Capítulo 5

31 3 1
                                    

Entramos em um lugar que sinceramente era lugar propricio pra tudo, merdas, brigas, tudo...
Pierre se junta a nós quatro e fazemos uma rodinha.

— Eu não quero confusões e nem exageros, vocês ainda estão sob a minha responsabilidade, por favor, cuidado e qualquer coisa eu vou estar por perto, okay?- Pierre beija a testa de cada uma e como um passe de mágica, parece que nem veio com a gente.

— Como ele fez isso?- Gabi olha pros lados e realmente, não dava pra ver meu irmão em lugar nenhum.

— Sei lá, vamos apenas aproveitar...- Eu dou de ombros e as garotas me arrastam pra pista de dança.

Ao contrário do que pensei, as meninas preferiram dançar antes de qualquer outra coisa e, pra ser sincera, éramos boas nisso sem modéstia. Meus cabelos se agitavam conforme eu dançava e derrepente aquela garota contida e tímida tinha ido embora.

Me afasto delas pra tomar um pouco de água, por mais que fosse tentador experimentar beber, eu não o faria, queria curtir cada instante dessa noite bem sóbria. Antes que eu pudesse virar meu copo gelado de água, Tom o toma da minha mão.

— Licença?- Eu pego o copo de volta, pensando que poderia ser uma brincadeira sem graça por ele ter chegado sem avisar, sei lá! Mas ele volta a tomar o copo da minha mão.— Tom! Que merda!

— Você não tem idade pra beber.- Ele fala sério e leva meu copo até o nariz, me fazendo revirar os olhos.

— Não que isso seja da sua conta, mas eu não tô bebendo.- Tomo o copo dele e viro, sentindo minha boca seca se aliviar com a minha boa e velha água gelada.

— Boa garota.- Ele fica ao meu lado e eu me seguro pra não agredir o cara que me faria desmaiar apenas porque ele respira.

— Se eu quisesse beber, você não teria nada haver com isso.- Resmungo, observando os outros garotos se divertindo com as meninas.

— Fodase, não vai beber na minha presença.- Ele dá de ombros e escora os cotovelos no balcão atrás de nós.— Pierre me pediu pra ficar de olho em você.

— Desde quando você dá um de segurança particular? Você não manda em mim.- Tom sorri em descrença e morde o lábio, seu rosto se vira lentamente em minha direção e seus olhos percorrem meu corpo inteiro, me causando arrepios.

— Eu acho que mando, sim...- Tom fica a minha frente e coloca suas mãos uma de cada lado do meu corpo, eu perco um pouco meu foco e começo a olhar para os lados.— Você gosta tanto de mim que fazer o que eu mando é quase um privilégio pra você, Nell.

Eu encaro a correntinha em seu peito, sentindo seu cheiro me deixar ainda mais tonta, penso que minhas pernas podem falhar a qualquer momento.

— Não sou eu que sabe tudo sobre uma pessoa que nem conhece.- Tom dá de ombros e seu sorriso volta a me deixar repleta de borboletas no estômago.

— Mas você sabe tudo sobre mim, é apaixonada por mim, Nell.

— Então, já que é recíproco posso deduzir o mesmo?- O pego de surpresa, mas nada poderia ter me atingido mais que a sua resposta.

— Não, eu apenas fiz o que Pierre me pediu.- Meu sorriso quase morre e o de Tom ganha força, e eu não tinha percebido que estávamos competindo alguma coisa.

— E o que ele te pediu?

— Pra fazer a irmãzinha dele que é alucinada por nós e especialmente por mim se sentir especial e foi o que fizemos.- Eu já desconfiava disso e por isso não me decepcionava nem um pouco as palavras de Tom.

— E você acha que eu não poderia em momento algum desconfiar disso? Não sou tão ingênua assim, esse papo não funcionou comigo.

