Fighting | chanchang

segundo round

- Ele não vem mesmo? - Changbin perguntou para o treinador enquanto enrolava uma bandagem no punho.  

- Christopher realmente pediu as contas - lamentou observando a expressão caída de seu lutador. - Mas vamos nos animar, sim? Preciso que você esteja concentrado. 

Ha Joon deu dois tapinhas amigáveis no rosto de Seo como incentivo antes de deixá-lo. A luta começaria em alguns instantes e o principal aliado do lutador naquele momento deveria ser a sua sanidade. 

A mente e o corpo precisam funcionar juntos e Changbin não deixava que nada do mundo externo ocupasse sua mente nos dias de competição. 

O novo preparador da equipe alongava partes de seu corpo e o lutador odiava como estava sendo tocado. Esse novato não sabia exatamente quais partes da coluna e abdômen de Seo eram mais sensíveis ao toque.

Christopher sabia. 

O atleta fazia caretas todas as vezes que sentia aquela mão pesada não entender a forma correta de como massagear seu corpo.

Na verdade, o profissional entendia perfeitamente. Changbin que desejava sentir somente o contato de Christopher contra sua pele.

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Tudo correu bem no primeiro round. Changbin esquivou de praticamente todas as tentativas do adversário de atingir seu rosto.

Enquanto se recuperava para o segundo, sentiu o braço de Ha Joon segurar firme sua cintura. Não entendeu o motivo. 

- Você está bem? 

- Por que tá me segurando? - afastou a mão do treinador e começou a dar pequenos pulos para manter o corpo ativo. 

Changbin não percebeu, mas teve outro curto apagão. O cansaço sim era extremamente presente e impossível de ser ignorado, então observou o adversário com o canto dos olhos. Os dois se agitavam e isso era um claro indício de outro round furioso. 

Em um deslize, Changbin foi nocauteado. Seu rosto recebeu a pior pancada que poderia naquele momento. O desequilíbrio incentivou o encontro de Bin com a lona. 

No terceiro, o início estava impecável em acertos, chutes altos e um adversário tão cansado quanto. Mas foi necessário um único segundo para nada fazer sentido. 

ChangBin se viu na lona com os braços do adversário apertados em seu pescoço. A vista ameaçando sumir foi o indício de que não havia mais nada a ser feito. Três tapas frustrados foram proferidos contra o chão. 

Changbin assumiu a derrota. 

De casa, Christopher assistia tudo. Era diferente de estar fisicamente presente, mas não sabia qual sensação era pior. Tampava os olhos como se fosse um filme de terror a cada golpe grosseiro que Changbin sofria.

Se sentia completamente culpado e devastado pela derrota. No último nocaute percebeu o quanto doía em si ver chanbgin sofrer.

Se culpou com tristeza por ver o amigo perder a luta. Talvez, se estivesse presente e o ajudasse no aquecimento como sempre fez ou preparasse seu corpo da maneira correta, Seo venceria.

E agora, mesmo depois da derrota, não iria fazer nada? Mesmo sabendo que Changbin receberia os devidos cuidados, não poderia assistir tudo do sofá de casa.

O novo preparador saberia que há pouco tempo Bin sofrera uma lesão muscular na coxa direita, e a massagem deveria ser feita da maneira correta para evitar inflamações futuras?

Quanta culpa Chan não aguentaria carregar se qualquer coisa acontecesse com a pessoa que mais mexia com o seu eu sentimental naquele momento?

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