𝑆ℎ𝑖𝑓𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔- 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳

Capítulo 1

E se eu não me sentisse de corpo presente aqui, como se minha alma flutuasse pra um mundo imaginário com tanta facilidade ao ponto de me fazer acreditar que não sou real, eu seria louca?

Bem, aparentemente, era o que minha psiquiatra me dizia em quase todas as nossas consultas, então, aparentemente, eu era louca. Geralmente eu era alucinada pelo mundo fictício e gostava da ideia de parecer um personagem de ficção algumas vezes, mas é óbvio que em algum momento isso ia ter que me afetar mentalmente. Uma garota não pode sonhar no Brasil, mas eu fui além disso, sonhei demais.

Repassava meu script em minha mente mil e uma vezes enquanto voltava pra casa, o plano de viagem era simples: Voltar em 2009 e fazer meu garoto preferido se apaixonar por mim, tudo bem que eu já estava um pouco velha demais pra pensar nessas coisas, ele não era tão mais velho que eu, já que eu tinha chegado nos vinte e um e ele tinha acabado de fazer trinta e três recentemente, porém, era intocável pra mim e tinha uma esposa linda, é óbvio que, pelo menos nesse universo, minhas chances estavam frustradas.

Pisco diversas vezes tentando trazer minha cabeça de volta pra realidade quando uma buzina alta me assusta, esse trecho era sempre o mais perigoso e o meu motorista super particular de um ônibus lotado não era lá tão paciente.

— Tira essa porra do meio do caminho!— Ele grita com a cabeça pra fora da janela e minha testa se franze no mesmo momento.

— Esse é dos meus.— Um senhor fala ao meu lado e eu decidi colocar meus fones enquanto a viagem de ônibus parecia ainda mais arriscada.

Na playlist, é óbvio que não podia faltar minha banda preferida e minha obsessão por eles era avassaladora ao ponto de me fazer esquecer que estava prestes a sofrer um acidente com o louco do motorista na direção.

O resultado? Gritos e mais gritos eram ouvidos por todos os cantos enquanto "Bad Love" tocava em meu ouvido, senti meu corpo sendo jogado pra frente com força enquanto minha cabeça batia com mais força ainda contra a barra de ferro que geralmente eu usava pra me apoiar. O ônibus capota tanto que eu nem sequer consigo sentir o ar, apenas desespero e mais desespero, me fazendo apagar de vez.

Era a minha cara me envolver em um acidente com Tokio Hotel tocando na minha cabeça. Que eu morresse com estilo

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Apenas uma introdução pra apresentar a ideia da fic pra vcs! Espero que gostem!