Universidade

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  Capítulo dois

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  Capítulo dois

Minas Gerais possui paisagens naturais cinematográficas. Banho de cachoeira, travessias de córregos e rios, mirantes e a recompensa da visão de pedaços praticamente intocados da Mata Atlântica me ajudaram a apreciar tesouros naturais guardados entre as montanhas.

Apesar de me sentir inevitávelmente encantada, uma onda de desânimo percorria meu corpo. Juro que não queria surfar, mais o nervorsismo tomava conta da minha lucidez, e a falta de vontade de encarar uma nova sociedade insistia em se empregnar em meu ser.

Eu sabia que teria de fingir muito bem, encontraria a máscara mais bonita e abríria um sorriso de orelha à orelha, mesmo me corroendo por dentro. Afim de que nem uma mosca percebesse meu sofrimento.

Ao chegar na Universidade, eu só conseguia imaginar o quanto que as aulas práticas seriam maravilhosas, o quanto aqueles corpos estavam me esperando para desbravá-los.

Ah Medicina! Como eu esperei por você... Finalmente o nosso dia chegou.

                       

Aparentemente, os jovens da Califórnia, em muitos requisitos são como os do Brasil: adoram música (mas só as cantadas na língua deles), usam jeans, adoram fast food e shopping centers, a escola ocupa um papel importante em sua vida e as preocupaçõ...

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Aparentemente, os jovens da Califórnia, em muitos requisitos são como os do Brasil: adoram música (mas só as cantadas na língua deles), usam jeans, adoram fast food e shopping centers, a escola ocupa um papel importante em sua vida e as preocupações amorosas rondam a cabeça deles o tempo todo. Um olhar minucioso, porém, vai revelar algumas diferenças culturais importantíssimas, que resultam em padrões de conduta marcadamente diferentes. Assim, percebe-se que não basta consumir o mesmo produto para que duas pessoas se pareçam. Adolescentes brasileiros e americanos, apesar de compartilharem muitas preocupações e desejos, são diferentes por motivos que vão além do refrigerante consumido ou da música ouvida. Eles não são iguais porque a raiz de suas culturas e de seus valores são totalmente diferentes e eu iria precisar me enturmar.

Na minha ficha de informações dizia: sala 104.

Onde drogas eu encontraria essa sala? A Universidade abrangia mais de dez andares e eu era nova por aqui.

A entrada dava acesso direto a secretaria da faculdade, fui até um dos atendentes e imediatamente me informaram um acesso mais rápido a minha sala.
O elevador estava intérditado, presumo que só havia um. Por isso, optei pelas escadarias, Que me pareciam ser infindáveis. Os corredores eram enormes, haviam quadros de Picasso que davam uma cobertura de harmônia ao ambiente. Haviam espelhos por todos os lados, as paredes possuiam tons fechados em corres nêutras.

Observei alguns alunos se abraçando frenéticamente, meninas gritando de emoção ao encontrar umas às outras, risos por todos os lados. Esses eram os sintomas da saudade. Que fora bebida ao longo das férias. Finalmente, após um bom tempo a procura, encontrei a sala.

Entrei a passos lentos, queria chamar o minímo de atenção. Detesto todos os olhares guardadores de lembranças voltados pra mim. É uma sensação totalmente desconfortável de observação.

Eram 7:45.

Sentei perto de uma janela que ficava no fundo da sala, de lá dava pra observar prédios imensos a margem da cidade. Podia desfrutar da cobertura das nuvens. A luz do sol refletia em volta de alguns pontos da sala, trazendo uma luminosidade natural, simples, encantadora, para o ambiente.

Atrás de mim havia um garoto e uma garota que se olhavam de um jeito apaixonante. Além de sussurrarem diversas vezes um no ouvido do outro, estavam com as mãos dadas.

Enamorados.

Como uma intrusa, senti que estava atrapalhando o clima de romance total. Mais na boa, uma sala de aula não era o lugar mais adequado para esse tipo de envolvimento.

                        °    °    °

Tic-tac

Tic-tac

Ouvi vozes atrás de mim.

Falavam em tom de voz tão baixo, creio eu, que por respeito ao professor, que demorei a perceber que era a mim, que estavam chamando.

- Oi! - Virei para trás, era o casal que estava me chamando em voz uníssona.

- Oi! - Abri um sorriso torto.

- Como você se chama? - A garota perguntou.

- Sou Scarlette.

- Prazer, sou a Maria Júlia! Mas pode me chamar de Majú - ela deu uma piscadela.

- E eu sou o Gustavo, mas todos me chamam de Guto - Se apresentou o rapaz, me estendendo uma de suas mãos.

- É um prazer - Ri para eles, que pareciam ser pessoas bem divertidas.

Ele tinha cabelos negros, sorriso maroto e sua pele me lembrou a nutella que eu havia lambido antes de vir para a escola. Ela, cabelos loiros levemente platinados, olhos cor de mel e a pele bronzeada.

Formavam um casal gracioso.

- Acho que não vimos você no trote de terça a tarde. Você veio? - Perguntou Gustavo, gentilmente.

Eu não estava nem um pouco interessada em ir.

- É que eu acabei de chegar na cidade, não estava muito interre...rada - gaguejei nas últimas palavras.

Os dois sorriram a medida que os olhares se encontraram. E então, me olharam, como que esperando que eu comentasse  algo mais. Não havia nada além do que retribuir com um sorriso.

- Você não é da cidade não né? Tem um sotaque diferente - Perguntou Maria Júlia com um sorriso curioso.

- Bem... Eu morava na Califórnia, nos Estados Unidos. Mas eu nasci aqui, fui para lá com seis anos de idade, agora retornei, prefiri fazer a faculdade por aqui - Falei numa tentativa de me comvencer do que eu mesma falava.

- Nossa, você precisa voltar a conhecer a cidade! Se quiser estamos a disposição, estrangeireirinha - Disse Gustavo, dando ênfase a última palavra.

- Eu ia adorar, vocês gostam de fazer o que no fim de semana?

- Tudo o que você imaginar, desde cinema às festas mais pesadas - Ele falou em um tom cômico.

- Então acho que já tenho algo em comum com vocês - Ri de ter encontrado pessoas divertidas. Eles me lembraram Kile e Julia.

A PRISIONEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora