A culpa é do amor

A proposta II

Estou tão nervoso, que acordo antes do despertador tocar, todo mundo deve saber que acordar antes do despertador é o prelúdio para um dia de azar. Deitado em minha cama ainda criando coragem para levantar-me penso em como falarei ao meu chefe que aceitarei sua proposta, mas nada me vem a cabeça.

Talvez poderia chegar nele e dizer:

"Ah, oi, senhor Jeon, eu aceito a proposta que me foi feita ontem, inclusive aceito entrar total em meu personagem e mentir para toda a sua família."
Afinal é super normal, né? São coisas que acontecem no nosso dia a dia, é uma coisa rotineira já.

Levanto-me da cama e entro no banheiro, tomar um banho nunca tinha sido tão complicado para mim, no decorrer do meu banho já levei uns cinco tombos seguidos e não só isso, enquanto lavava o cabelo entrou shampoo nos meus olhos duas vezes!—Mesmo a vida tentando me derrubar eu consegui sair inteiro do banho.— Como sempre, opto por uma calça preta social muito colada em minhas pernas, uma blusa branca com uma abertura em V, e um blazer preto com alguns detalhes brancos. Passei um hidratante nos lábios e um maravilhoso protetor solar, que é como o rexona, nunca me abandona, e em seguida coloco minha meia da sorte e calço meu sapato de plataforma.

E antes de sair de casa vou ver se Taehyung, ainda está dormindo, o que nem precisei fazer, já que ao chegar perto da porta escutei seus roncos altos. Abro a porta e vejo o mesmo todo encolhido em sua cama, aproximo-me de sua cama e sento na ponta, passo a mão pelo seus cabelos e deixo um leve selar em sua testa, em seguida saio de seu quarto.

Vou até a cozinha e coloco um pouco de ração para selene, em seguida pego uma xícara e faço um pouco de leite e pego algumas torradas para comer, enquanto me perco em meus pensamentos escuto Taehyung abrindo a geladeira e me assustando.

—Nossa, nossa, você está um tchutchuco!

Ele fala e logo em seguida rouba uma torrada minha.

—Mais que porra, não chega assim do nada não, quer me matar é?

Digo com uma mão em meu peito.

—Oxe, eu vim normal até bati o meu mindinho ali no cantinho do balcão, você que estava no mundo da lua e não percebeu.

Ele disse simples enquanto mastigava a torrada que ele roubou de mim.

—No mundo da lua tá a sua mãe.

Dou um peteleco em sua testa.

—Aí, tá doido? Que cair pro fight?

Taehyung faz uma pose vergonha, que julgo ser uma de lutador.

—Ei, está nervoso? Até calçou a meia da sorte.

Ele diz olhando para meus pés.

—Bem, quem não estaria né? Ele precisa pagar metade de minha dívida. Como eu vou chegar nesse assunto com ele?

Digo frustado, porque só estou entrando nessa loucura, porque não posso simplesmente morar na rua.

—Relaxa, é só chegar e falar.

Taehyung me olha com uma cara de quem diz: "Pronto, já fiz minha parte, ajudei." E não ajudou em porra nenhuma.

Fico olhando para ele, me perguntando se está muito cedo para jogar alguém pela janela. Senhor Choi, o faxineiro, nem deve ter levantando ainda.

Afasto-me e vou atrás da minha bolsa, tentando lutar contra a vontade de voltar a cozinha e jogar Taehyung pela janela. Encontro minha bolsa e olho se meus documentos estão todos certinhos dentro da mesma e se minha carteira está lá. Em seguida dou um beijinho em selene e um na bochecha de Taehyung, que está parado me encarando.