Bandeira Vermelha

Ele é uma parte de mim agora

Harry J. Potter

Draco estava sendo uma turbulência pesada demais para meu cérebro.

Era inacreditável que após aceitar o acordo ele apenas ficou em silêncio e marcou um encontro. Okay não era um encontro como aqueles românticos, ele queria tempo para pensar nas exigências que iria fazer e deu uma ordem para que eu andasse sem dizer uma única palavra.

Mais isso ainda era complicado demais pro meu cérebro decifrar. Eu poderia dizer que estava sendo imprudente e impulsivo, agindo somente por atos impensados que me encheriam de arrependimento depois.

Os sinais piscando na frente dos meus olhos. Vibrando em vermelho sangue, mas o que eu posso fazer se toda vez que ele me olha a única memória que eu tenho são de Draco com um livro trouxa nas mãos, Draco concentrado e respondendo bilhetes.

E tudo isso nos trás a esse momento. A cada passo que Draco dá eu sigo, sequer consigo olhar para meus pés ou para o caminho.

Pensei que ele correria apressado para o salão novamente mas seus passos eram calmos e lentos totalmente diferentes de quando me arrastou a pouco tempo atrás.
Passei todo o caminho quieto repensando em tudo que fiz e quando decidi que era uma boa ideia agir daquela forma.

A camisa dele está amarrotada na frente pela força que segurei, meu pulso dói um pouco, na verdade tudo dói de formas diferentes. Há a dor que Draco causou e toda a dor mental de saber que meu corpo está trêmulo por causa dele, me sinto como uma gelatina humana.

Me xingo mentalmente por ter estado tão perto, a poucos passos que um pouco mais de aproximação poderia fazer nossos corpos se chocarem. Dei a resposta mais idiota quando disse para me calar e em todo o tempo só queria que ele me silenciasse selando a boca na minha.

Foi como ser puxado para uma órbita própria.

Haviam dois Harry's brigando comigo nesse momento, o que queria ser beijado e o que rejeitava com fervor essa ideia e era enlouquecedor.

A sensação da mão de Draco em meu pulso ainda queimava como brasa, os olhos eram indescritíveis na minha direção, chamá-lo de Draco soou diferente e naquele momento os dois Harry's se sentiram atraídos por essa cobra traiçoeira.

Ele era tão mais bonito de perto, cílios claros e as bochechas sempre levemente rosadas.

Mais por fora, por fora ele era tenebroso. Cada ação e coisa que saia da boca dele era um crime em pelo menos setenta países.

Por Merlin o que eu estou fazendo da minha vida? Simplesmente deveria me controlar e segurar todos os instintos que clamavam por ele e deixá-lo feliz, deveria me afastar.

Estar tão mais perto ao ponto de conseguir algum contato estava me bagunçando.

Eu sei que é um absurdo dizer ou sequer pensar mas agora parece tão real, que cada fibra que atende a essa paixonite diz que é certo: O que ele quiser será dele, se ele pedir eu faço.

E isso é tão absurdo.

Sei também que a prova maior disso é toda a situação. Draco Malfoy diz que eu não posso sorrir e eu paro imediatamente, ele diz que tenho que segui-lo calado e eu o faço.

"E vai ficar pior."

Meu subconsciente roga como uma profecia.

Vai ficar pior porque ele já deixou claro que vai querer algo disso e nada do que ele quiser será fácil, aposto que suas exigências tendem a ser degradantes e humilhantes. Nada de bom vai sair disso.

Lembro das minhas palavras para Ron e Hermione e como eu me amaldiçoo por ter dito aquilo. Aquelas palavras alimentam o pensamento de que ele pode não ser um crápula completo por mais que ele se pareça com um e aja como um.