Capítulo 5

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Foi tudo culpa sua “

A mulher comenta , com uma voz grave e rouca . O garoto apenas encara o espelho e a silhueta da mulher logo atrás , sem esboçar nenhuma reação.

O Diabo em pele de cordeiro

Um ar seco desce pela sua garganta. Suas pupilas tremem . E sua boca fica trêmula de repente.

SOCORRO”

A silhueta corre em sua direção . Assustado , o garoto solta um grito e rapidamente saí do banheiro desesperadamente.

Analisando o inquérito preliminar sobre o assassinato cometido no mesmo dia , em que houve os fatos com o garoto Jenk . Sua atenção logo é tirada de foco, com o barulho dos passos apressados do Jenk .

- O que foi ? – pergunta Nil surpreso ao ver o garoto naquele estado .

- Eu vi uma mulher no espelho – responde Jenk , com o corpo trêmulo .

- Uma mulher ? – indaga o investigador – Que mulher ?

- Essa – aponta o garoto para a foto da mãe assassinada pela própria filha .

- Calma – Nil abraça o garoto – Vai ficar tudo bem ! – com uma de suas mãos, o mesmo acaricia os cabelos do garoto – Vou te levar para conhecer um lugar .

- Que lugar ? – indaga Jenk

- Um lugar muito legal – Nil bagunça seus cabelos e volta sua atenção para o inquérito preliminar, fechando-o logo em seguida .

Alguns momentos mais tarde

O local estava movimentada . Diversos oficiais caminham de um lado para o outro, carregando inquéritos e relatórios em mãos. De mãos dadas com o garoto, o investigador troca passos em direção a sua sala , que está há poucos metros de distância .

- Aqui é a minha sala – Nil apresenta o lugar para Jenk – Fique à vontade.

O mesmo se acomoda , numa poltrona ao lado da mesa , onde o investigador trabalha.

- Está confortável ? – pergunta Nil arrastando a sua cadeira.

- Sim .

Sentado em sua cadeira de couro , Nil abre uma gaveta do seu lado direito e retira um livro de dentro .

- Tenho um negócio para você – Nil entrega o livro que pegará de dentro da gaveta – O livro do Cavaleiro das Trevas , de Frank Miller .

As pupilas do garoto se dilatam com a beleza do livro .

- Obrigado – agradece o garoto,  começando a leitura do livro .

Com o primeiro inquérito preliminar em mãos. Nil analisa detalhadamente , o inquérito , sobre a morte de Rytan , pela segunda vez.

Morte suspeita , por enforcamento

Está pequena frase atraí a sua atenção. Pois , não foram encontradas marcas de mãos no pescoço da vítima . Ou de qualquer outro tipo de lesão física.

- Nil ? – uma voz feminina chama pelo seu nome .

- Emilly ... Por favor, entre .

- Aqui está o inquérito preliminar sobre o assassinato da mulher, o ocorrido no mesmo dia – Emilly entrega o inquérito para Nil – Tudo bem por aqui ?

- Tudo bem . Jenk está vidrado no livro que eu dei pra ele – comenta o investigador desviando seu olhar para o garoto .
- Se precisar de alguma coisa , estarei no departamento central – ao fim a sua fala , Emilly fecha a porta .

Abrindo a primeira folha do inquérito, Nil se espanta ao ler a causa da morte .

“Morte suspeita, por enforcamento”

- Morte suspeita, por enforcamento – o investigador comenta para si mesmo – Alguém causou isso !

Sua atenção é direcionada para o garoto, que mantém seus olhos no livro .

- Sabe Jenk . Eu escolhi essa profissão, graças a esse livro, que eu ganhei de aniversário . Sempre admirei o trabalho do herói, em busca da justiça – Nil agacha para conversar com o mesmo – Se você quiser seguir seu sonho , a sua primeira lição é não desistir e permanecer com foco no seu objetivo.

Levantando daquela posição, o investigador abre a porta da sua sala . Dando alguns passos adiante , Nil se aproxima do departamento central e procura pela oficial Emilly. Após trocas de olhares com outros oficiais do departamento, Nil enfim encontra Emilly ao longe . Fazendo um sinal com a mão, a oficial vai ao seu encontro.

- Eu preciso que fique com o Jenk , por um tempo – informa Nil guardando a sua arma no coldre .

- Onde você vai ? – indaga Emilly.

- Preciso ir em um lugar  – Nil troca passos rápidos até a sua viatura, que está em frente a delegacia.

Embarcando no veículo, o mesmo acelera , chamando a atenção dos demais oficiais que estão do lado de fora da delegacia.
Depois de percorrer alguns poucos  quilômetros, o investigador chega ao seu local desejado , a casa do Jenk .

Desembarcando da viatura, Nil caminha em direção há entrada da casa .

- Nil ! – a voz de um oficial se sobressai em meio ao silêncio inquietante.

- Preciso verificar novamente a cena do crime .

- Claro.

Entrando na casa onde ocorrerá o assassinato do pai do Jenk , o investigador passa seus olhos rapidamente, pelos cômodos da sala e da cozinha antes de subir a escada que dá acesso ao segundo andar da residência. Não encontrando nenhuma prova visual suspeita, Nil sobe os degraus da escada. No segundo andar da casa , o mesmo adentra a cena do crime
Morte suspeita por enforcamento
Com está informação martelando na sua cabeça, o investigador decidi realizar uma nova investigação no local . Abrindo armários e gavetas , averiguando o que contém dentro. Nil tem uma certeza, não há nada de suspeito dentro dos móveis e das gavetas . Se aproximando da parede , o investigador encosta sua cabeça . Porém, algo chama a sua atenção.

Colocando seu ouvido na parede , o mesmo realiza algumas batidas e descobre que a parede está oca . Passando sua mão ao longo de toda a extensão da parede há procura de algum dispositivo, ele finalmente encontra. A parede se abre , revelando uma passagem secreta até um pequeno cômodo. Empunhando sua arma , o investigador começa a sua averiguação. Para evitar ficar preso naquela sala secreta , Nil posiciona um banco entre a parede .

Cautelosamente, o investigador entra no ambiente, iluminando apenas pela sua lanterna . A claridade emitida pela lanterna , acaba revelando algumas fotos assustadoras e símbolos enigmáticos . Iluminando um móvel abaixo da fotos , seus olhos se arregalam ao ver as matérias dos jornais da época.

“ Mulher é morta acusada de assassinar cinco crianças “

O Serial Killer da pequena cidade de Kursst é preso ; em seu depoimento, o acusado diz que fez tudo isso por causa de uma voz “

Acusada de bruxaria , mulher é morta pela população local “
Impressionado com tamanha descoberta , uma pergunta fica martelando na sua cabeça.

- Quem guardaria isso aqui ? – comenta o investigador para si mesmo , enquanto analisa as fotos e os antigos jornais .



O Culto do Diabo : A morte é inevitável Onde histórias criam vida. Descubra agora