Cap 1

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Priscila passou a mão nos cabelos ruivos e puxou o celular do bolso, mirando a tela, observando as notificações que chamavam a atenção. Como de costume, a mensagem de Carol implorava para ser aberta, mas ela não iria fazer tal coisa, não quando se encontrava confusa diante dos próprios sentimentos.

A casa chango havia chegado ao fim e
Carolyna havia ficado muito conhecida, coisa que Priscila já esperava, porque aquela mulher era incrível em todas as suas formas e personalidade.
Talvez por isso ela andava tentando evitá-la.
Não sabia como reagir na presença dela e ignorar tudo foi a forma que encontrou para lidar com aquela situação deprimente.
- Ei, você não vem? - Ingrid Ohara parou o carro no acostamento e chamou a atenção da ruiva. Elastinham acabado de assistir o jogo do Flamengo no estádio e agora iriam seguir para casa.

Guardando o celular, pri puxou a porta do veículo, fechando-a, e sentou no banco do passageiro. Colocou o cinto de segurança e acomodou-se no banco macio, batucando os dedos na perna direita.

— O que tanto você mexe no celular?
Ingrid perguntou, dirigindo pela rua. —
Vocês já se falaram?

— Eu e Carol ? Claro que sim - mentiu.
— Estou apenas checando minhas redes sociais e e-mails. - Preferia mentir do que ter alguém
opinando o que devia fazer ou não.

Seguiram pela Avenida principal comentando do jogo e como o técnico do Flamengo
precisava contratar jogadores para deixar o time ter um empenho melhor.
Na verdade, Ingrid que comentava, pois a cabeça de Priscila estava em outro canto. Não parava de repetir para si mesmo o que iria fazer quando chegasse em casa. Ligar para Carolyna não estava em seus planos.

Quando Ohara deixou a amiga na portaria do apartamento e se foi, a noite já estava no auge. Alguns moradores saiam com seus carros em busca de entretenimento. Priscila tirou o celular do bolso e mordeu os lábios. O que a Carol estaria fazendo naquele momento?
Não importava. Deu de ombros e guardou o aparelho. Passou pela portaria e chamou o elevador, mas sua cabeça não queria entrar no apartamento e descansar, precisava ver a Carolyna.

Droga

Mais uma vez, ela buscou o celular e chamou um Uber. Enquanto voltava para a portaria, entrou na conversa de Malu e confirmou o endereço do apartamento em que Carolyna estava hospedada. Aquilo era doido, porém, não iria falar com ela, apenas precisava ver se o lugar era legal e confortável. Apenas isso.

Assim que o Uber deixou Priscila nos conjuntos de prédios na zona Sul de São
Paulo, ela caminhou pela calçada, olhando a altura dos prédios bem iluminados. Enfiou as mãos nos bolsos da calça de moletom e encolheu-se.

Só agora tinha lembrado que estava com a blusa do Flamengo , mas sabia que não corria nenhum risco.

—Boa noite - uma mulher que passava ali murmurou.

— Boa noite - Pri respondeu de volta.

Continuou caminhando e parou na frente da portaria do Esmeralda.
Sem se conter, seu dedo indicador apertou o interfone até uma voz pedir para ela se identificar. Disse o próprio nome e pediu para falar com Carol, fez tudo em um só fôlego. Dane-se sua insegurança.

Saudade de você -capriOnde histórias criam vida. Descubra agora