Uma simples garçonete que precisa livrar a cara do irmão do mundo sombrio da máfia, Morgan acaba se envolvendo mais do que esperava nesse mundo quando acaba passando muito tempo com Dante Bianchi.
• Sinopse completa no sumário estendido no primeiro...
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— Ok, você já pode me levar para casa. — Ao ainda desconhecido.
Eu estava voltando a mim. Não deveria ter montado na garupa de uma moto de alguém que nunca vi na minha vida. Usando vestido desconfortável e sapatos piores ainda. Eu só devia estar ficando louca.
Senti ele vibrar, e então ouvi a sua risada baixa abafada pelo barulho de motor da moto.
— Você está achando que eu sou Uber?
Um frio subiu pela minha barriga. Não sabia se ele estava debochando de mim ou se eu estava sendo sequestrada.
Eu já vi isso acontecer. Quer dizer, não que eu tenha presenciado, mas fazia muito sentido. Se esse homem estava achando que porque eu estava numa festa de ricos, que minha família tinha alguma coisa a dar a ele, estava muito enganado.
Ah, se soubesse que meu pai era apenas um mecânico.
Eu deveria ter ouvido toda aquela ladainha da minha mãe de: "não aceite doces de estranhos", "nunca aceite carona de estranhos", mas eu sempre fazia exatamente tudo ao contrário do que ela dizia.
Meu amigo, Piero, disse uma vez que eu não tinha senso de autopreservação. Mas a questão era, eu aproveitava oportunidades e naquele momento, eu precisava sair de perto de Cameron.
— Você aceitou me dar uma carona, deveria ter a decência de me levar em casa.
Estávamos numa rua estreita e escura, o que não era comum de lugares em que eu costumava passar. Achava que Columbus tinha luz e movimentação no ponto certo. Ele já não corria tão rápido quanto antes. Eu nem saberia que rua era aquela se não tivesse um aplicativo pra me localizar.
Eu deveria ter concordado com a Leah quando ela sugeriu que colocássemos aplicativos em nossos celulares para nos rastrear em caso de emergência.
— Você exigiu que eu te tirasse de lá. Eu só estou dizendo que tenho algo a fazer e não posso te levar pra casa no momento que você quer.
— Mas eu não tenho certeza se é seguro ir em qualquer lugar com você.
Ele vibrou novamente. Era outra risada abafada pelo som exagerado do motor.
— Agora você tem noção do que pode ou não ser perigoso? — ele parou a moto de repente, apoiou-se em uma perna e virou pra mim — Desce. Você vai estar mais segura se não estiver comigo, e pode ir pra casa a partir daqui.
Engoli em seco.
Ele parecia mais sério do que quando me tirou daquele salão. Seu maxilar trincado, e a expressão dura fixamente em mim. Ele não estava brincando comigo.
Meu rosto esquentou de raiva. Não podia imaginar como sair daquela rua, talvez eu levasse algumas horas para chegar em casa. E eu nem fazia ideia de onde eu estava.
