Capítulo 1: Lembrar de algo

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         "Em meio a todo caos deste mundo eu tento pelo menos me lembrar. Em um mundo devastado pela tecnologia, eu tento pelo menos ter algo que me faça lembrar. Mas afinal, do que eu tenho que me lembrar mesmo?"


Existe uma raça alienígena que a muito tempo veio ao planeta Terra para escravizar a raça humana, porém eles resistiram;

A raça alienígena chamada de "Ignotus", foi impedida de sair do planeta e acabou tendo que se esconder assumindo a forma humana;

Alguns vivem em sociedade legalmente como mão de obra, outros preferem se esconder. E aqueles que os caçam são chamados de Caçadores.


    Um homem alto e forte está cortando lenha no quintal de sua casa, que fica perto de um rio que corre até um lago, ele está suado e cansado de tanto trabalhar naquilo, é verão e está super quente mas o homem já está cortando lenha para o inverno. Uma mulher vestida em um vestido branco passa pela porta da casa do mesmo, descalça, ela pisa devagar no chão tocando a grama abaixo de seus pés e sente como se estivesse em paz.

    - Já não terminou isso? Está cortando essa lenha antes mesmo do sol nascer. - A dama coloca suas mãos no ombro do marido.

   - Mary, sem lenha como ficaríamos no inverno?

    - Mas você pode descansar um pouco - ela põe as mãos em seu rosto - as crianças querem brincar no rio.

    Daquela casa sai um menino que sai correndo sem camisa. Ele pula na água fazendo um "tibum".

    - Vamos pai! A água tá ótima! - O menino brinca naquele rio enquanto sua mãe vai até a beira e se senta, molhando apenas seus pés. A mulher grita para seu filho:

    - Onde está sua irmã?

    - Eu não sei, ela estava brincando com aquele ursinho dela - Respondeu o menino. 

    Uma garotinha pequena está na porta da casa com um urso feito com pele de urso de verdade, ela fica apenas contemplando o vento batendo e passando por meio das folhas e galhos das árvores, seu irmão se banhando naquele rio, sua mãe sentada na grama descalça, e seu pai... Cravando o machado no toco de madeira e indo em sua direção. Ele a pega no colo e abraça calorosamente a sua pequena filha. 

    - Papai eu quero brincar também.

    - Oh filha, o rio ainda é perigoso pra você. - O pai diz com uma expressão alegre, como se tivesse tudo aquilo que ele adoraria ter.

    Uma presença desconhecida surge em meio a escuridão da floresta e em passos sorrateiros adentra a casa daquela família. O pai leva a filha até sua esposa e anda devagar até sua casa, que trazia a ele uma sensação de perigo. Ele entra em sua casa mas nada mudou, está levemente escura pois as tochas não estão acesas, porém seu fogão com lenha queimando, trazendo calor para dentro de casa.

    - Nada como um pouco de lenha para nos aquecer, não é mesmo? - A tal figura se manifesta sentada em uma cadeira no canto da sala.

É um homem vestindo um casaco de cor violeta, tem capuz, porém o mesmo não usa. Aquele pai não se assusta, age como se soubesse que ele estava ali e então responde:

    - É mesmo, um pouco de lenha resolve tudo.

    - Você é lenhador? - O homem de casaco conversa com ele.

    - Sou lenhador e carpinteiro.

    - Interessante, por isso veio viver no campo?

    - Você sabe bem o motivo - aquele homem forte diz dando as costas para o homem de casaco e vai mexer na lenha do fogão.

    - Qual seu nome?

    - David... Se você veio fazer isso mesmo, acho melhor não ficar enrolando.

    O homem de casaco curva sua cabeça e logo depois a levanta.

    - Pretendo levar vocês sem causar danos... - Antes que ele pudesse terminar a frase ele vê David vindo em sua direção, dando um encontrão que atravessa a parede daquela casa de madeira.

    Ao cair levemente atordoado o homem de casaco pega uma arma, uma espécie de pistola mecanizada que carrega um super tiro, porém antes que ele consiga atirar em David, ele é impedido pela mulher do mesmo que chuta sua arma e o poderoso tiro acaba pegando nas árvores e derruba pelo menos três delas. O homem de casaco dá três coronhadas no rosto daquela mulher de branco que a faz desmaiar. David desarma o homem, fecha sua mão, e enquanto agarra o homem no chão ele desfere vários socos naquele que nocauteou sua esposa. Como último recurso aquele homem de casaco tira uma adaga vermelha carmesim da manga de seu casaco e crava na lateral da barriga de David o que faz ele cair ao seu lado. Aquele homem de casaco se levanta e se agacha para pegar sua arma.


    -  Eu sou inocente, por favor nos deixe em paz... Eu não tenho culpa do que meus antepassados fizeram - David tenta se levantar.

    - Se deseja viver, deveria se esforçar em voltar para onde veio ou sofrer as consequências.

    - Vocês nos tratam como escravos, mas olha só pra você... Não sabe nem mesmo seu próprio nome, quem é o escravo aqui? - David anda na direção do homem sem nome mas é baleado pelo mesmo e tem sua morte presenciada pelos filhos.

    Logo após matar o pai, ele mata a mãe que está desmaiada com um tiro na cabeça.

    - Mamãe... - O menino que havia saído do rio contempla a morte dos pais e morre também sendo baleado na cabeça.

    A garotinha ficou paralisada vendo tudo que estava acontecendo e estava agarrada sem seu ursinho, tremendo de medo vendo o homem vindo em sua direção suas pernas ficaram bambas e sentia que ia morrer antes mesmo daquele homem a matar... Ele põe a arma na cabeça da garota, que perto dela parecia com um canhão, ao apertar o gatilho a arma fica sem energia e não dispara nenhum projétil... Minutos se passam e o homem está encostado em seu carro com as mãos e mangas encharcadas de água, ele está segurando o ursinho da garota, por algum motivo isso o faz lembrar de algo... 



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