O caos que me incendeia

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Nunca imaginei que poderia fazer algo do tipo, sabe? Fazer o famoso Leon S. Kennedy se encolher todo. É engraçado como as coisas se desenrolam. Seus olhos são tão bonitos ao me envolver com aquela expressão apagada, parecem fumaça.

Eu sorrio como um predador habilidoso, deslizando meu indicador pela borda da xícara. O homem não desvia o olhar de mim por um segundo sequer.
Seguro um risinho e coloco a xícara de volta na bandeja. Meu joelho está quase colado ao dele, já que estamos juntos no sofá. Um momento de silêncio paira entre nós, enquanto Leon mantém seu olhar em mim, agora nos meus lábios.

Com cautela, o homem ergue a mão em direção ao meu rosto, deslizando suavemente os dedos pela pele macia. Seu toque é delicado, e isso me trava. Me faz sentir um arrepio percorrendo minha espinha. Minha respiração fica mais lenta, enquanto escuto as batidas do meu coração acelerando.

Bem, Maryanne... Quem está perdendo agora? Eu penso, tentando manter meu autocontrole.

Há uma intensidade no ar, uma conexão palpável entre nós dois. Me vejo perdida no toque dele, sentindo-me vulnerável.

Enquanto ele desliza os dedos da minha bochecha até a minha nuca, alisando meu cabelo, uma sensação de medo me preenche. Não se deixe encantar, faça seu trabalho... Faça seu trabalho. A proximidade é eletrizante, um magnetismo impossível de ignorar. O toque dele é cada vez mais suave, revelando a gentileza que contrasta com sua aparência forte.

Seus olhos falam por si só, compartilhando segredos e desejos que não podem ser expressos em frases convencionais.

Com um sorriso terno nos lábios, ele retira a mão lentamente, como se relutasse em continuar. Mas a centelha que se acendeu permanece, criando uma promessa de algo mais profundo e intenso.

─ Você é tão... Tão absurdamente linda. ─ Leon diz, fazendo meu coração estúpido balançar.

─ A gente não pode... ─ Eu começo a dizer, e a me contradizer. ─ Somos parceiros, Kennedy.

─ Eu sei, me diga o que eu deveria fazer... ─ Sua voz é meio desesperada, como se ele estivesse perdido. Os olhos castanhos não param de me encarar. De me devorar.

─ Uma noite... Só uma. ─ Sussurro, deslizando minha mão sobre a dele.

Com um aceno suave de cabeça, ele expressa sua compreensão, honrando a decisão. É como se reconhecesse a importância de respeitar esses limites e desejos. Não há ressentimento ou decepção em seu semblante.

Suspiro, surpresa enquanto ele se aproxima. Nossos corpos se encontram, e sinto o calor de sua respiração suave nos meus lábios. Com uma mão gentil, Leon ergue o meu queixo, inclinando levemente minha cabeça para a posição perfeita.
Nossos lábios se tocam de forma delicada e paciente, em um beijo que transmite uma mistura de desejo contido, um desejo intenso. Porra, foda-se o velho Graham. Eu posso trabalhar depois.

A chuva continua caindo lá fora, quase como se o tempo desejasse que fosse assim. Que estivéssemos nessa exata situação.

Cada movimento dos lábios dele é cuidadoso e calculado, explorando a textura e a sensibilidade dos meus. O beijo é lento, como se ele quisesse saborear cada instante, prolongar essa troca de afeto. Como se fosse absorver cada parte de mim.

Os lábios dele são macios e quentes, tem gosto de vinho, e eu me permito, naquele instante, afundar nesse beijo, presa nas sensações e nas emoções que ele desperta. É como se o mundo exterior desaparecesse, deixando apenas nós dois imersos.
E mesmo que eu saiba que isso não vai durar, que não podemos ter mais do que essa noite, não posso me conter. É tão bom...

O calor se intensifica à medida que nossos corpos se aproximam cada vez mais. Kennedy me segura com firmeza, como se eu fosse essencial para sua própria existência. O oxigênio que ele necessita nesse momento.

Enquanto a mão dele desliza pelas minhas costas, eu sinto uma sensação eletrizante me percorrendo. A paciência dele ao puxar meu corpo para o seu colo mostra o cuidado e o respeito que tem por mim. E, ao perceber a pergunta silenciosa - para continuar - em seu olhar, respondo com um sorriso, revelando desejo e consentimento.

A mão dele traça o contorno dos meus lábios com o polegar, um gesto que transmite uma mistura de ternura e desejo. É como se ele quisesse memorizar cada detalhe do meu rosto, cada curva, cada sinal de vida. O toque suave é um convite para algo mais.

Leon guia meu rosto delicadamente, afastando-o um pouco para poder explorar a pele exposta do meu pescoço. Seus lábios úmidos se encontram com minha pele bronzeada. A barba áspera dele roça meu ombro, enquanto os beijos famintos revelam a paixão e a entrega mútua.

Cada mordida em meu pescoço faz com que este corpo trema de prazer, e minhas mãos se apertam nos ombros dele, buscando um apoio para as emoções intensas que percorrem meu ser.
Envolvida pela intensidade do momento, passo meus braços ao redor do pescoço de Kennedy, buscando um contato mais íntimo. Já ele, com mãos habilidosas, começa a desabotoar o uniforme da DP que visto, revelando gradualmente a pele que antes estava escondida. Cada botão desfeito aumenta a expectativa, enquanto sinto a proximidade do corpo dele e a antecipação do que está por vir.
Enquanto a jaqueta do uniforme desliza pelos meus ombros, a sensação do tecido caindo ao redor do meu corpo cria uma atmosfera carregada de sensualidade.

E tudo que o maldito faz é sorrir. Sorrir com aquele olhar intenso que parece avaliar até a sua alma.

Desvio o olhar, estou ferrada, completamente. Por que eu me coloquei nessa situação? E se ele não gostar disso? E se EU gostar disso?!

Muitas coisas vagam pela minha mente, mas todas elas desaparecem quando ele aperta seus dedos na minha cintura. Me puxando para mais um beijo. E que se foda, eu também o beijo em retribuição.
Foda-se.

No que você está pensando? Leon diz, com seu sorriso presunçoso. Ele me encara com um sorrisinho no rosto, como se dissesse "estou vencendo seu jogo".

Nada demais, só que você vai ter que passar meu uniforme. Agora que ele está todo abarrotado por sua causa. Eu digo de maneira descontraída antes de mordiscar o lábio inferior dele. Seu olhar surpreso por esse gesto desaparece em um instante, quando ele simplesmente me gira, me pressionando contra o sofá.

Não tem problema. Vai me colocar para lavar a sua louça também? Ele diz, beijando minha clavícula exposta.

Oh, com certeza. Não é para isso que os homens servem? Brinco, apertando minhas coxas ao redor da cintura dele.

Definitivamente. ─ Sussurra.

***

[Fim do capítulo HAHAHAHAHAHA]

Hero - Leon KennedyOnde histórias criam vida. Descubra agora