alguém puxando meu braço. Tento fazer força para aquela mão deixar de me tocar. Com sucesso, a mão se desprende de mim. Continuo meu trajeto até a saída do ICAES, mas ouço alguém chamando o meu nome.

— Yuri — reconheço essa voz, é Jennifer.

Paro de correr e viro meu corpo. Jennifer está parada próxima de mim. Apenas olho para ela. E sem a necessidade de explicar nada do que estou sentindo, ela vem até mim e ergue seus braços. Correspondo e abraço ela também. Nesse exato momento. Com os braços da Jennifer me segurando e eu colocando todo o meu peso sobre seu corpo, e acabo chorando feito uma criança. Me desmorono.

Lágrimas saem dos meus olhos e caem em minhas bochechas. Molhando minha pele como um rio enchendo um leito seco.

Sinto os olhares das pessoas sobre mim. Mas por um momento, não me importo com isso.

Os dedos de Jennifer percorrem meu cabelo. Depois de alguns minutos chorando, me desprendo do seu corpo e inclino minhas costas para trás.

Olho para ela. Ainda sem dizer nenhuma palavra.

— Vamos conversar — aconselha Jennifer, alisando meu rosto.

Aceno com a cabeça, concordando.

fred's pov

Me encontro parado, como uma estátua. Várias pessoas me encaram, não só isso, elas ficam cochichando um no ouvido do outro.

Aquilo passa a me incomodar. Minha garganta parece que está fechando aos poucos. Minha boca está começando a ficar seca. Minhas pernas tremem como galhos secos em um vendaval. Sinto meu coração palpitar cada vez mais forte. Aquela multidão parece que está aumentando cada vez mais.

Procuro por Otávio e depois de alguns segundos consigo achá-lo. Sem necessidade de chamá-lo, apenas com um olhar, ele entendeu meu recado. Quero sair daquele lugar o mais rápido possível.

Minha garganta parece estar fechada mais rápido do que o normal. Minha respiração está descontrolada. Para complementar, não só minhas pernas, mas agora minhas mãos estão começando a tremer. Sinto que eu vou desmaiar a qualquer momento. Olho mais uma vez para Otávio, que agora vem em minha direção em uma rapidez considerável.

Quando Otávio me alcança, ele apoia uma de suas mãos em meu ombro. Olha nos fundos dos meus olhos tentando entender o que acabou de acontecer e o que está acontecendo nesse exato momento.

— Fred, você está bem? — Pergunta Otávio.

Com a cabeça, aceno que não estou me sentindo bem. Tento fazer um esforço para falar e consigo.

— Quero ir para a minha casa.

Minha voz sai ofegante, mas ele consegue entender.

Encaixando seu braço no meu, Otávio me ajuda a sair daquele lugar.

Levanto um pouco minha cabeça e consigo ver que algumas pessoas estão com seus celulares na mão me filmando. Quando eu vou saindo do meu lugar, essas pessoas começam a chegar mais perto de mim com seus celulares quase apontados na minha cara.

Ouço algumas pessoas fazendo comentários. Outras me acompanhando e uma porção tirando fotos e gravando.

Quando um deles tenta chegar perto de mim, Otávio empurra a pessoa e o celular dela no chão.