Capítulo 9: Acer

116 18 38
                                    

Toni Topaz point of view

-Delegada Topaz - O policial fala assim que eu chego na cena do crime, onde estava sendo inspecionada pelos agentes que fecharam a área.

-Esse é o corpo? - Pergunto segurando a laterna para a sacola preta que estava ainda ali, esperando ser levada. Me aproximo e então o mesmo policial abre o zíper, fazendo-me ver a vítima morta.

Um homem de grande estatura, obeso, roupas desajustadas e completamente amassadas, sujas de terra, pela floresta que o encontramos, assim como sua pele. Não parecia estar em decomposição completa, mas estava realmente feio, parecia estar morto alguns poucas semanas, acredito que em torno de 15 dias, 20 no máximo.

-Mande para a autópsia - Ordeno para o policial fardado que concordou, lacrando o corpo novamente e falando alguma coisa para o parceiro -Me explique a situação.

-Recebemos uma ligação de caçadores, um tapete cobrrto por lona enrrolado perto das arvores, atrás de uma pedra - Ele explicou, apontando para o local ao nosso lado que estava iluminado por minha laterna pois era madrugada -Eles falaram que tentaram tirar o tapede para conferir mas não tiveram mais coragem quando viram uma mão.

-Você analisou o corpo completo? - Betty perguntou ao se aproximar, anotando tudo em seu caderninho.

-Sim, estava inteiro, sem marcas ou machucado que poderiam ser causados na hora da morte. Mas somente vamos ter certeza na autópsia - O policial explicou a loira que anotava, olhando para a árvore do que poderia ser uma Acer.

Betty como sempre curiosa, levou sua lanterna até a pedra, analisando o local que estava marcado com o formato do tapete sobre a terra. Não havia nada demais, nenhuma evidencia clara, mas a detetive fez questão de observar cada pedacinho, procurando qualquer sinal de marcas, fio de cabelo, peça de roupa e outros. Sou distraída da investigação ao sentir meu celular vibrar no bolso da jaqueta da farda que eu coloquei as pressas, assim como Betty. Pego o aparelho para desliga-lo porém vejo um número desconhecido, o que me deixa curiosa por isso o atento, não falando nada.

-Delegada Topaz? Desculpe interromper seu trabalho em uma hora tão tarde mas o senhor prefeito está na linha - Escuto a voz baixa de uma senhora na linha telefônica.

-Oh, sim. Claro, estou disponível para conversar com ele - Falo no telefone, olhando para Betty e o policial que investigavam a área.

-Boa noite, delegada. Espero não estar incomodando porém acabei de saber de um pequeno escândalo de uma família de caçadores encontrar um corpo na floresta - Escuto a voz do prefeito, uma voz masculina que parecia ter saido de desenho animado, mas eu ja havia entrado em contato com ele antes -Espero que isso não atrapalhe meu grande jantar amanhã, os cidadãos estão começando a comentar sobre seus serviços.

-Eu sinto muito senhor, estou resolvendo o caso o mais rápido possível, não queria estragar sua noite de sono - Falo com uma voz educada, mas estava com ódio e decepção dentro de mim.

-Espero que sim, não quero causar pânico aos moradores da cidade - A voz masculina soou novamente pelo celular, fazendo concordar com a cabeça, apesar dele não me ver -Bom, apenas queria alertá-la, e espero ver a senhorita amanhã delegada.

-Claro, tenha uma boa noite - Falo antes dele desligar e assim que verifico que ele não estava mais ouvindo, eu soltei uma longa respiração, bufando para retirar todo ar de meus pulmões.

-Nenhuma pista evidente - Betty fala após mais alguns minutos de procura -Podemos voltar pela manhã quando houver sol, será mais fácil.

-Claro, vamos para a delegacia. O corpo ja foi retirado - Aviso, guardando o celular no bolso e lambendo os lábios para umidece-los -Amanhã de manhã quero os dois caçadores na minha sala, preciso interrogá-los.

Sunrise Flowers - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora