Capítulo 14: Croton

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Marjorie point of view

Olho para as gotas de chuva que caia no chão do estacionamento, o som das gotas se fazia presente, batendo contra meu guarda chuva preto e meu sobretudo vermelho. Olho para o carro preto que se aproximava, estacionando ao meu lado e então ficando ali parado, pelo modelo do carro e placa eu sabia que era ele. Olho para a janela escurecida do carro, antes de abrir a porta e sentar no banco de couro, fechando o guarda chuva e assim então, fechando a porta.

-Demorou, não pode ficar me fazendo esperar nesse temporal - Reclamo para ele que revira os olhos.

-Você esta exigindo muito pra quem não está bem, Marjorie - Reggie, o motorista do carro, reclama comigo, virando sua cabeça para me encarar -Agradeça por o chefe te amar, se não, teria agora um prêmio pela sua cabeça.

-Eu ja falei que vou terminar o trabalho.

-Você ultrapassou o prazo e não é a primeira vez. O que foi não esta conseguindo conquistar ele? É gay? - Pergutou Reggie, tirando as mãos do volante.

-Olha, a delegada ta pegando bem pesado no meu pé, ela enviou viaturas em varias ruas - Explico, de saco cheio pela cobrança dele, mas era esse o trabalho dele, me avisar quem matar -Preciso de esconderijos novos, todos os que você me recomendou foram horríveis, acharam praticamente todos os corpos e também estão procurando pessoas desaparecidas e jogando a culpa em mim.

-Tudo bem, eu passo os endereços para você. Mas precisa ter cuidado também, não é so deixar o corpo la, tem que esconder direito - Ele falou agora me fazendo revirar os olhos -E precisa cuidar da Delegada, vou pedir para alguém investigar sobre ela e saber se eles tem alguma coisa pra usar contra você.

-Melhor ainda.

-Bem, e você? Sabe alguma coisa do que está acontecendo no caso? - Ele pergunta, cruzando os braços.

-Sei algumas coisas sobre a Delegada, ela tem contatos com os políticos e ricos, isso é ruim. Mas ela parece boazinha...

-Boazinha? - Ele pergunta rindo mas logo mudando de assunto e me dando instruções sobre a futura vítima, entendo tudo completamente e sabendo exatamente o que eu teria que fazer, matá-lo e deixar o corpo para a polícia achar.

Logo me despedi de Reggie, pois estava começando a ficar suspeito nós dois dentro de uma carro em um estacionamento escuro e vazio. Saio do carro e o vejo ir embora enquanto eu ando até a porta da loja de conveniências que havia ali na frente.

Pego o celular na bolsa e o ligo, vendo uma mensagem aparecer na tela, mas eu ignoro, sabendo que não era nada urgente. Abro os contatos procurando o número dela apenas por puro tédio, eu gostava de provoca-la por suas reações hilarias e adoráveis, era sempre uma mistura de tesão e choque. Então ligo para o número salvo, levando o celular até a orelha e ouvindo ele tocar algumas vezes antes de uma voz ser escutada.

-Alô, quem é? - Pergunta Toni do outro lado da linha telefônica, com sua voz rouca e calma.

-Oh, é a delegada Topaz? Eu queria fazer uma denúncia - Falo com a minha voz mais fingida possível, a afinando um pouco.

-O que houve? Quem esta falando? - Ela pergunta com tom preocupada, o que quase me fez rir.

-Eu queria confessar um crime terrível, admito eu sou culpada - Falo baixinho, ainda fazendo a voz da personagem que inventei -Quando a senhora vem me algemar? Prefere na cama mesmo ou na cadeira?

-Marjorie? - Ela pergunta incerta e eu não consigo segurar e começa a rir -Olha não pode passar trote pro telefone do meu trabalho, isso não teve graça.

Sunrise Flowers - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora