Ferreira acordou na manhã seguinte com um sorriso no rosto. Ao olhar para o lado, viu Bitello dormindo profundamente, com a bochecha toda babada. Ele não conseguiu conter a risada que escapou de seus lábios.
A risada de Ferreira acabou por acordar Bitello, que piscou os olhos sonolentos e se espreguiçou.
— Hã? O que foi? Por que você está rindo?
— Desculpe, João. É que você está todo babado. Não consegui resistir.
Bitello, ainda sonolento, levou a mão ao rosto e percebeu a umidade na bochecha. Ele corou de leve, sentindo-se um pouco envergonhado.
— Ah, não acredito que estou babando!
— É só mais um dos seus encantos matinais. Eu acho fofo.
Bitello esboçou um sorriso.
— Se fode, Aldemir.
— fofo. —Ferreira sorriu e olhou nos lábios de Bitello.
Bitello percebeu o clima e resolveu cortar.
— só não soco fofo. —Ele mostrou um sorriso de canto.
Ferreira se levantou da cama e foi em direção ao banheiro para escovar os dentes. Bitello, curioso, perguntou o que estava acontecendo, mas Ferreira preferiu ignorar a pergunta inicialmente.
— Ei, Bitello, sua escova de dentes ainda está aqui.
Bitello se levantou, incrédulo, e se aproximou de Ferreira com uma expressão de surpresa.
— Ferreira, sério? Você ainda tem a minha escova de dentes depois de dois anos?
Ferreira sorriu, com um brilho travesso nos olhos, e respondeu:
— Sabia que um dia seria útil novamente.
— idiota.
Bitello tomou a escova das mãos de Ferreira, decidido a escovar os dentes junto com ele. Os dois se posicionaram em frente ao espelho do banheiro, olhando um para o outro.
Enquanto escovavam os dentes, Ferreira e Bitello faziam palhaçadas, como um casal. Ferreira mostrava o bíceps e fazia poses engraçadas, enquanto Bitello fazia caretas o repreendendo.
A risada preenchia o ambiente.Ferreira aproveitou para passar um pouco de pasta de dente na bochecha de Bitello. O cacheado logo revidou, jogando água no rosto de Ferreira.
Ferreira, segurando as mãos de Bitello e olhando-o nos olhos, sentiu a tensão crescer entre eles. O desejo de se beijarem era palpável, mas ambos se seguravam, cientes do momento inoportuno. Por um instante, parecia que iriam ceder à tentação, mas Bitello desviou o olhar e voltou a rir ao notar a boca de Ferreira cheia de pasta de dente.
— Você é um desastre. —Bitello disse, limpando a boca de Ferreira.
— E você acha engraçado, não é? Seu sorriso é contagiante.
Os dois continuaram a gargalhar.
Após enxaguarem a boca e terminarem, eles se olharam nos olhos novamente, sentindo a conexão que havia entre eles.— Ei, Bitello, o que você acha de comer pizza e tomar refrigerante no café da manhã? — perguntou Ferreira, sorrindo.
Bitello arregalou os olhos, animado como uma criança.
— sério? Parece que somos crianças de férias...
— bom, estamos de férias...
Os dois saíram do banheiro e caminharam juntos em direção à sala. Ferreira pegou seu celular e começou a fazer o pedido da pizza, enquanto Bitello se dirigiu para a varanda, encantado com a paisagem que se estendia diante dele.