Uma dívida é cobrada. E será paga.
Desde que me lembro, estou confinado em uma gaiola dourada. Lindo, delicado e intocado. Para ser visto e não ouvido. Um pequeno adereço perfeito para a carreira política do meu pai.
Mas tudo isso muda quando Lee Mi...
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Han Jisung
ELE ME ENCARA com nada menos do que fome em seus olhos. Eles me rastreiam lentamente, deixando formigamentos aquecidos em seu rastro. Ele vocifera baixinho para si mesmo, e eu tremo. Eu mordo meu lábio para conter o sorriso. E, ao mesmo tempo, quero me punir. Por que estou feliz por ele gostar da minha aparência?
Por falar nisso, por que fiz o que ele pediu? Estou usando o conjunto que ele escolheu para mim. Eu me enfeitei e me produzi no espelho pela última hora, querendo parecer perfeito. O que é exatamente o que ele - meu raptor - queria. Mas por qualquer motivo confuso, eu queria agradá-lo. Eu queria me vestir com o conjunto que ele escolheu para mim. E agora estou emocionado por ele estar me olhando assim.
"Você gozou em meus dedos, Jisung."
A memória de suas palavras de uma hora atrás me deixa sem fôlego, novamente. Eu olho para o homem de terno escuro e camisa preta parado na minha frente. O vicioso assassino e notoriamente perigoso chefão do crime. O homem que me capturou e me trancou em sua luxuosa mansão. O homem que me beijou pela primeira vez e que me tocou onde ninguém mais o fez.
"Você está lindo" ele diz densamente.
Eu coro, sorrindo ironicamente enquanto olho para baixo. "Obrigado."
"Você está pronto?"
"Onde estamos indo?"
"Um lugar especial." Ele sorri. "Em um lugar seguro. Vamos."
Ele oferece o braço. Eu sinto um arrepio em meu interior quando o pego. Minho me leva por sua enorme casa, até ao carro que me espera na frente. No banco de trás, sua mão desliza pelo assento e pega a minha sem questionar ou pedir permissão. Mas sinto uma emoção quando ele faz isso.
Nós dirigimos em silêncio para a cidade. Mas não vamos visitar nenhum dos luxuosos e famosos restaurantes Michelin que eu acharia que um homem com suas posses comeria. Em vez disso, dirigimos pelo lado japonês, em uma área que reconheço como a área dos japoneses. O carro desce por um pequeno beco, até que paramos em frente a um pequeno lugar com apenas uma janela à luz de velas.
Minho sai do carro e dá a volta ao meu lado. Ele estende a mão para me ajudar e eu tremo de novo quando nossas mãos se tocam. Na porta do pequeno restaurante, um homem mais velho sorri calorosamente e nos conduz para dentro, falando em japonês. Minho conversa de volta com ele enquanto o homem nos leva a uma das cinco mesas do local, onde nos sentamos. O homem abaixa os menus. Mas Minho sorri e fala mais um pouco em japonês. O homem mais velho sorri amplamente, virando-se para mim e piscando antes de desaparecer pela porta da cozinha.
"TaeSoo é um velho amigo," diz Minho com um aceno de cabeça em direção ao local onde o homem desapareceu. "Ele me ajudou muito quando eu me encontrei nesta cidade."
"Um colega senhor do crime?" Eu digo com um sorriso.
Minho me olha divertido. Em seguida, seu olhar desliza ao redor da pequena sala. "Criminosamente subestimado, talvez. Ele é o melhor cozinheiro que já conheci. Tentei dar a ele os meios para abrir um lugar onde ele quiser - contratar os melhores subchefes da cidade, dar um show de verdade. Mas..." Minho dá de ombros. "Ele está feliz aqui com suas cinco mesas."
