a origem.... (introdução)

108 18 30
                                    

Você já ouviu falar sobre deidades?

Não, não são apenas lendas da mitologia.

Elas de fato existem e podem estar ao seu lado sem que você sequer saiba.

Há muito tempo, existia um reino onde conviviam diversas raças como tieflings, draconianos, druidas, elfos, humanos, entre outros.

O rei era extremamente generoso e mantinha a paz em todo o reino, até ser assassinado.

Seu irmão mais novo assumiu o trono e sua primeira ordem foi exterminar todas as espécies que não fossem humanas.

Os deuses tentaram intervir, porém foram impedidos pelos magos vermelhos e alguns selos. Acabaram sendo mortos, restando apenas o Deus dos deuses, que estava ferido. O Deus era um draconato que se assemelhava a um humano, estava machucado, cansado e fraco.

Mesmo com dificuldades para se locomover, conseguiu escapar, sendo salvo por uma família de tieflings e um anjo. O tiefling se chamava Vincenzo e o anjo, Dandara.

Dandara estava grávida de quadrigêmeos e já estava no oitavo mês de gestação. Ela possuía uma forte conexão com os deuses e por isso pediu a ajuda de Vincenzo.

Rudeus, também conhecido como Deus, foi curado, cuidado e protegido pela família por um tempo. Não foram descobertos por um tempinho. Logo chegou o momento do parto dos bebês. Rudeus auxiliou nos procedimentos, o que resultou nos bebês recebendo os símbolos dos deuses. O primeiro era um menino chamado Noah, nascido com o símbolo do deus da criação no pescoço. A segunda era uma menina chamada Dara, que nasceu com o símbolo da cura/saúde. O terceiro, Joshua, com o símbolo da vida. E o último, Vincent, o deus da destruição. Por anos, os deuses da destruição foram vistos como monstros, pois sempre trouxeram o mal onde estavam. O histórico nunca foi positivo, pois aqueles que representavam a destruição tinham a escuridão e o caos em si, além de serem amaldiçoados a enlouquecer e matar todos. Essa maldição foi criada pelo primeiro Deus da Destruição como forma de vingança pela criação.

A eterna rivalidade entre a criação e a destruição nunca trouxe bons resultados e se arrasta há anos.

Quando Vincent veio ao mundo, todos já previam que ele seria uma pessoa cruel e desprovida de empatia. Em contrapartida, esperavam de Noah um ser doce e carinhoso.

Rudeus, ao notar as marcas no corpo de Vincent, ficou inquieto, mas ao olhar em seus olhos, sorriu, tranquilizando Dandara.

Vincenzo, por sua vez, estava indignado e bateu a mão na mesa, exasperado.

— É impossível acreditar nisso! Estou fadado a ser pai de uma maldição! — exclamou Vincenzo.

— Calma, calma... — tentou tranquilizá-lo Dandara.

— Senhor Lians, por gentileza, mantenha a serenidade. Temos uma criança pequena por aqui e sua esposa está em um estado delicado. Além disso, sua frustração não trará solução alguma — comentou Rudeus de forma tranquila.

— Não me dê ordens! Sei muito bem como lidar com essa maldição! — retrucou Vincenzo, pegando uma faca e apontando-a para Vincent.

— Não! O Vincent será diferente, eu realmente estou convencida disso... Ele não é como os outros! — insistiu Dandara.

Cego de ódio, Vincenzo desconsiderou as palavras dela e tentou atingir Vincent com a faca.

Entretanto, com uma agilidade impressionante, Rudeus se lançou à frente de Vincent, evitando o ataque de Vincenzo.

— O que...? — Vincenzo ficou atônito.

— Você não percebeu? Não é aceitável ferir a criança! Que tal parar de agir de maneira imprudente e pensar um pouco sobre suas atitudes? Você está prestes a machucar seu filho, seu idiota! — exclamou Rudeus, com os olhos amarelos fixos na essência de Vincenzo.

— An... — Vincenzo balbuciou.

— Não vou deixar que você faça mal a esse bebê... somente porque ele carrega o símbolo da destruição não significa que ele seja maligno... Ele acabou de chegar ao mundo, não tem a menor ideia do que está acontecendo! — declarou Rudeus.

Um silêncio profundo tomou conta do lugar.

