𝑆ℎ𝑖𝑓𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔- 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳

Capítulo 6

Tom Kaulitz

Eu já tinha perdido a noção de quanto tempo estávamos aqui e até agora tudo parecia tranquilo demais, Pierre sabia que era perigoso nos expor em qualquer festinha, por isso só tinham mais adultos aqui, ainda assim, minha mão estava coçando de vontade de tirar a Nell daquela pista.

— Eu não sabia que a sua irmã dançava.— Bill dá uma cotovelada em Pierre e o garoto me olha, ele sabia exatamente o que eu estava pensando.

Por algum motivo, desde a primeira vez que vi Nell eu simplesmente não parei de pensar nela, e não, isso não foi ontem na escola dela, já tem meses... Nell estava estudando e presa em seu quarto, por algum motivo desde que conheço Pierre eu nunca tinha visto Nell fora de seu quarto a não ser ontem. Eu estava no quintal com os garotos curtindo piscina quando olhei pra cima e vi Nell lá dentro, ela estava de fones e dançava pelo quarto com uma camisa larga, eu no momento fingi que não vi pra ninguém brigar com ela, mas depois disso a minha curiosidade pela garota só cresceu e... tem alguma coisa nela que me força a ficar perto, mesmo sem que eu entenda porque. Pelo menos eu podia escolher se ficaria por perto implicando ou não.

— Nem eu.- Pierre toma outro gole de sua bebida enquanto os olhos de Nell se viram em minha direção. Ela já tinha bebido demais, eu deveria ter impedido, mas não podia simplesmente mandar nela, por mais que eu estivesse quase passando por cima disso.

Nell me chama com um dos dedos e eu derrepente olho para os lados, como se ela estivesse falando com qualquer outro cara. Pierre sorri malicioso e me empurra pra frente, eu derrepente fico tímido por ter deixado Nell me desestabilizar assim, mas parecia ser um poder dela.

— Você já está exagerando demais, não acha?- Eu me aproximo dela com os olhos fixos nos seus e Nell dá de ombros, se aproximando de mim também e me puxando pra perto de si pela camisa.

— Não pensei que logo você seria tão mandão a esse nível.- Ela resmunga e seu corpo desliza sobre o meu com facilidade, me fazendo ofegar. Ela se mexia enquanto eu ficava completamente parado.

— Eu sou o rei da diversão, gatinha.- Tento forçar um sorriso, mas a verdade era que eu estava surtando por dentro, coloco minhas mãos no bolso da frente da calça, pelo meu próprio bem tentando não tocar nela.

— Então se divirta e tire essa cara emburrada daí- Reviro os olhos e percebo as amigas de Nell nos encarando disfarçadamente de novo, elas estavam com um pouco de vergonha dos outros garotos, o que me fez rir já que Nell era a mais tímida no meio delas, mas eu sabia que essas eram as piores.

Nell enrosca os dedos em minha camisa e eu me desequilibro por um tempo, vou cambaleando até uma parede ali perto, estava um pouquinho mais escuro aqui, mas sabia que ainda estávamos na vista dos meninos, não podia perder eles.

Por impulso minhas mãos saem dos bolsos e eu me apoio na cintura de Nell pra continuar firme.

— Ficou doida?- Eu Reclamo quando minhas costas bate com tudo na parede, mas Nell apenas mantém o sorriso atrevido nos lábios.

— É hora da minha vingança guitarrista.- Sua voz aveludada não ajudava em nada o meu autocontrole, mas sabia que poderia passar a noite toda sem tocar nela, mesmo me remoendo de vontade, isso era ok pra mim.

Nell levanta os pés e passa a unha em meu pescoço, trinco o maxilar olhando em seus olhos com a mesma intensidade e o rosto sério,  ela une seu corpo no meu e se movimenta no ritmo da música enquanto eu sinto cada nervo do meu corpo implorando pra que eu a tirasse daqui logo, mas eu não podia, não com a Nell.

Aos poucos sinto meu corpo finalmente entrando nos eixos e se acostumando com as provocações dela, então seguro sua mão e a giro enquanto ela dança, acabo sorrindo com o quão ela estava se divertindo com isso, comigo. Era importante deixar ela se divertir mesmo sem saber do perigo que tá correndo. Nell se vira de costas e é aí que o meu mundo vira de cabeça pra baixo e sou pêgo de surpresa.

Agora ela me incentiva a me mexer com ela e eu o faço, pensando que dessa forma seria mais fácil, mas não era... Nell passa os braços por meu pescoço enquanto estava de costas e eu começo a ficar ofegante, aperto sua cintura dos dois lados, tentando afastar mesmo que pouco seu quadril do meu, mas óbvio que isso não era o suficiente.

— Chega de dançar por hoje, o que acha?- Desço até seu ouvido e sinto seu corpo arrepiando, ela estava reagindo a cada ação minha e eu precisava fazer isso parar.

Nell não me responde, apenas desliza as mãos por seu próprio corpo e joga o tronco pra frente, seus cabelos acompanham o movimento e, daqui de cima isso estava perfeito, sinto o ar faltar por longos segundos e enlaço uma de minhas mãos em seu cabelo, a puxando pra cima de novo e voltando a colar seu corpo no meu, com a outra mão, seguro seu pescoço e deixo minha boca bem próxima de seu ouvido.

— Eu mandei parar.

— Você não manda em mim.- Ela repete e se insinua contra mim de novo.

— Se não estivesse tão bêbada talvez te provaria o contrário.- Resolvo entregar os pontos, mesmo sabendo que se eu ficasse com Nell, eu não iria conseguir deixá-la em paz um instante sequer.

— Eu ainda não estou, Kaulitz, mas vou ficar.- Ela provoca e eu a viro de frente pra mim, irritado e excitado pra caralho.

— Não vai não.- Eu declaro e a pego no colo, jogando-a em meu ombro enquanto ela tenta desesperadamente abaixar a saia de sua roupa. Eu lhe dou um tapa forte na bunda e ela responde socando minhas costas.

— Você é um idiota!- Nell declara e eu dou um sorriso malicioso.

— Eu sei, e você gosta.

— Maldita hora, senhor!- Eu dou risada e a coloco de volta no chão, agora estavam todos sentados em uma mesa, mais no canto, só faltava eu e Nell.

A coloco entre mim e Bill, que conversava com Maddy entretido no assunto, todo mundo aqui parecia estar se divertindo e se dando bem, porque é que eu sempre fico com as complicadas?

Coloco minha mão na coxa de Nell e incentivo que abra as pernas, ela me olha com o rosto corado, mas se tinha pensado que ia sair ilesa, eu mostraria que ela estava errada.

Nell trava as pernas e eu volto a sussurrar no ouvido dela.

— Acho bom me obedecer, não vai querer me ver irritado Nell...- Concerto minha postura no estofado de couro da festa e Nell da de ombros, colocando sua perna por cima da minha.

Eu nunca saberia quem estava no controle da situação, nem queria entrar em um jogo de gato e rato com Nell, mesmo sabendo que eu deveria esquecer ela, sabia que isso não ia rolar e agora eu não sabia quem estava mais ferrado. Ela ou eu.