Cap5: A garota de aço é uma farsa

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Olá, boa noite!

E aí, curtiram o final de semana?

Mais um capítulo para vocês.

Boa leitura!

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O cursor pisca na tela branca enquanto eu estou com a mente da mesma cor do papel. Sentada na minha mesa, em frente ao computador e tentando escrever um documento, mas a verdade é que eu não estou aqui. Minha cabeça está bem longe.

E em pensar que o dia começou tão bem... eu estava tão bem, me sentindo uma puta gostosa que merece o mundo. Em contrapartida estou assim agora, me sentindo o cocô do cavalo do bandido. Minha respiração é lenta e pesada e é apenas irritação comigo mesma. Ou tédio, tédio de ser quem sou.

Além de tudo, confusa. Confusa demais, minha mente parece ter dado o tilt. Estou assim há quase três horas, onde nada na minha cabeça parece fazer sentido. Eu tô procurando respostas para as coisas, só que nem sei se estou fazendo as perguntas certas.

"O que aconteceu?" é o questionamento que eu continuo me fazendo desde o momento que entrei por aquela sacada. Eu não sei o que pensar, o que sentir e muito menos se eu tenho paz para tentar sair dessa cilada que é estar presa dentro do caos que é minha mente.

Vocês estão entendendo alguma coisa aqui?

Nem eu.

Para muitas situações eu sou aquela que pensa demais e age de menos. Não estou falando da Supergirl aqui, estou falando da Kara. Supergirl às vezes não tem escolha de pensar muito, mas Kara sempre tem. Sempre pensa demais e às vezes acaba deixando o que é importante de lado. Talvez covarde seja sim a melhor palavra para me definir.

Mas e se eu tivesse pensado menos dessa vez? E se eu, por obrigação e compromisso com minha amizade, deveria ter sido mais racional e não ter me deixado levar pelos prazeres momentâneos?

Dizem que o nosso cérebro é instintivamente programado para dar preferência a recompensas rápidas. Eu até já li sobre isso uma vez. Esse mecanismo de recompensa do cérebro é o responsável por boa parte da nossa aprendizagem - de modo geral. Porque é por meio dele que se consegue reforçar comportamentos associados com bons resultados, e previne os comportamentos que estão associados a consequências desagradáveis. Mas nem sempre isso acontece da forma que esperamos. Seria o melhor dos mundos se a teoria "Dopamina passando pelos neurotransmissores e daí uma sensação de prazer instantânea nos atinge em cheio", não tivesse consequências negativas às vezes. Mas tem.

Tem, e muita! E eu tô sentindo na pele agora. Eu não deveria ter ido para cama com a Lena. Eu não deveria ter me jogado de cabeça nisso. Mas como voltar atrás agora? Depois de tudo o que confessamos, acima de tudo?

Dizem que quando existe a perspectiva de uma recompensa por algo específico, os níveis de dopamina sobem. Os meus foram nas alturas com ela, e isso me fez perder a capacidade de pensar direito.

Tá pesando para o meu lado...será que eu posso esquecer tudo isso e voltar a culpar algum tipo de feitiço? Tava mais fácil naquela época...eu acho.

Eu errei. Eu não deveria ter feito isso.

Estou aqui divagando de novo, olhando o cursor ainda piscar no documento timbrado da CatCo, mas ainda em branco. Que saco, vocês devem estar cansadas de mim.

Eu também tô.

Mas sabe, é que pode não parecer, mas eu sou uma pessoa um tanto quanto controladora, mas não em relação ao outro, eu tô falando de mim mesma. Porque eu precisei aprender a me controlar durante toda a vida. Me controlar para conseguir me encaixar. E agora eu estou aqui, desencaixada do mundo de novo. Aff, eu odeio imprevistos, me causam taquicardia. Só de pensar que eu não tenho controle sobre minhas ações ou acabar sendo pega de surpresa... nossa! Por isso eu não gostei de saber que meu descontrole atingiu Lena fisicamente. E sim, eu ainda estou pensando nisso. Me julguem se quiser, não tô nem aí. Se vocês quiserem me acompanhar nessa história, vão entender meu lado B também. Eu sou insegura, cheia de paranoias por debaixo da casca. Lidem com isso, eu não sou perfeita.

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