Capítulo 13: Babosa

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Chrryl Blossom point of view

Senti meu coração acelerar tão fortemente que achei que ele iria sair de dentro de mim, suas batidas estavam tão fortes que achei que era capaz de estar esmagando meus pulmões, fazendo meu ar sair deles e o impedir de entrar. Lágrimas descontroladas escorregam pelo meu rosto e molhava a blusa de Toni, que ao menos se importava pois estavam em baixo de uma grande chuva.

-Cherry... ei, está tudo bem. Vamos apenas respirar, ok? - Ouvi a voz calma e lenta da morena, enquanto tirava meu rosto de seu pescoço e o segurava com suas mãos. Fechei os olhos com força, tentando parar de chorar e Toni entendeu isso -Vamos respirar com calma, tudo bem? Vamos contar até 4 e então soltar.

Apenas concordei com a cabeça, ainda sentindo meu corpo em agonia extrema. Então apenas pude ouvir a voz suave contar até 4 enquanto puxavamos o ar e então ela contou ate 4 novamente para soltarmos juntas.

-Um, dois, três, quatro e solta - Ela contava tentando ter pacividade e eu alenas a obdeci, soltando o ar pela boca -Um, dois, três, quatro e respira.

Ela repetiu isso inúmeras vezes enquanto estavamos ali embaixo da chuva na rua deserta até eu abrir meu olhos e a olhá-la. Pude ver sua expressão confusa e preocupada, apesar de sua voz transmitir ao contrário, seus olhos castanhos me analisando procurando algum defeito algum machucado, verificando que estava tudo bem.

-Tudo bem, agora vamos apenas entrar no carr-

-Não! NÃO, não você não pode dirigir - Falei rapidamente, quase me desesperando novamente enquanto negava com a cabeça.

-Ei, ei. Eu não vamos dirigir, não vamos andar no carro - Ela me cortou, ainda me segurando pelo rosto, enquanto eu sentia a mão dela em minhas bochechas e orelhas -Vamos apenas sentar e sair da chuva. Apenas sentar. Sem dirigir.

Concordei com a cabeça, engolindo o choro e então ela me abraçou novamente, como se eu fosse um grande bebê e então nos levantamos, andando até o carro que ela abriu a porta traseira e com cuidado me ajudou a entrar. Assim que sentei no banco, me encolhi completamente, escondendo meu rosto em meus joelhos e ainda tentando controlar minha respiração que melhorou bastante.

Toni some por alguns minutos mas eu escuto ela andando e se mexendo, parecia vasculhar o carro. Então logo sinto um tecido grosso e pesado cobrir minhas costas, acho que é um sobretudo então eu apenas o aperto ainda mais sobre mim. Sinto uma movimentação ao meu lado e logo a porta do carro é fechada, nos deixando trancadas dentro do carro.

-Não vou dirgir até que você esteja pronta, certo? Então vamos ficar aqui sentadas cobertas contra o frio - Escuto a voz dela perto e então identifico que ela está sentada ao meu lado.

E assim foi, ficamos sentadas ali por um bom tempo, acho que em cerca de uma hora até a chuva parar. Toni não fez nenhuma pergunta, não disse uma palavra, apenas ficou olhando para mim e para janela. Eu fiquei parada, estática, com medo e ansiedade, mas com o tempo as lágrimas pararam e a falta de ar também, decidir que apenas queria ir pra casa ficar encolhida na minha cama até dormir, avisando a Toni que ela ja poderia dirigir.

-Tem certeza? - Ela falou pela primeira vez depois de mais de uma hora. Eu apenas assenti, fungando e me sentando corretamente -Então vamos, vou dirigir devagar.

Coloquei o cinto e segurei com firmeza o casaco sobre mim. A morena levantou e saiu do carro, dando a volta ate a porta do motorista, onde ela sentou e então começou a dirigir para casa novamente, com todo o cuidado e lentidão do mundo, assim como ela prometeu.

(...)

Sinto a água quente cair em minha pele, tirando o sabonete do meu corpo nu que havia tomado um banho por insistência de Toni. Desligo o registro e pego a toalha para secar meu corpo, respiro fundo após limpar meu rosto e então me olho no espelho, passando a mão sobre meu cabelo agora lavado e então me enrolo na toalha, abrindo a porta e andando até meu quarto vazio e frio.

Sunrise Flowers - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora