Terror.

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O pesadelo foi tão real que um grito aterrorizado irrompeu pela minha garganta.

O desconforto não foi nada, se comparado ao terror explícito, ao procurar possíveis perigos em cada canto do quarto.

— Ela não está aqui, Bella. — Rosalie me consolou, movendo-se tão silenciosamente quanto uma sombra ao ocupar o lugar ao meu lado. — Victoria não está aqui. Apenas eu.

— Parecia muito real… — Ofeguei, me agarrando a Rosalie com força.

— Não é. Há somente você e eu aqui. — Ela reforçou em tom calmante, acariciando as minhas costas com lentidão.

Fechando os olhos, pressionei a testa em seu peito inerte, me inebriando com o aroma frio e doce que emanava dela. Eu provavelmente nunca tinha refletido sobre como o cheiro de Rosalie era agradável e acolhedor.

Sua camiseta estava tão durante presa entre os meus dedos que eu só fui capaz de afrouxar o aperto ao notar as pontas quase tão esbranquiçadas quanto o tom mortalmente pálido de Rosalie.

Olhos dourados me observavam de cima. Por um momento, todo o sangue do meu corpo pareceu subir para as bochechas; o possível rubor fez a mandíbula de Rosalie se contrair e eu imediatamente a senti se transformar em uma pedra inanimada. Ela não me soltou, mas eu o fiz, rapidamente colocando certa distância entre nós.

— Sinto muito! — Eu não sabia o quão meu sangue era atraente para ela, mas sangue era sangue e sua expressão corporal dizia muito sobre o desconforto que causei.

— Não, tudo bem. — Rosalie disse, ainda aturdida. — Eu só fui pega de surpresa. Assustei você?

Eu neguei, apoiando o queixo em meus joelhos ao abraçar minhas pernas junto ao peito. Ela ainda estava parada no mesmo lugar e mesma posição, pétrea.

— Não quero causar dor em você, Rosalie. Provocar a sua… sede. — Expliquei, culpada.

— Bella, eu estou bem. Não se preocupe. É apenas a segunda vez que você fica tão próxima, eu ainda não me acostumei, mas o desejo não é o suficiente para que eu ataque você.

— Eu não a culparia se fizesse isso.

— Eu sei. Você é totalmente complacente com monstros.

Eu podia jurar que ela estava irritada outra vez, baseado em sua voz impaciente, mas suas expressões esculpidas em mármore ainda não revelavam nada sobre como Rosalie se sentia de verdade.

— Nenhum senso de autopreservação, se lembra? — Uma risada nervosa me escapou.

— Essa é uma coisa que dificilmente eu vou me esquecer sobre você, Bella. — Rosalie falsamente suspirou.

— Por que você insiste em se chamar de monstro?

— É o que eu sou. Olhe para mim, o que você vê?

— Beleza etérea. — Confessei hipnotizada.

Desde a primeira vez que olhei para Rosalie Hale eu soube ser a pessoa mais bonita que já vi. Era constrangedor olhar para ela e não saber qual sua opinião sobre mim. Dificilmente eu era atraente em seus padrões de beleza.

— Um monstro atraente, então. — Ela sorriu. — A beleza é uma dádiva e uma maldição, tudo ao mesmo tempo.

— Por que? — Questionei impulsivamente.

— Ele nunca contou a você minha história? — Perguntou. — O que levou a isso? — Gesticulou para o seu próprio corpo, gloriosamente imortal.

Eu neguei, cautelosa.

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