monotonia;

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Quando o passado não passa, o futuro não chega, o presente fica comprometidamente simples e monótono

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Quando o passado não passa, o futuro não chega, o presente fica comprometidamente simples e monótono. Sem emoções.
Murillo Leal

[🥃]

Jungkook acordou atordoado. Sequer conseguiu pegar o celular do bolso da calça jeans e olhar o horário com a imensa dor de cabeça que latejava sem parar. Mas quando acordou para a realidade, abrindo lentamente os olhos e sentando-se no chão duro, ele lembrou-se da irmã mais nova e seu olhar abriu ainda mais, preocupado. Levantou-se, ficando em pé e reclamando da dor de costas. Foi com a mesma roupa até o quarto de Jenni e viu que estava vazio. Então, Jungkook decidiu visitar a cozinha. Viu um post-it colado na geladeira. Jenni havia ido para a escola a pé e sozinha, e Jeon não pôde ter sentido a culpa tão forte quanto sentiu. Ele sempre a levava à escola às oito horas da manhã, porém o alfa adormeceu, principalmente quando havia chegado tarde em casa, duas horas antes das oito. Sentiu-se culpado e suspirou fundo. Ligar a Jenni àquela hora era ser ignorado no mesmo instante, por isso pegou o telefone e abriu as mensagens, deixando um "bom dia e desculpa" na mesma frase.

- Que dor - resmungou e apertou os olhos, colocando o celular em cima da bancada de mármore.

Jungkook foi ao banheiro. Precisava passar o rosto por água fresca. Ele olhou o seu reflexo bagunçado; rosto amassado por conta das mãos que o cobriram enquanto dormiu no chão, bolsas enormes abaixo dos olhos e estava um pouco pálido. Resmungou para si mesmo ao ver a imagem acabada. Não gostava nem um pouco de parecer destruído pois odiava que sentissem pena, especialmente Jimin, Yoongi e Soyeon. Por vezes, Sana era a sua salvação, a garota ômega de vinte anos com quem tinha relações sexuais. Mas a maioria das vezes, Jungkook queria ficar sozinho com o amontoado de pensamentos, uma vez que sentia-se pesado demais para conversar com quem fosse ou fazer alguma coisa.

Respirou fundo antes de apoiar as duas mãos na pia. Estava cansado de viver dentro da sua cabeça e ir e voltar no passado. As coisas que aconteceram em casa com os pais ainda o afetava, por mais que já tivesse passado e estivesse em suas próprias mãos. Só Jungkook conseguiria quebrar aquele mau contato, porém era complicado demais. Vivia o presente lembrando-se de cada mínima coisa do passado, o que era uma grande merda. Jeon não queria que aquilo voltasse a acontecer, senão ficaria ainda mais vazio entre tantos sentimentos escondidos e pensamentos flutuantes. Odiava admitir para si mesmo que seus dias eram tristes, passavam e mal conseguia respirar a não ser na pista de corrida onde sentia liberdade. E tentava a todo o custo mostrar o seu poder, a sua seriedade e dominância. Afinal, alfas têm de ser fortes, frase dita pelo pai antes de bater em Jungkook quando o havia visto chorar.

A dor havia criado mecanismos de defesa, o vazio e as crises de raiva que tinha quando perto de Kim Taehyung. A dor era constante. Jungkook tentava escondê-la dentro de si e agir a partir da agressividade e simplesmente não conseguia parar de ser como era. Além de odiar o alfa que corria consigo e dava lições de moral, Jeon escondia um grande segredo: Jeon Jungkook odiava-se a si próprio mais do que tudo.

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