— Eu... Vou dar uma volta... — disse Vincenzo, saindo da casa.

Rudeus apenas observou, segurando o bebê para que Dandara descanse.

Com o tempo, Vincenzo começou a se adaptar, mas sempre ficou com uma certa apreensão em relação a Vincent. Aos cinco anos dos Lians, Rudeus já vivia sozinho, mas ainda fazia visitas, embora tenham sido descobertos por um pequeno deslize entre os humanos.

Ao retornar para casa "safamente":

Vincenzo chega furioso e cansado, sua respiração estava ofegante
— Tudo certo? Meu amor? — Dandara 
— Essa praga estragou nosso camuflagem, eu não aguento mais! — Vincenzo 
— Não foi por mal, pai... —diz Vincent, quase chorando
— Eu confio muito nisso... vindo de você, tudo é possível...
— Para de ser tão rígido com o garoto...
— Rígido? Eu só consegui atrasar os humanos, mas logo estarão aqui... e o rei está em nossa caça... 
Ela o abraça por trás e faz um carinho — Tente se acalmar um pouco...
— Só... estou assustado... não consigo esconder isso de você... 
— Eu entendo…

As crianças ouviam tudo, na entrada do quarto:

— O que faremos agora? —diz a pequena dara
— Não faço ideia... — Josh responde
— …
— Vincent parece tão sozinho...
— Não... Noah está lá com ele…
—vamos com eles..

Correndo, eles abraçam os dois.
 
Em seguida, alguém bate na porta e Vincenzo coloca um selo para barrar a entrada por um tempo. 
— São eles...
— Você fica com Noah e Dara, eu cuido de Vincent e Josh.
— Certo...

Eles pegam as crianças e saem da casa, cada um para um lado. Dandara tenta protegê-los ao máximo, chega a voar com os dois nos braços, mas é atingida por uma flecha no peito e outra na asa, e ela acaba caindo. Quando ela cai, fecha as asas cobrindo os dois. Vincenzo vê a cena de longe. Ele tenta continuar... no chão, Vincent tenta levantar e proteger sua mãe.

— O que uma criança é capaz de fazer? — questionou um caçador de recompensas. 
— Grrrr... Não deixarei que machuquem minha mãe... terão que passar por mim antes... — respondeu Vincent. 
Todos se divertem com a situação. 
Irritado, Vincent sente uma energia vibrante no símbolo em seu pescoço. 
— Vi-Vincent... — murmura Josh. 
Seus olhos, completamente roxos, estão cheios de fúria — NÃO VOU PERMITIR QUE TOQUEM NA MINHA MAMÃE!!!

A partir desse momento, percebi que o medo não era uma opção; o mundo não era feito de rosas e ali eu poderia perder tudo...

Meu nome é Vincent Terence Lians, sou um tiefling e o caçula dos quadrigêmeos.Sou o único com olhos brancos acinzentados.

Desde então, minha vida transformou-se em um verdadeiro inferno...

Meus pais foram assassinados, eu fui apagado e levado junto com meus irmãos para um calabouço ou um laboratório...

Nesse lugar, eu me tornei um experimento, a intenção era me transformar em um humano. Sofri choques, fui imerso em tanques de água e submetido à "PAF".

A "PAF" era um castigo aplicado a quem tentasse fugir ou desrespeitasse as regras...

Eu vivi preso lá porque nunca fui uma criança quieta e nunca aceitei aquilo...

Os pesquisadores/cientistas me puniam e me deixavam lá dias, meses, ou até anos...

A PAF era um lugar escuro, frio, vazio, cheio de sujeira e bichos...

Fedia muito e, principalmente...

Tinha muita, muita barata...

Eles me obrigavam a sobreviver com elas em meu corpo e dormir era impossível, elas entravam em meu corpo e isso me transtornava muito...

Aos 11 anos, eu fugi de lá, matei todos os cientistas e escapamos, mas me separei de meus irmãos...

Eu fugi, mas sendo perseguido, corri muito com as pernas cansadas e bambas. Quando caí, vi um grande rapaz de cabelos brancos me protegendo... ele me pegou no colo e fugiu... logo apaguei e não vi mais nada...

A Destruição - Reescrevendo um mitoOnde histórias criam vida. Descubra agora