43. Draco e o Observador

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"Ter passado a vida segurando as mãos em punhos bem escondidos.

Para tentar entender o que significaria, agora, mantê-los abertos.

Sempre tive vergonha de ser testemunhado no ato de querer algo que não poderia ter"

– Jennifer S. Cheng

Homenum Revelio — Draco sussurrou na escuridão, a varinha levantada enquanto espiava na escuridão. Seu outro braço cobriu Hermione com Scorpius enrolado em seu peito. Seus olhos se estreitaram apesar do feitiço ter voltado vazio, jurando ter visto um par de olhos observando-os. As sombras tomaram forma à medida que seus olhos se acostumaram à escuridão, delineando o quarto. Eles estavam sozinhos. Eles estavam seguros.

— O que está errado? — Hermione murmurou sonolenta e piscou para ele. Scorpius continuou roncando, suavemente enterrado em seu peito.

Draco examinou a escuridão mais uma vez e ao ficar satisfeito com sua inspeção, largou sua varinha. A tensão foi liberada de seu corpo enquanto ele se enrolava em torno dos dois, cedendo ao calor convidativo. — Pensei ter visto algo nos observando — ele respondeu calmamente.

Hermione riu e Draco franziu a testa. — Eu não senti as proteções – estamos bem — ela assegurou, passando os dedos pelas bochechas dele.

Envolvendo-os com os braços com força, Draco permaneceu em silêncio enquanto ignorava a sensação persistente de olhos o observando.

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A sutil sensação de estar sendo observado não abandonou Draco. Ele sentia isso por cima do ombro quando lia na biblioteca de sua casa, quando estava dando banho em Scorpius ou ajudando Hermione a assar biscoitos - ele não podia deixar de sentir que algo estava observando cada movimento seu.

— Olha, papai! — Scorpius puxou sua mão com urgência enquanto eles caminhavam pela pequena vila não muito longe da casa que ocupavam. Já se passou quase um ano desde que eles derrotaram Voldemort – os reparos continuaram no mundo bruxo, mas eles decidiram manter sua casa no campo.

— Oh — Hermione exalou, correndo até uma ninhada de cachorrinhos. Scorpius se livrou de seu aperto e correu até onde Hermione estava agachada sobre o cercado.

Draco suspirou, cruzando os braços enquanto os dois arrulhavam para os filhotes saltitantes que abanavam o rabo de excitação. Scorpius puxou sua mãe - ele amava animais, sempre ouvindo Hermione quando ela falava sobre as diferentes espécies e balançando a cabeça como se a entendesse sempre que ela saía da tangente e começava a falar apaixonadamente sobre os direitos dos animais e das criaturas mágicas. Ele não ficaria surpreso se o garoto fosse selecionado para a Grifinória - até aceitou. Até mesmo Blaise brincou que Scorpius provavelmente teria problemas em Hogwarts por iniciar algum tumulto sobre os direitos dos animais mágicos e das criaturas, como uma bruxa de cabelos grossos em sua época.

— Podemos levá-lo para casa, papai?

Draco fez uma careta para o cachorrinho peludo que Hermione segurava perto de seu rosto. Scorpius se remexeu abaixo dele, lutando para manter três cachorrinhos em seus braços. Draco estremeceu quando o filhote lambeu o nariz, o cheiro de cachorro molhado grudado nele.

— Não — Draco disse firmemente, cerrando a mandíbula quando os dois olharam para ele com olhos redondos. Caramba.

Draco soltou um suspiro profundo — Nós já discutimos isso, vocês dois — ele murmurou enquanto pegava os cachorrinhos deles e os devolvia ao cercado. Hermione e Scorpius seguiram atrás dele. — Você sabe que não temos espaço e tempo para cuidar de um animal de estimação. É preciso muito trabalho e responsabilidade.

The Order of Serpents | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora