Prólogo

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Eu me lembro da sensação que senti ao ver meus pais morrendo diante dos meus olhos e não poder fazer nada para impedir, eu me lembro todos os dias, sonho com isso toda santa noite.

Me lembro de estar amarrada numa cadeira, de gritar mesmo estando com a boca tampada, as lágrimas se acumulando no pedaço de pano que me silenciava. Me lembro dos gritos agoniantes e do silêncio mortal logo após o sofrimento acabar. Lembro do cheiro de sangue fresco. Sangue deles, da minha família.

Me lembro do demônio cortando profundamente meu ombro, o que me deixou uma cicatriz para nunca esquecer dos estragos causados naquele dia, me lembro das palavras que ele falou: "Eles estão no inferno agora, e querem sua companhia". Eu lembro do pavor, do medo de morrer, da vulnerabilidade em que me encontrava naquele momento.

Lembro dos Winchester's chegando bem na hora em que eu seria estripada feito um porco, ouvi tiros, ouvi o demônio ser exorcizado enquanto eu chorava que nem uma criança sem conseguir ao menos me livrar das cordas que me amarravam.

Após esse dia, eu jurei que se um dia esse demônio desgraçado voltasse, eu iria até o fim do mundo para o encontrar e o matar de uma vez por todas.

Passei minha vida toda grudada a Sam e Dean, eles eram minha família, protegiamos uns aos outros desde que eu tinha uns 2 anos de idade.

Dean e eu gostávamos de pregar peças em Sam quando eu tinha oito anos, Sam seis e Dean dez. Uma vez, o assustamos nos vestindo de palhaço e correndo atrás dele, foi engraçado até Sam cair, ralar o joelho inteiro e começar a chorar, aí eu falei pra ele...

-calma Sammy... Tá tudo bem, eu e Dean vamos cuidar de você-dei um beijo em sua testa e mandei Dean pegar algumas coisas para cuidar do machucado de Sam, quando ele voltou, peguei um pedaço de algodão, molhei e comecei a limpar o sangue cuidadosamente, coloquei um curativo e abracei Sam: -está vendo Sam! Já passou, foi rapidinho!

Eu também me lembro do dia que Dean voou de avião pela primeira vez, Sam estava na janela, Dean no meio e eu no banco ao lado de Dean, eu tinha doze anos, Sammy tinha dez e Dean quatorze. Dean estava apavorado e eu e Sam riamos.

-relaxa aí winchester, pensei que tinha falado que não sentia medo de nada-eu disse e sam riu.

-cara, você caça demônios, bruxas e coisas malignas e tem medo de aviões!?-sam diz.

-ah é!? Pelo menos eu não tenho medo de palhaço, né Sammy!?

-mas eu não tenho medo de palhaços!-sam nega.

-vocês dois são uns medrosos, quer que eu segure sua mãozinha Dean Winchester, sua garotinha frágil?-eu e Sam caímos no riso.

Eu me lembro de tudo sobre eles, sabores de pizza favoritos, estilo de música, sorvete, do sorriso genuíno, do maior medo, dos livros de Sam e de como ele queria ser advogado, da paixão secreta de Dean por desenhos animados e principalmente Scooby doo... Me lembro dos meus melhores amigos, e, agora, vou precisar deles mais do que ninguém.

Ele havia voltado, mais poderoso do que antes, havia tentado me matar novamente, mas eu escapei graças as runas que desenhei pelo quarto de hotel em que eu estava.
Eu precisava de ajuda então decidi ligar.

-Alô?-disse uma voz muito familiar, Dean. Eu respiro fundo e respondo alguns segundos depois.

-Dean? Quanto tempo faz.. uns 06 anos não?-ele fica mudo por um tempo.

-Espera... Miller? É-é você? Katherine Miller?-ele parece eufórico.

-Olá, Winchester-eu sorrio do outro lado da linha. -preciso da ajuda de vocês para matar um demônio..O mesmo que matou meus pais.

-chegamos em poucas horas.

Blood On Hands | Sam WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora