um fogo devora um outro fogo;

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Ninguém no mundo tem poder sobre o seu juízo interior; embora possam obrigar-nos a dizer em pleno dia que é noite, não há força capaz de nos coagir a pensá-lo

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Ninguém no mundo tem poder sobre o seu juízo interior; embora possam obrigar-nos a dizer em pleno dia que é noite, não há força capaz de nos coagir a pensá-lo.
Émile-Auguste Chartier

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Por vezes, ele vivia contando o tempo que lhe restava. Por outras, ele apenas respirava o que o tempo lhe fornecia. Respirar fundo era mais do mesmo, sentir o oxigênio entrar nos pulmões e deixá-lo percorrer para fora. Taehyung não era muito de pensar no passado, lembrar-se de cada detalhe que havia dado dor ou felicidade. No entanto, o alfa, quando mais fragilizado, lembrava-se de alguns mínimos detalhes significativos em sua vida, um deles o seu pai. Muitas vezes achava que o vazio havia aparecido após a morte dele e a instabilidade com a mãe. A angústia que havia se tornado ressaca.

O pai de Kim Taehyung foi um homem espetacular com um grande coração de ouro. Sempre defendia o filho das parvoíces da mãe e lhe dava alguns treinamentos de vida. Contava-lhe histórias antes de dormir e não julgava o pequeno alfa de chorar diferente da mãe que ficava chateada por ver a sensibilidade de Taehyung, uma vez alfa. O pai de Taehyung costumava dizer para o filho não intoxicar o sorriso com a dor quando fosse mais velho. Para chorar, para sentir-se livre. Para permanecer forte por mais dificuldades que aparececem em sua vida. Para nunca, jamais desistir. Esses momentos passavam como o vento na idade atual.

A verdade é que Taehyung sentia muitas saudades dele, da presença serena que o deixava mais tranquilo consigo mesmo e com as coisas ao redor e que o ajudava sempre que necessário. Kim tinha tantas dúvidas sobre o mundo e sobre si próprio que por vezes era engolido por elas no meio da escuridão do quarto. Tinha amigos mais próximos, Yoongi, Soyeon, Wonho, Jimin... e... . Mas mesmo assim, Taehyung sentia-se preso dentro da cabeça, não saberia explicar o vazio que habitava dentro do peito. Sentia que faltava alguma coisa, seu lobo parecia estremecer toda vez que Taehyung pensava naquilo. E mais uma coisa que não conseguia compreender muito bem, o seu lobo. Ele era agitado a maior parte das vezes, inquieto e ansioso enquanto Taehyung tentava não deixar transparecer a ansiedade e o nervosismo. Seu lobo uivava quando algo estava errado. Seu lobo tentava comunicar quando algo estava certo. Seu lobo era uma segunda mente que tentava lembrar Taehyung que tinha ajuda. Por mais que ignorasse esse seu lobo muitas das vezes e tentasse lidar com as coisas sozinho, ele escutava seu lobo rosnar ou grunhir nos piores momentos.

Enquanto fumava na garagem, Taehyung pensava de novo o quão hipócrita era. Pensou um monte de vezes que Jeon Jungkook era um homem vazio quando Taehyung era exatamente a mesma coisa. Pensou diversas vezes que Jungkook não conseguia raciocinar e tinha falsas ideias, e Kim também tinha. E naquele instante, Kim sabia o quão julgador havia se tornado em relação a Jeon Jungkook. Claro que não gostava dele, era seu rival na pista de corrida e não se davam nada bem. Contudo, batia uma tristeza inexplicável sempre que pensava em Jungkook, isso além do ódio. Perguntava-se se existia algum sentimento oposto escondido dentro de si. Mas não era possível. Taehyung saberia se houvesse um sentimento diferente. Mas Taehyung lembrava-se de uma frase que o pai costuma recitar da autora Bárbara Teixeira: "Sentimentos escondidos, viram angústia com o tempo". Então fazia-o pensar consigo mesmo. Existiria um sentimento escondido que estivesse a aumentar a sua angústia?!

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