seis | cara a cara

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***CAPÍTULO NÃO REVISADO, RELEVEM QUALQUER ERRO.***

yuri's pov

Sabe aquela sensação de quando você vai pular em uma piscina pensando que a água deve estar quente, mas no momento que você mergulha e a água toca sua pele você sente que não estava quente mas sim, fria, congelante, de tremer. Foi essa a sensação depois da minha conversa com a psicóloga no ICAES. No começo eu meio que estranhei essa disponibilidade de psicólogos na faculdade, depois alguns veteranos foram me explicando de como que era esse evento que estava sendo sediado no dia e como isso realmente ajudou algumas pessoas, logo pensei que poderia ser uma delas.

Assim como foi explicado, marquei um horário com uma mocinha e fui para a aula normalmente. Quando deu meu horário da consulta, eu fui liberado pelo professor e fui até a sala que era para eu estar. Não vou negar que enquanto eu estava questionando para mim mesmo se eu realmente preciso disso, e sim, eu preciso. Paro em frente a porta e dou algumas batidinhas para a pessoa saber que eu cheguei.
— Entre! — Ouço atrás da porta.

Adentro na sala e é nesse momento que tudo começa.

A psicóloga é uma moça que tem seus 50 anos, sua pele é linda e radiante, seu cabelo loiro está preso em um coque. Sentada com as pernas cruzadas, ela possui um caderno apoiado em sua perna, deve ser ali que ela anota todas as coisas de cada paciente que passou por aqui hoje.

Ela me olha e sorri. Devolvo outro sorriso para ela.

Com uma de suas mãos, ela gesticula apontando para a cadeira, me convidando para se sentar.

— Por favor, sente-se, Yuri.

— Ah, claro. — Me sento rapidamente, cruzando minhas mãos olhando pra ela.

Não sei como começo e por onde começo. Minha única solução é ficar quieto, apenas olhando para ela e para minhas mãos. Olho para ela e dou um sorriso.

— Por onde vamos começar, Yuri? — Ela pergunta.

— Não sei. — Dou outra risada. Porque estou rindo tanto? .

— Você não tem algo para nós discutirmos?

Paro por um momento. Tenho sim. Tenho algo que eu quero falar.

— O que fazer quando você sempre foi apaixonado por uma pessoas e depois você descobre que essa pessoa sente o mesmo por você? Além disso, você sempre está tentando fazer de tudo para esquecer, ou até substituir, tal pessoa, mas nada está resolvendo. Você sempre está tentando lutar contra isso, mas já está se esgotando.

— Uau! Para quem não tinha nada para falar. — Nós dois rimos. — Vamos dando um passo de cada vez.

E foi assim que minha conversa com a psicóloga foi. Falamos de tudo um pouco. Obviamente, meus sentimentos foram o principal assunto, além de ser toda a razão de eu estar precisando falar com uma psicóloga.

Basicamente, o que ela me disse na consulta foi que eu tento esconder tudo o que eu sinto com algo totalmente desnecessário pelo simples fato de eu não querer enfrentar tal coisa. Foi assim com o Fred, quando eu optei por esquecer ele e tudo o que aconteceu entre nós e simplesmente achar que a melhor resolução para isso é ficando com Alice, uma garota que gosta muito de mim, mas que eu não sinto nada por ela.

Tal como se fosse tapar um buraco com cimento, mas esse cimento nunca seca, o resultado disso é que com cimento ou sem cimento, o buraco sempre vai estar lá. Temos duas opções em relação a esse buraco, ou eu posso deixar ele lá, ou eu posso ir tentando tampar, mas pode ser que o buraco acabe aumentando mais ainda.

Delusion | a freuri fanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora