𝑆ℎ𝑖𝑓𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔- 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳

Capítulo 4

Eu me mexo inquieta na porta da escola, eu dormi na casa de Maddy junto com Gabi e Liv, passamos a noite conversando sobre os acontecimentos de ontem e até agora nenhuma delas tinha parado de falar das suas paixões individualmente.

— Onde é que aquele cabeça oca se meteu?- Lívia bate o pé e bufa, impaciente.

— Me chame de cabeça oca de novo e você fica pra trás.- Pierre aparece ao nosso lado e eu nunca me senti tão aliviada em vê-lo em toda a minha vida.

— Você não ousaria!- Lívia iria agredir meu irmão verbalmente se os pais de todos nós não tivessem saído de seus carros.

As garotas foram até os pais delas pra despedirem enquanto minha mãe aparecia sozinha, ela me abraçou como se fosse a última vez que fosse me ver e eu sufoquei, quase pedindo arrego de seu abraço se ela não tivesse me soltado antes.

— Casaco, protetor solar, roupas o suficiente? Pegou tudo?

— Tudo, mãe...- Eu fico um pouco vermelha e ela sorri, me abraçando de novo, mas me segura pelos ombros quando parece lembrar de algumas coisa.— Proteção?

Pierre começa a tossir e eu arregalo os olhos, olhando para os lados como se ela tivesse gritado aquilo num mega fone.

— Manhê!- Escondo meu rosto entre minhas mãos e Pierre se afasta de nós, tão constrangido quanto eu.

— Bem, pela resposta eu já vi que não, tome cuidado!

E depois de mil e uma formas de me repetir a mesma frase, conseguimos nos despedir de Nossos pais.

A viagem foi cansativa e eu dormi a tarde inteira pra conseguir ficar bem acordada quando estivesse perto dos meninos, depois de prontas, eu consegui me olhar no espelho e achar o que vi a altura do evento, as garotas também estavam incríveis e eu sabia que a noite ia ser inesquecível.

O lugar estava uma loucura e nós ficamos do lado da estrutura do palco, só tinha a gente ali, com bebida e comida a vontade, ordens da banda. Me senti importante.

Quando o show começou, meus olhos brilharam tanto que poderiam facilmente fazer parte da iluminação do show. Involuntariamente os garotos entraram procurando por nós e eu agora podia dizer que estava fazendo Dezessete anos, meu aniversário acabou de começar.

Tom e Georg tocam olhando pra nós enquanto surtamos nada disfarçadas em nossos lugares. Bill entra cantando Noise e eu simplesmente surtava só de ouvir a voz de Tom no fundo.

Quando ele cumprimenta a plateia depois de mais duas ou três músicas, tocam Pain of love e todas nós deliramos com o solo de Tom. Cada parte do show, cada lágrima rolada, cada lamento por ser o último valeu a pena, eu estava triste por eles, mas como fã, realizada por ter feito parte desse momento tão especial.

Eu e minhas amigas ficamos em uma sala separada esperando por Pierre e os garotos, estávamos cantando e relembrando cada parte do show.

— Imagine quem alisou o cabelo quando o Tom começou a jogar água.- Lívia pausa as brincadeiras pra comentar.

— Acha que elas se importam?- Maddy fala com a voz fina pela empolgação enquanto eu mal tinha voz, tanto pelo frio quanto por ter gritado demais... no frio.

— Nós estávamos no melhor lugar possível e ainda assim senti inveja das meninas nessa hora.- Lívia se senta na mesa central da sala e cruza as pernas.

Geralmente minhas amigas tentavam não transparecer tanta diferença de personalidade quando estavam perto de mim, elas sempre me protegeram de tudo e sempre me julgaram inocente demais pras coisas, tanto que nunca tinha beijado ou ido além disso com ninguém, mas não por querer e sim por esperar... patético, mas verdade...

Elas já tinham feito tudo isso e um pouco mais, sem contar que eu era a mais nova no meio delas.

— Ainda está uma loucura lá fora, vamos ter que ir sem eles.– Pierre entra depois de um tempo e eu fico de pé.

— Pra onde vamos?- Eu pergunto e as meninas param ao meu lado, Pierre sorri malicioso e pega a chave do carro de alguém, a girando nos dedos.

— Seu aniversário ainda não acabou e acho que posso te deixar sair da linha pelo menos hoje, mas não conta pra mamãe.- Ele se vira e nós quatro comemoramos em uníssono.

Finalmente, diversão de verdade.