Capítulo 3 - A discussão

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Cascão

Era sexta-feira por volta das dez e Cascão dormia profundamente em seu quarto.

Atrapalhando seu sono, seu telefone começa a tocar e o garoto se mexe na cama mal humorado. Não queria levantar ainda, afinal dormir até tarde e ter tempo para descansar era um dos grandes pontos altos das férias. Deveria ser o alarme das aulas que ele tinha esquecido de remover. Dessa forma, aperta o botão de desligar do aparelho e volta a dormir.

Seus gloriosos poucos minutos de sono seguinte são atrapalhados novamente pelo barulho do celular.

"Afff, que saco...". Pensa o rapaz.

Ele, então, ainda debaixo das cobertas, pega o aparelho e aperta o botão de atender.

- Alô? - fala bocejando.

- Alô. Cascão? - o moreno fica meio sonolento e não responde - Cascão?!

- Sim, sou eu! - revira os olhos. Por que perguntar se é ele? Estavam ligando para seu número afinal - Quem fala?

- Como assim quem fala, Cascão?! - diz a voz feminina num tom irritado e alto - É Cassandra, sua namorada!

- Ah, sim! Oi, bebê... O que foi? Por que tá ligando tão cedo? - responde distante ainda querendo voltar a dormir.

- Cedo? Já passa das dez e você ainda não apareceu! Eu, Denise, Titi e Aninha estamos te esperando para ir a casa do Xaveco. Cadê você?! Já mandei um monte de mensagens e você não responde.

- Oxxx, eu tô em casa - ele diz mais desperto, prestando mais atenção - Não vou com vocês para casa do Xaveco... porque estão me esperando?

- Como assim não vai com a gente? Você não avisou nada!

- Eu avisei para o Cebola! - fala indignado.

- Pois o gênio do seu amigo não nos disse. E se você não vai agora, como é que vai chegar na praia?

- Meu pai emprestou o carro, vou à noite com a Magá... - diz como se fosse óbvio.

Cascuda fica em silêncio por um momento, tentando segurar a raiva. Depois responde.

- Ah, então é essazinha de novo... - diz calma.

- Cassandra, você sabe que eu não gosto quando você fala assim da Magá - responde aborrecido.

- Você prefere ir com a Magá do que com sua namorada... - Cascuda da ênfase no nome da amiga, remedando o rapaz.

- Não é questão de preferir... Ela vai estar ocupada de manhã e à tarde, assim como eu. Por isso vamos juntos. Não tem nada demais...

- Então ela inventou um compromisso só para vocês ficarem coladinhos de novo - fala ácida.

- Nossa, Cascuda, que saco... - responde calmo, como se já fosse usual a namorada atacar a amiga - Se você não tem nada de bom para falar então nem fala.

- Então é assim que você me trata? Eu não posso nem falar, mas com a Magali você fica todo preocupado, derretido, fofo e carinhoso... Você só não quer que eu diga a verdade. Que você anda me traindo a bons tempos com a Magali! Não liga mais para nosso namoro... só pensa em andar com aquela magrela - fala colérica - que é uma bela de uma puta, se me permite dizer. Não consegue contentar o fogo com o namorado e inventa de se meter no namoro dos outros, só para criar confusão.

- Vei, agora você passou dos limites. Quantas vezes vou ter que falar? Somos só amigos. E outra, você não tem o direito de chamar a Magá de puta, ela nunca encostou o dedo em mim! Sempre respeitou e foi fiel ao Quim, nunca o tratou mal, gritou com ele ou brigou por bobagem. - ele fala e para por alguns instantes - Bem diferente de você na verdade.

O que Sentimos no VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora