Chapter 4 - Kill for Alive

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[M] - Quanto tempo você esteve fora, Seth, estava com saudades.
[S] - Mãe ?
[M] - Quem mais seria, filho ?
[S] - Como você tá aqui ? Eu... Eu te matei.
[M] - Sim, mostrou toda sua ingratidão pelos anos que cuidei de você e te criei, dos anos em que tive que me virar sozinha após o falecimento do seu pai, lhe dei do bom e do melhor e o que recebi foi uma facada no rosto.
[S] - Eu só tava tentando me defender mãe, por favor, me desculpa... - Seth ditava enquanto via Margareth se retirando de lá - ... Mãe! MÃE!!
Seth gritou e então acordou com seus olhos cheios de lágrimas, algumas chegaram a escorrer pelo seu rosto, quando percebeu que era tudo um pesadelo ele engole o choro e começa a olhar ao seu redor, ele estava no centro de uma sala bem grande, tinham mesas, cadeiras e uma lousa na parede, ele estava numa sala de aula claramente, então ele notava estar preso, amarrado sentado numa cadeira pelo tronco com algumas cordas, ele respirou e suspirou para tentar manter melhor a calma:
[S] - Como que eu vim parar aqui ? O que houve ?
Após sua fala, Seth viu a porta da sala sendo aberta, um homem entrou e pegou uma cadeira que tinha ali, colocando na frente de Seth se sentando e conversando com o moreno:
[??] - Já faz um tempinho que não nos encontramos, não é mesmo, Dahmer ?
Em outra sala estava Jill, a mulher estava presa em uma cadeira também, mas com uma algema prendendo seu braço esquerdo, aquele que estava inteiro ainda, já o braço direito estava solto, mas não tinha muito o que fazer com ele ainda mais ao notar que a bandagem estava toda vermelha e levemente úmida, ela estava cedendo para o alto sangramento da mulher que quando foi tentar se levantar não conseguiu, pois suas pernas também estavam presas, essas por cordas que impediam ela de sair de lá:
[J] - Não é mais fácil me matar de uma vez universo, destino, algum ser superior ? Esse joguinho de ficar me colocando da beira da cova já tá repetitivo vocês não acham ?
Jill ditava aquelas palavras ao vento, não tinha como se soltar, ficar se mexendo igual um peixe fora d'água seria inútil, sua única esperança estava em alguém vir soltar ela.
Na outra sala, Seth olhava pro homem à sua frente, querendo compreender aquilo, o sentimento de traição tomava conta de Seth que se questionava se aquilo era verdade mesmo:
[S] - Doutor Knowles ? Que merda é essa ? Por quê ?
[K] - Não esperava que o filhinho da mamãe estaria vivo nesse apocalipse, achei que teria morrido ou sido mordido pela Margareth.
[S] - Fala isso por conta de quê ? Só pelo fato de você ser um riquinho e eu ser pobre ? Nas situações em que nos encontramos agora isso não é mais relevante, não acha ?
[K] - Isso é até onde você pensa, quem você acha que está melhor situado ? Melhor protegido ? Melhor armado ?
[S] - Pelo visto, só se importa com o material, de que adianta ter tudo isso e ser um idiota que não sabe fazer uma estratégia ?
[K] - Quer falar de idiotice então ? Quer que eu comece pelo fato de você ficar dois anos pagando tratamento pra ver sua mãe cada vez pior ou a situação de agora ?
[S] - Não abre a porra da boca pra falar dela, seu filho da puta
Seth se remexia de raiva na cadeira tentando se soltar para atacar Knowles, que só dava risada da situação, era fácil deixar Seth nervoso, bastava apenas tocar nos seus traumas e medos.
Jill continuava presa na outra sala, diferente da sala de Seth, lá tinha um relógio de ponteiro o qual ficava acompanhando imitando o som dos ponteiros com sua língua, isso até ser interrompida ao escutar a porta da sala sendo aberta e vendo um rapaz jovem vindo na sua frente:
[??] - Olá loirinha.
[J] - Se isso é uma tentativa de intimidação você seria um excelente comediante.
[??] - Olha mocinha... Ele era logo cortado pela mulher que rebatia sua fala
[J] - Mocinha ? Olha pra mim e olha pra você, acho que o moleque aqui não sou eu, você tem quantos anos ? Dezenove?
O homem logo investiu com um soco no rosto de Jill que deu uma risada contra ele, tentando lhe provocar.
[J] - Tá nervosinho ? Tá precisando me bater enquanto eu tô presa por quê ? Não se garante em uma briga justa ?
[??] - Ordens do chefe.
[J] - Pleno apocalipse zumbi e você ainda segue ordens de alguém ? Você é muito mais idiota do que imaginava.
Jill era novamente golpeada no rosto, seu nariz começava a sangrar bastante, mas isso não era o suficiente pra deixar a mulher em pânico, ela manteve a calma e continuava encarando a face do cara que lhe irritava e agredia, ele logo foi pro fundo da sala, pegando uma faca enquanto se aproximava dela.
Seth encara o doutor, precisava sair de lá de alguma maneira, o mais rápido possível, além do lugar não ser seguro pra ele, não aguentava mais a tortura psicológica que era feita nele, por mais que seja pouca, ele estava disposto a fazer qualquer coisa pra se soltar:
[S] - Aceita uma troca pra me soltar ? Não é uma garantia, mas posso te deixar curioso.
[K] - Podemos conversar a respeito disso, o que seria ?
[S] - Algumas horas atrás, ou dependendo de quanto tempo fiquei dormente, posso falar ontem, fui parado por um homem, ele era um farmacêutico, cientista, uma coisa dessas.
[K] - Prossiga. - Knowles estava começando a ficar interessado naquilo.
[S] - Ele me falou que tem um laboratório que funciona dele, estou ajudando ele a desenvolver uma cura pra isso, podemos supor que isso possa ser melhorado pra dar uma vida mais longeva pra alguém, ou até mesmo a imortalidade, fora que te tornaria imune a essas criaturas.
[K] - Como posso garantir que está falando a verdade ?
[S] - Na minha mochila tem um walk-talk, pegue-o e traga pra mim, irei entrar em contato com ele.
Na sala de Jill ele encarava o rapaz que vinha com a faca até ela, a faca era pequena, poderia ser comparada a um canivete, o rapaz então olhou pra mulher e começou a fazer perguntas:
[??] - O que você estava fazendo naquela marcenaria ? E por que aquele cara cortou seu braço fora ?
[J] - Não te interessa, moleque, isso é assunto meu.
Jill falou coisas que o garoto não queria ouvir, então ele logo enfiou a faca na coxa de Jill a ferindo ainda mais.
[?] - Diga.
[J] - Não me vendo fácil.
O rapaz começou a girar a faca na coxa da mulher, o sangue que saia da região da perna de Jill era notório, sangrava bem, fazendo os olhos da mulher encherem de lágrimas por conta da dor e agonia, mas se segurava.
[J] - Eu estava infectada, fizemos aquilo para tentar resolver isso, cremos que ajudou, mas não vamos fazer isso com mais ninguém.
[?] - Você tava infectada ?
Ele logo tira a faca da coxa de Jill rapidamente, deixando ela sangrar, não colocou um curativo, nem nada pra tampar o ferimento, apenas posicionou a faca no pescoço da mulher.
Seth continua sua negociação, Knowles trouxe o walk-talk e o ligou, colocando próximo a Seth fazendo ele começar a falar:
[S] - Herman ? Cara, me fala o que você está precisando pra dar andamento na cura.
[H] - Estou precisando de uma amostra de anti-depressivos, igual quando fui criar a cura que deu errado, esse vai ser um dos caminhos.
[S] - Deixa eu perguntar, tem como deixar isso potente o suficiente pra aumentar a quantidade de anos de vida do ser humano.
[H] - Irei tentar fazer isso, afinal é necessário, mas não lhe dou garantia. Mas me responde, por que sua voz tá meio estranha ?
[S] - Não é nada, só acabei de acordar, a Jill tá bem, consegui salvar ela.
Knowles desligou o walk-talk e soltou Seth, que logo pegou suas coisas e saiu da sala deixando a porta aberta pro doutor passar, porém, quando o mais velho se aproximou, Seth fechou a porta com tudo no rosto dele o derrubando no chão, logo pegou sua pistola e mirou na cabeça de Knowles.
[S] - Lhe faltou estratégia, como havia falado. Sua ganância lhe assassinou.
Seth falava aquelas coisas e então dá um tiro na testa de Knowles, com toda frieza e raiva que tinha, ele fazia algo que nunca imaginou fazer.
O barulho chegou na sala que estava Jill, o homem que estava lá tirou sua atenção de Jill e foi andando até a porta fazendo sons de seus passos, Seth escutando ficou parado rente a parede de um corredor, ambos os corredores se cruzavam, mas Seth estava escondido e logo viu o cara passando, lhe pegou por trás dando um mata leão e uma joelhada na coluna dele.
[S] - Cadê ela ?
[?] - Não vou falar
[S] - O se vai - Seth logo pegou a arma e apontou na cabeça do homem - Me leva pra lá agora.
O homem amedrontado logo começou a guiar Seth o levando pra sala, abrindo a porta, Seth pegou as chaves que estavam na barra da calça do rapaz e soltou Jill, cortando suas cordas também, mantendo sua arma apontada pro homem que agora implorava pela vida:
[?] - Por favor, me deixem viver.
Seth ignorou seu pedido e lhe deu um tiro no peito o deixando pra morrer lentamente, ele foi saindo da sala e cuspiu no rosto do sequestrador.
Seth e Jill saíram da escola toda abandonada, estavam livres de infectados, quando olhavam pra rua viam um hospital, não era muito longe, só algumas quadras dali, ir de carro seria rápido, então eles pegam o carro dos sequestradores e partem em direção ao hospital para ajudar Jill com seus ferimentos.
[S] - Prometo que vai ficar tudo bem, só não se mete mais em furada, olha só o que rendeu pra gente.
[J] - Pode deixar.

Capítulo escrito por: Renan Nunes

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