Os Diários de Uma lésbica

Dead or alive?

Quando acordei percebi que tudo tinha sido um sonho, eu ainda estava jogada na esquina. Fedendo e com muita dor de cabeça. A droga está me matando aos poucos, isso pareceu tão real.

- Foi real. - Falou o espírito da garota.

- Como? Tá me achando com cara de trouxa? - Perguntei sem entender nada.

- Tudo isso aconteceu. Mas não posso deixar você morrer, já deixei bem claro! - Disse.

- Por que não? Como você fez isso? - Perguntei mais uma vez, confusa.

- Percebeu que eu sou um espírito? Tenho contato com algumas bruxas que já morreram, consegui que elas fizessem um feitiço e desfizesse tudo o que aconteceu. Pensei que não iria se lembrar de nada. - Respondeu olhando fixamente nos meus olhos.

- Por que não me deixou morrer? Acaba logo com essa tortura, não estou suportando. - Falei.

- Eu preciso de você viva para eu poder voltar a viver. -Disse e me deu as costas.

- Maravilha, agora estou sendo usada por um espírito. Me escuta, eu não vou te ajudar e se for preciso eu me mato. Vá para o inferno! - Eu falei, furiosa.

- Não adianta se matar, você sempre vai ressuscitar. Enquanto eu estiver presa desse lado, você sobrevive. - Ela estava ficando nervosa.

- Que seja, não irei lhe ajudar. - Teimei.

- Lembre-se, eu sou a... - Ela não terminou de falar e sumiu.

Sinto tanta falta da minha família, só quero voltar para casa e pedir desculpas ao meu pai, mesmo depois de tudo. Eu deveria ter escutado minha mãe; eu deveria ter ido para a reabilitação. Mas um unicórnio sem rumo na vida não pensa.

- Eu te amo, mãe! - Falei, e continuei andando por caminhos aleatórios.

Lauren não entendia nada do que estava acontecendo, aos poucos estava se arrependendo de todo mal cometido. Não é culpa dela, o destino quis assim. Já estava escrito na sua história de vida.

Para onde ir? Não me restou ninguém, apenas drogas. Não tenho mais casa,não tenho mais amigos. Apenas um espírito querendo me usar. No que eu fui me meter? Devo confiar nela?

- Será que alguém precisa de ajuda? - Reconheço a voz.

- Oh deus... Keana, me ajude. Eu preciso tanto de você. - Olhei para cima e corri para abraça-la, mas não consegui toca-la.

- Eu também, me ajude! Me tire dessa lado, eu não posso continuar morta. - Falou Keana, as lágrimas escorriam em seu rosto.

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