𝑭𝒍𝒂𝒔𝒉𝒃𝒂𝒄𝒌

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dezembro, 2021.

Numa tarde ensolarada de domingo, os dois estavam sentados em um parque tranquilo, desfrutando de um momento de relaxamento após um treino intenso. Bitello estava visivelmente nervoso, inquieto e com o coração batendo acelerado no peito.

— Ferreira, preciso te dizer uma coisa... É algo importante.

Ferreira olhou para ele, curioso e um tanto apreensivo.

— O que foi, Bitello? Parece sério.

Bitello respirou fundo, reunindo toda a coragem que conseguia.

— Ferreira, eu... eu acho que já está na hora de avançar, dar um passo a mais no nosso relacionamento...

Ferreira sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Um misto de pânico e confusão tomou conta dele, e ele desviou o olhar, incapaz de encarar Bitello.

—  Bitello, eu... Eu não sei se consigo. Eu gosto de você, mas... é complicado.

Bitello sentiu seu coração afundar. Ele não conseguia compreender por que Ferreira estava com tanto medo.

— Complicado? Ferreira, eu não entendo. Nós nos conhecemos tão bem, somos tão próximos. Por que não podemos tentar? Eu estou disposto a enfrentar qualquer obstáculo que surgir.

Ferreira suspirou e, finalmente, encarou Bitello. Seus olhos estavam cheios de tristeza e medo.

— Bitello, eu não quero te machucar. Eu já vi relacionamentos desmoronarem e pessoas se magoarem. Tenho medo de fazer isso com você, de estragar a nossa amizade.

Bitello ficou ainda mais chateado, lutando para conter as lágrimas que começavam a se formar em seus olhos.

— Mas Ferreira, você não entende? Eu prefiro tentar e, se algo der errado, ao menos terei a certeza de que lutei pelo que eu queria. Eu não quero te perder, nem como namorado nem como amigo.

Ferreira desviou o olhar novamente, sentindo-se culpado por não conseguir corresponder aos sentimentos de Bitello.

— Eu sinto muito, Bitello. Não posso fazer isso. Não agora.

No final, Bitello, sentindo-se rejeitado e incapaz de compreender as razões de Ferreira, decidiu ir embora.

Nas semanas seguintes, Ferreira manteve distância de Bitello. Ele sempre se desculpava dizendo que estava doente e incapaz de jogar. Bitello tentava respeitar a decisão de Ferreira, mas a falta dele em sua vida era insuportável.

Bitello não conseguia ficar longe de Ferreira, preocupado com seu bem-estar. Ele decidiu visitar Ferreira, mesmo sem saber o que encontraria.

Ao chegar na casa de Ferreira, Bitello sentiu um aperto no peito. Ele chamou muitas vezes, mas ninguém saiu. Foi então que ele percebeu a porta estava aberta, ele entrou e rondou a casa procurando Ferreira.

Ele ouviu um barulho vindo do banheiro da casa.
Bitello subiu as escadas correndo e chegou ao banheiro, encontrando Ferreira dopado dentro de uma banheira, com um dos pulsos cortados. O desespero tomou conta de Bitello, mas ele agiu rapidamente, ligando para a emergência.

Os paramédicos chegaram a tempo e salvaram a vida de Ferreira e ele foi levado para o hospital.

No hospital, Bitello estava sentado ao lado da cama de Ferreira, suas mãos tremendo de ansiedade e alívio por vê-lo acordado. Ferreira olhou para Bitello, uma mistura de gratidão e tristeza em seus olhos.

— Ferreira, eu... estou aliviado por você estar aqui agora.

Ferreira olhou para suas mãos, incapaz de encarar Bitello diretamente.

— Sinto muito por tudo isso, Bitello. Eu não queria te preocupar...

Bitello segurou a mão de Ferreira com carinho, buscando conforto em seu toque.

— Eu nunca vou te julgar por se sentir assim, Ferreira. Eu só quero entender, quero estar aqui por você. Por favor, me deixe fazer isso.

Ferreira finalmente olhou nos olhos de Bitello, lágrimas silenciosas escorrendo pelo seu rosto.

— Eu estava com medo de me entregar a um relacionamento sério, medo de me perder e perder você também. Eu pensei que era mais fácil me afastar, mas tudo o que consegui foi me machucar e te machucar.

Bitello acariciou o rosto de Ferreira, limpando suas lágrimas com o polegar.

— Ferreira, nós dois cometemos erros, mas agora estamos aqui, juntos. Eu amo você mais do que posso expressar. Mas eu também quero que você esteja bem consigo mesmo. Se um relacionamento é muito para você agora, então vamos dar um passo atrás.

Ferreira soluçou, a culpa pesando em seu coração.

— Eu não quero perder você, Bitello. Eu não quero ficar sem você. Te darei seu espaço.

Bitello segurou o rosto de Ferreira com as duas mãos, olhando-o com determinação.

— Eu não quero espaço, Ferreira. Eu quero estar aqui por você. Vamos esquecer o passado, as expectativas, e vamos começar de novo. Vamos ser amigos, apoiar um ao outro, e deixar o amor crescer naturalmente, sem pressa.

Ferreira olhou para Bitello, a gratidão e o amor transbordando em seu coração.

— Você está disposto a fazer isso?

Bitello sorriu suavemente e acariciou o rosto de Ferreira.

— Estou disposto a fazer qualquer coisa por você, Ferreira. Estamos juntos nessa, e não importa onde ela nos leve, estarei ao seu lado.

Ferreira sentiu-se emocionalmente aliviado, sabendo que tinha alguém que o amava e o entendia.

— Obrigado, João... obrigado por não desistir de mim.

Bitello beijou suavemente a testa de Ferreira e segurou sua mão com firmeza.

— Nunca, nunca vou desistir de você, Ferreira. Somos mais do que um relacionamento, somos amigos, companheiros. Vamos enfrentar tudo juntos, superar os obstáculos e cuidar um do outro.

A amizade entre Ferreira e Bitello continuou, mas não era mais tão intensa quanto antes. Eles se encontravam ocasionalmente, somente nos treinos e jogos. a conexão profunda que compartilhavam parecia ter se dissipado lentamente.

Bitello se esforçou para manter a amizade, mesmo que a dor de seu amor não correspondido estivesse sempre presente. Ele torcia pela felicidade de Ferreira, mesmo que isso significasse que ele nunca seria capaz de vivenciar o amor romântico ao lado dele.

 Ele torcia pela felicidade de Ferreira, mesmo que isso significasse que ele nunca seria capaz de vivenciar o amor romântico ao lado dele

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Bom dia, amores! Espero que estejam entendendo... tô odiando.
odeio o Grêmio 🙂👍

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