Toxic

Está tudo bem, não está?

First estava quieto demais. Tão quieto que parecia petrificado no lugar. As mãos ainda estavam espalmadas na frente do corpo, os lábios inchados entreabertos, os olhos arregalados enquanto encarava o chão. Khaotung só conseguia esperar o pior.

— First? - Ele chamou baixinho. — First, por favor... - First balança a cabeça em negativa e dá um passo pra trás.

Khaotung não sabia o que pensar, ele esperava todo tipo de reação depois de ser empurrado, mas nenhuma? Nenhum grito ou xingamento ou maldição, apenas silêncio. Isso era ainda pior.

First só ergueu os olhos quando sentiu as mãos de Khaotung segurarem seu rosto. Ele não sabia exatamente o que estava sentindo. Ele queria gritar, mas sua mente parecia em branco. Só havia seu coração batendo como louco e uma sensação eletrizante percorrendo todo seu corpo. Ele sabia que Khaotung estava chamando por ele e o medo estampava os olhos do rapaz, mas ele não podia deixar de encarar os lábios que acabara de beijar, os lábios que o fez sentir tantas coisas que no final o tinha deixado entorpecido.

A respiração de First acelerou só de pensar em beijá-los novamente, em reivindicá-los e se deixar levar por um desejo que parecia estar consumindo-o aos poucos, como uma chama queimando lentamente de dentro pra fora, começando do fundo de seu coração e então pulsando por todo seu corpo. First não sabia dizer o que estava acontecendo e apesar de querer, sim, resistir a tudo aquilo, ter Khaotung olhando em seus olhos e implorando pra que ele falasse alguma coisa, qualquer coisa, só o impulsionou a beijá-lo de novo.

Levou apenas cinco segundos para que Khaotung caísse em si e percebesse que os lábios de First estavam sob os dele. Famintos. Devorando-o. Ele gemeu contra a boca de First e o puxou para mais perto. Durante os minutos seguintes eles nem sequer conseguiam pensar, o foco estava totalmente voltado em sentir tudo o que fosse possível.

First empurrou Khaotung contra o sofá e montou em seu colo, posicionando uma perna de cada lado do corpo do rapaz, que o agarrou pela cintura encaixando seus quadris. Mesmo com suas calças impedindo um contato direto, eles arfaram contra a boca um do outro.

Khaotung mal podia acreditar que era mesmo First em seus braços, com as mãos dentro de sua camisa, sugando seus lábios, tremendo contra seus toques. First gemeu quando Khaotung tocou seu mamilo sobre a camisa, como se respondesse aos seus pensamentos. Sim, era ele. O homem que Khaotung amou a vida inteira estava ali, sentado em seu colo, excitado com seus toques, o beijando desesperadamente como se precisasse dele como ar.

Ele afastou suas bocas e girou First no ar, deitando-o no sofá e invertendo suas posições. Khaotung tomou o pescoço de First com a boca, sugando a pele e inspirando pelo nariz, como se quisesse - precisasse - memorizar seu cheiro. Khaotung não queria pensar, não queria hesitar, mas era inevitável. Ele ansiava desesperadamente pelo dia que pudesse ter First em seus braços, em que poderia finalmente sentir o gosto de sua pele, ouvir os sons gemidos que sairiam de seus lábios quando ele finalmente pusesse suas mãos no rapaz. Como ele não poderia pensar agora? Como ele não poderia se questionar? Como ele não teria tantas dúvidas sobre o que estavam prestes a fazer?

Foi apenas o aperto de First em sua bunda, que pressionou suas ereções juntas e o que o fez sair de órbita. Khaotung agora não era nada mais do que uma bagunça impaciente. Ele não queria mais nenhuma barreira entre eles, nenhum tecido, nada de palavras. Ele queria sentir o corpo de First contra o seu como se não houvesse amanhã, como se não restassem dúvidas ou qualquer desentendimento entre eles, nunca. Ele jogou a cabeça para trás, afastando seus lábios enquanto proferia um comando rouco, que fez First seguí-lo até a cama mais próxima. As roupas ficaram pelo caminho, a pele de ambos arrepiada, ansiando pelos toques das mãos quentes um do outro.