Naquele momento a minha parte sã que ainda se lembrava do perigo ambulante que era Draco Malfoy foi visitar Merlin cara a cara. Não antes de cravar as garras no meu cérebro e gritar como se estivesse sendo arrastado por um louco para seu fim próximo.
A cada passo que ele dava em minha direção o chão tremia abaixo dos meus pés, claro que forma metafórica e que na realidade eram as minhas pernas ficando bambas juntamente com meu coração saltitante. Merda como ele sabia ser bonito. Não apenas bonito mais charmoso.
Lembra quando você vê una pessoa que não está fazendo nada, não está nem se esforçando ou tentando mais mesmo assim ela é bonita demais? É isso que está acontecendo. Ele está apenas caminhando (mas como ele é um Malfoy ele está caminhando como se o mundo fosse dele) e eu sinto que estou completamente rendido.
A cada passo mais perto, a cada momento que ele está mais próximo tudo é gelatina. Minhas pernas, meu corpo, minha mente. Me sinto mole demais para sequer prestar atenção em como estou respirando.E ele passa reto. Não me olha, não me dirige a palavra. E eu bato de frente a um muro, sinto o contato direto de minha carne nos tijolos.
- Ei, Dra- Malfoy. - apenas seu rosto vira.
- Eu disse que quando eu quiser saber vou te procurar certo? - aceno com a cabeça concordando. - Me encha a paciência e eu desisto, estamos entendidos? - ele soou irritadiço.
- Sim.
- Não seja tão obediente, é insuportável quando vem de você.
- Certo, não vou ser. Só me responda algo primeiro.
Draco tornou a se virar resmungando.
- Diga.
- Qual tipo de chá você gosta?
- Vai me deixar o resto do dia em paz se eu responder?
- Com certeza. - alegria borbulhava e estourava em meu peito como bolhas de sabão. Draco hesitou antes de responder.
- Chá quente de camomila. - Eu tinha uma resposta, - Pare de sorrir, isso está me irritando.
- Claro. Sinto muito. - desmanchei o sorriso mas me lembrei que estava sendo obediente demais. O que esse garoto queria afinal? - Espera, é pra te obedecer ou não é?
- Três segundos Potter.
- Você está me deixando confuso, seja mais claro e assim consigo fazer o que você quer.
- Um.
- Vamos começar com isso de novo?
- Dois.
- Está bem! Estamos indo. Não está mais aqui quem falou.
Por incrível que pareça (mesmo sob a iminente ameaça) eu me sentia feliz. Está certo que Draco continuava raivoso, impaciente e claramente querendo fazer coisas comigo que não visavam meu bem. Mas ele me respondeu de forma sucinta e sem desvios. Isso era um passo a mais. Era um avanço como diria Hermione.
E não pude me conter enquanto me deixava ser guiado por eles até um pátio qualquer. Tenho certeza que eles não entenderam nada.
Os primeiros minutos foram de silêncio e enquanto não me chutassem de volta pra terra sei que ficaria pensando em Malfoy por um bom tempo.
O sabor de chá era algo a ser riscado da lista, com o tempo tenho certeza que poderia riscar mais coisas. Talvez mandar para ele algumas caixas como presente com bilhetes pedindo para que ele dê notas a eles assim poderei saber qual o certo a comprar. Se bem que por ele ser...bem, ele. Deve gostar de coisas caras e a única pessoa que eu conheço que também gosta de coisas assim e saberia me ajudar seria meu padrinho.
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Bandeira Vermelha
ФанфикDesde a fatídica noite em que Harry tomou uma poção na sala de Snape ele percebeu que algo estava errado, muito errado. Mesmo não sendo um gênio e Harry apostava que não precisava ser um gênio pra saber que passar oitenta porcento do tempo pensando...