— Será que não? Porque eu acho que você quer chorar...- Ele faz uma falsa expressão de choro e agora eu estava irritada ao extremo com ele.

— Tá me tirando pra criança, Kaulitz?

— É o que você é, Elena.- Eu bufo e vejo o sorriso convencido de Tom ficar maior.

Me viro de costas para ele, me virando para o bar e sinto seu corpo, antes perto demais se mexer atrás de mim, se afastando minimamente. Eu sinto os olhos do garoto em meu corpo, mas não me importo e sim grito ao barman que queria um uísque.

— Já disse que a última coisa que vai fazer hoje é beber, Nell, não estou brincando.- A voz de Tom vibra em meu ouvido, ele estava cada vez mais perto e isso não me deixava pensar direito. Seu hálito soprava meu ouvido e meus braços e nuca se arrepiavam a cada suspiro dele.

— E eu já disse que você não manda em mim.- Seguro o copo de vidro redondo em minha mão e é a vez de Tom bufar.

— Nell, espera...- Ele me chama antes que eu vire o copo na boca e segura em minha cintura, na intenção que eu me vire em sua direção e eu obedeço, olhando pra cima pra encarar seus olhos.— É melhor que fique debaixo da minha visão o tempo inteiro, entendeu?

Eu não respondo e observo meu copo em sua mão, sua mão livre segura meu rosto, o polegar fazendo carinho em minha bochecha enquanto ele ficava sério, seu olhar parecia ser capaz de enxergar através da minha alma, me sentia quase nua em sua frente. Sua mão, que antes em meu rosto, agora se abria em meu pescoço e seu polegar brincava com meu lábio inferior, me fazendo ofegar.

— O que você pensa que está fazendo?- Minha voz falha e Tom não responde, apenas vira o líquido em sua boca e o prende ali, ele me encara por segundo e une seus lábios nos meus, passando a bebida pra minha boca.

O líquido desce queimando pela minha garganta e uma gota fina rola pela minha boca enquanto Tom larga o copo no balcão e me prensa ali, me beijando com calma, mas com paixão e fogo ao mesmo tempo, um beijo que me fazia sentir vontade de agarrá-lo, talvez implorar por mais de seu toque. Ele ainda segurava meu pescoço e sua outra mão abraçava minha cintura de forma possessiva, eu demorei assimilar o que estava acontecendo e me surpreendeu que ele não tivesse me soltado no instante seguinte.

Tom desceu os lábios lijeiros e curiosos até meu pescoço, ele beija ali e sua língua gelada me faz estremecer. Fecho Os olhos e sinto sua boca focar em uma parte específica do meu pescoço e eu abro os olhos. Já entendi o que ele quer. Idiota babaca.

Tom marca meu pescoço e eu não consigo desvencilhar dele, apenas sinto meus olhos revirando e meu corpo cedendo completamente ao dele, até que ele se afasta com calma, ofegante e olha para o meu pescoço, sua boca estava inchada e eu estava a ponto de enlouquecer aqui.

— Pronto, vou te deixar em paz agora.

— Acha que isso aqui vai me impedir de alguma coisa?- Pergunto ofegante, tendo que voltar a me apoiar no balcão pra firmar meus pés no chão.

— Claro que não, mas vai descobrir que só de estar perto de mim, se torna intocável.- Tom pisca e sai do meu campo de visão, me deixando desajeitada e com a dignidade e ego abalados.

Foco minha visão no meio da pista e percebo minhas amigas fingindo que não estão entendendo o que está acontecendo até Tom passar por elas com um sorrisinho que eu já tinha percebido que era reservado para todas as garotas, o que deixava qualquer um de pernas bambas. Eu me recusava ir até lá logo depois disso tudo ter acontecido, então me viro e pego mais um copo, até que eu perca as contas de quantos foram.

𝑆ℎ𝑖𝑓𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔- 𝐓𝐨𝐦 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳Onde histórias criam vida. Descubra agora